O soldado apartado de serviço que matou ao terrorista da excavadora lembra-me ao bíblico David. Não só porque assaltou a Excavadora-Goliat com a pistola arrebatada a um polícia que observava junto a ele. Muito mais que por isso. Este soldado lembra-me a David porque, embora rechaçado e odiado pelos seus irmãos, finalmente os salvou.
Quando o profeta Samuel chega à casa de Jessé para encontrar quem eligira Deus como Rei redentor de Israel, Jessé apresenta todos os seus filhos ao profeta. Todos agás David. Até onde incumbe a Jessé, David não é candidato. Só quando Samuel pergunta deliberadamente se tem algum filho mais, Jessé trai a reganhadentes a David ante a presença de Samuel, que de imediato o designa futuro Rei de Israel.
O herói do ataque da excavadora é da mesma estirpe que David. Pertence ao seitor que os mass média israelis e as elites adoitam despreçar. É um estudante da yeshiva no assentamento de Yitzhar –possivelmente o mais detestado de todos os assentamentos. A Torá pela que se rigem em Yitzhar não está subordinada a nenhuma classe dirigente. É a Torá da conexão directa com a Terra de Israel. É a Torá do amor pela verdade e pela nação de Israel. É a Torá do trabalho judeu no agro e na construcção. É uma Torá sem adaptações àqueles que teriam preferido uma vida menos exigente. Esse é o motivo pelo qual Yitzhar é odiada e temida.
Quando as excavadoras destruiram os fogares de Gush Katif –que, a fim de contas, é o que as excavadoras fazem hoje em dia- ninguém as detivo. A maioria dos actuais líderes da direita são servis com a classe dirigente. A sua Torá é boa para as residências de estudo, onde administram a Deus. Mas fóra das residências de estudo servem ao Estado, cujas directrizes têm preeminência sobre as do Mestre do universo. Quando isto sucede, os fogares de Gush Katif caim como um castelo de naipes ao passo da Excavadora-Sharon.
Três anos depois uma excavadora semelhante às que destruiram Gush Katif e Amona, semelhante às utilizadas para destruir os postos avançados de Yitzhar, sementa um enlouquecido surco de morte e destruição no meio de Jerusalém. Todos os ferozes polícias ánti-distúrbios de Amona, todos os valentes polícias que souperam como partir o rosto dos manifestantes contra a Expulsão, contemplam impotentes como o tractor de Goliat destrue vidas na rua Jaffa de Jerusalém. Dois polícias encaramam-se no tractor; um intenta quitar o pé do terrorista do acelerador, e o outro intenta sujeitar o volante. Mas o que é disparar, nenhum de eles o fai.
A morte e a destruição teriam continuado de não ser pelo nosso David – o “inimigo do Estado” que combateu contra a Expulsão desde os telhados de Kfar Darom. O nosso David não tinha uma pistola. Tinha todos os motivos para ter permanecido à marge, dado que numerosos polícias estavam na entrada da comissaria quando a excavadora passou ante eles. Mas, como o bíblico David com a honda, o nosso David viu-se motivado pelo espíritu de Deus. O facto de não ter uma pistola não o detivo. Ele acharia uma. E, assim, correu até a Excavadora-Goliat e movido por um ânimo espiritual judeu meteu três projectis dentro da cabeça do terrorista. Depois, desapareceu. O Reino de Saul não tem ainda rematado o seu processo de colapso.
“E dixo Deus: Ergue-te e unge-o, porque é este mesmo. Então Samuel tomou o chifre do aceite, e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e desde aquele dia em diante o espírito de Deus se apoderou de David; e o espírito de Deus se retirou de Saul, e atormentava-o um espírito diabólico de parte de Deus”. (Samuel, 16:12-14)
Hoje, todos sabemos qual parte da sociedade será a que nos redima. Todos sabemos quem porta o poderoso espírito de Deus e quem está aterrorizado por uma mentalidade de auto-ódio e derrotismo. Ainda mais, todos sabemos onde achar o nosso David actual. Levará algum tempo. Ainda não temos asistido ao final das trágicas lutas entre o Reino em declive de Saul e o ascendente Reino de David. Mas o de David é a nossa única oportunidade de sobreviver. E, ao final, não terá mais alternativa que a de nos guiar.
MOSHE FEIGLIN *
(Tamuz 5768 / Julho 2008)
* Moshé Feiglin é o Presidente e fundador de Manhigut Yehudit (Liderádego Judeu). Vem de disputar a Binyamin Netanyahu a presidência do Likud, onde dirige uma facção –com a que obteve o 23% do respaldo- desde a que defende os conhecidos como “5 pontos de Moshé Feiglin”:
1. Educação judea para todos os rapazes de Israel.
2. Valores familiares judeus.
3. Seguridade (conhecer o inimigo e derrotá-lo).
4. Sistema de justiça que represente os valores judeus.
5. Tolerância zero com a insurgência árabe.
Etiquetas: Moshe Feiglin
0 comentarios:
Enviar um comentário