HIPOCRESIA DA ESQUERDA ISRAELI


Zeev Sternhell, o profissor israeli de ciências políticas de 73 anos, levemente ferido a passada semana por um petardo colocado no seu porche, dixo ontem ao Comitê de Assuntos Internos da Knesset que "um crime é um crime, e...necessitamos capturarv a estes criminais e procesá-los. Sei que é algo mais complicado que colher árabes e delinquentes de pouca monta. Inclusso psicologicamente é duro levar a juízo a esses adoráveis rapazes que apenas arrancam alguma oliveira ou rompem um paraventos".

Para recapitular, o ataque contra Sternhell foi amplamente atribuído -incluíndo os média internacionais- ao facto de que é uma pessoa crítica com os assentamentos israelis no West Bank. Obviaram, isso sim, o facto de que Sternhell tenha incitado aos palestinianos a atacar com meios terroristas a esses mesmos assentamentos; a ocasião mais nomeada foi num artigo do diário de ultraesquerda Ha'aretz o 11 de Maio de 2001, durante a vaga de terror palestiniano, onde escrevia: "Muitos em Israel, quiçá inclusso a maioria do eleitorado, não têm dúvidas sobre a legitimidade da resistência armada nos territórios ocupados. Os palestinianos fazeriam bem se concentrassem a sua luta contra os colonos".

De modo não surprendente, pois, a referência de Sternhell a "esses adoráveis rapazes que apenas arrancam alguma oliveira ou rompem um paraventos" é uma expressão mais do seu ódio fanático contra "os colonos". Em primeiro lugar, porque assume que os "colonos" foram os responsáveis de colocar o petardo quando isto ainda se ignora; e inclusso se extremistas de direita israelis fossem os culpáveis, por que não poderiam proceder do território israeli anterior a 1967?

E em segundo lugar, porque mancha a todo um amplo seitor -os "colonos", quase 300.000 pessoas que comprendem um amplo espectro religioso/secular e político da sociedade judea israeli.

Pela sua banda, o membro da Knesset da formação Yisrael Beitenu, David Rotem, dixo no referido Comitê parlamentar que já chegava avondo do "Festival Sternhell; devemos fazer todo o possível para deter a quem queira que fixo isso, mas durante demassiados dias tem-se estado inculpando à população dos assentamentos, mentres ainda ninguém sabe quem foi o responsável".

Mentres, o mércores informou-se de que o serviço de inteligência da Autoridade Palestiniana (PA) tinha anunciado que "o membro de Fatah, Shadi Shami, morrera devido ao deterioro do seu estado de saúde", mentres que "a sua família denuncia que foi torturado pelos oficiais da inteligência e, essencialmente, executado".

Shami fora arrestado pela PA em 2002 por disparar e ferir a Nabil Amr, antigo ministro do gabinete da PA, e daquela embaixador da OLP em Egipto e conselheiro muito próximo ao Presidente Mahmoud Abbas. Shami levava preso no cárcere de Jericó desde 2002, onde morreu a passada segunda feira.

Se a sua família está no certo de que a sua morte foi resultado das torturas dos seus captores, o seu caso seria muito grave. No passado mes de Julho, um informe de Human Right Watch acusava tanto à PA como ao regime de Hamas em Gaza de "um ano de arrestos motivados politicamente, torturas e tratamentos inhumanos durante as detenções...As forças de seguridade do West Bank frequentemente torturam aos detidos durante os interrogatórios, inclusso de maneira que leve à morte. Os métodos de tortura incluim execuções simuladas, patadas e punhetaços, golpes com páus, tuberias e mangas de goma...".

O informe criticava, assimesmo, aos "Governos que têm prometido ajudas por importe de 8 bilhões de $" à PA e fazia fincapé em que "deter as torturas e outros graves abusos deveria ser uma condição sine qua non para o massivo apoio que Occidente presta às forças de seguridade no West Bank".

Volvendo a Sternhell, é interessante que inclusso no seu asqueroso linchamento verbal contra os "colonos" só mencione acções como arrancar oliveiras e romper paraventos. Como sinalou o comandante das IDF no West Bank, Gadi Shamni, actualmente "há um pequeno núcleo duns centos de activistas entre um total de 300.000 pessoas que habitam nos assentamentos, que realizam esse tipo de actos e algumas vezes piores -mas muito afastados de qualquer tipo de violência letal.

Para Sternhell e os da sua calanha na esquerda israeli, porém, a acusação principal contra os assentamentos é que supostamente perpetuam a opresão israeli sobre os palestinianos -desde o seu ponto de vista, a mãe de todos os males. Foi precisamente quando as posturas de académicos, escritores e figurões intelectuais deste tipo de esquerda, saltarom à luz pública, sendo adoptadas por políticos como Simon Peres e Yitzhak Rabin, que Israel criou a PA, desmantelou a maioria da "ocupação" e a reempraçou pelo controlo directo dos palestinianos.

Não malgastedes a paciência agardando que Sternhell e os seus amigos fagam um pequeno exame de conciência sobre os ressultados -um reinado de abusos aterradores, inconcevivelmente piores que os escasos actos de má conduta por parte dos "colonos" contra os que eles seguem erre que erre.



P. DAVID HORNIK *

(3 Tishrei 5769 / 3 Outubro 2008)



* P. David Hornik é um periodista freelance e traductor. Reside em Tel Aviv e colabora habitualmente com FrontPage Magazine e The Jerusalem Post, entre outros muitos médios.

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