Os nossos amigos estadounidenses não são só amigos de nosso. Os EEUU são também amigos da wajabita Arábia Saudi, do totalitário Egipto, do Estado de Al Jazeera em Qatar, da beduina Jordânia, do islamista Kuwait, do terrorista Irak, e de praticamente todos os demais inimigos de Israel. Inclusso Rússia poderia ser considerada um sócio mais fidedigno e um amo imperial mais atractivo para Israel que os EEUU. Os nossos amigos estadounidenses vendem quantidades imensas de armas tecnologicamnte avançadas a Arábia Saudi, proporcionam 1.400 milhões de dólares anuais em ajuda a Egipto, combatem a favor de Kuwait, e gastaram mais em Irak no período 2003-2007 que o que têm aportado a Israel durante quarenta anos. Os EEUU têm-no muito bem montado: vetam as proclamas vazias da ONU contra Israel, desdenham a Ahmadinejad pelos mesmos sentimentos ánti-israelis do resto dos muçulmãos, e passam a mão pelo lombo aos dóceis dirigentes israelis.
Os EEUU utilizaram a Israel como baluarte contra a expansão da URSS no Meio Leste. Nos últimos anos sesenta, os EEUU disfrutaram afastando a Israel da França. Mas o melhor da relação dos EEUU respeito a Israel é que esta constitui uma ameaça absolutamente controlável. Os árabes têm a percepção de Israel como um cão perigoso, do que os EEUU são donos. O cão debe estar bem adestrado e ser agressivo, ladrar muito alto e, assim, incrementar a importância do seu amo. A classe dirigente dos EEUU necesitam um Israel em permanente conflito com os Estados muçulmãos. Os Estados que se sintem ameaçados por Israel apelam à protecção e arbitragem dos EEUU. Esse tipo de política não requere a ausência de tratados de paz entre Israel e os muçulmãos. EEUU tem ambas coisas no caso de Egipto: os laureis de pacifista por pressionar a Israel e Egipto para que alcançassem um acordo de paz e, a posterióri, o poder absoluto para armar tanto a Israel como a Egipto e supervisar as suas relações hostis. Os cães ladram quando se sintem inseguros; Israel -na Folha de Ruta das 8 milhas de ancho para o seu Estado- sentirá-se permanentemente insegura, quando não histérica. O acordo de paz com os árabes convertiria Israel num corredor tão angosto que fazeria impossível que afrontasse uma guerra com garantias.
Israel relaxara-se demassiado tras 1967, disfrutando duma grande profundidade defensiva no Sinai. Uma Israel ridiculamente estreita em termos territoriais, arrodeada por Hezbolá e o seu protectorado libanês, os territórios controlados por Hamas (saturados de missis russos), Síria, Irak e Jordânia, ve-se obrigada a empunhar as armas para manter a raia aos seus inimigos. Os inimigos, à sua vez, estarão atemorizados, e sustentarão a espiral armamentística dirigindo os seus olhos aos EEUU. Seria tranquilizador acreditar que a política exterior dos EEUU é absurda. Não. É diabólica.
Só um judeu estúpido pode imaginar que a Administração USA procura o melhor para Israel no “Processo de Paz”.
OBADIAH SHOHER
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