Demos-lhe uma olhada ao folheto abandoado no cenário [do ataque contra Zeev Sternhell] e intentemos uma pequena análise semântica e filológica.




As minhas observações são:

1. Não há ב"ה ou בס"ד encabeçamentos habituais da escrita nos religiosos. Essas abreviaturas significam “com a ajuda de Deus”.

2. A sinatura “Exército dos Libertadores Estatalistas” é ridícula. O próprio conceito de
ממלכתי, i.e., apoiar o aparelho do Estado é anatema para a direita nacionalista radical.

3. Por que proclamar uma recompensa de 1.1 million NIS? 1.1??? Qué é isso? Um erro tipográfico?

4. O Estado de Israel é descrito como o “sonho” (חלום) dos últimos 2.000 anos. Religiosos ou nacionalistas teriam utilizado a palavra “vissão” (חזון).

5. Na lista de armas com que Israel tem armado à Autoridade Palestiniana inclue-seמכונות ירי (e por que não יריה?) que na realidade é uma denominação arcaica para falar de “pistolas” que indicaria que o redactor é uma pessoa maior de 65 anos. Qualquer jovem que tenha servido no exército utilizaria a expressão תת-מקלעיםou directamente קלצ'ניקובים - Kalachnikovs.

6. A utilização do termo hebreu em vez de “palestinianos” é פלשתינאים que não é habitual. O lógico seria que tivessem usado “árabes” פלסטינים ou ערבים.

7. A utilização da expressão “pecado” do Estado de Israel por incitar ao aborto indicaria que se trata de grupos harídicos mais que nacionalistas..

8. Outro tanto no que se refere à inclussão de referências aos “defiles do orgulho gay”.

9. A utilização de מלכות יהודה – Reino de Judea, em vez da exigência kahanista de מדינת יהודה – Estado de Judea, indica também que a composição do folheto é harídica ou dos serviços secretos.

10. Sternhell não é mencionado no folheto e a adenda da recompensa de1.1 NIS pelo assassinato de líderes de Paz Agora é um engadido com diferente máquina de escrever.

Algo cheira podre em Dinamarca.



YISRAEL MEDAD

(29 Elul 5768 / 29 Setembro 2008)

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