O ALTO O FOGO VAI TOMANDO FORMA


Egipto, Jordânia e Alemanha (sic!) trabalham na procura dum plano de alto o fogo para Gaza. Os pistoleiros de Fatah poderiam tmar o controlo dos passos fronteirizos de Gaza com Israel. Novamente serão despregados bservadores internacionais no passo de Rafah com Egipto (os mesmos bravos observadores que sairam por patas quando Hamas tomou o poder em 2007). Egipto comprometerá-se a deter o subministro de armamento através dos túneis –coisa que não fazerá devido ao escasso número de tropas que têm autorizado estacionar no Sinai tras os acordos de Camp David, e também porque não têm vontade.

Os observadores internacionais rastrearão Gaza para comprovar se Hamas acumula stocks de armamento. Observadores parecidos no Líbano certificaram a sua absoluta inutilidade a tal efecto.

O plano de alto o fogo presupõe que as partes permanecerão nas suas posições, o qual implica que Israel ocuparia o norte de Gaza. É improvável que Hamas esteja dacordo com isso, e Fatah é demassiado débil para fazer-se com o poder. França e Alemanha pressionam para que Egipto e Jordânia enviem tropas a Gaza a câmbio de nada. E tendo em conta que o terrorismo palestiniano contra Israel não é assunto seu…

A situação é impredizível. Hamas poderia aceitar o alto o fogo ou continuar a luta de guerrilhas contra as tropas israelis. Os egípcios poderiam chegar a aceitar o envio de tropas a Gaza, mas a Knesset rechaçaria uma modificação dos tratados de Camp David a tal fim. As tropas egípcias em Gaza poderiam agir em conivência com Hamas permitindo-lhes o avitualhamento de armas, ou bem extirpar o terrorismo duma vez por todas utilizando medidas pouco “humanitárias”. Tras o regresso de Fatah a Gaza, Hamas poderia resurgir lentamente como a Irmandade Muçulmã resurgiu em Egipto, ou bem cair no esquecimento. Embora as IDF e Fatah suprimam a presença de Hamas no West Bank, os membros de Hamas poderiam explotar a temporal debilidade de Fatah para resurgir.

O nosso pronóstico é que Hamas se reconstruirá, porque é a única organização palestiniana honesta e popular. Hamas também avançará no tecido árabe da sociedade israeli: as revoltas recentes demonstraram que os árabe-israelis, necessitados de referentes políticos com os que se identificar, são muito mais pro-Gaza que os seus colegas do West Bank, que ódiam ser identificados com os descontrolados e misseráveis habitantes de Gaza.

A iminente vitória de Hamas é boa para Israel, na medida em que deixa em suspenso o “processo de paz”.

OBADIAH SHOHER

11 Tevet 5769 / 7 Janeiro 2009

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