A comunicação global permite que tenhamos conhecimento de factos remotos, mas a maquinária de propaganda estatal facilita –por essa mesma globalização- que esses factos nos chegem mais distorsonados. Resulta pasmoso que a maioria dos occidentais imaginem Israel como um Estado liberal democrático, proclive aos judeus e combatente contra os árabes. O primeiro nunca foi certo; e as outras duas afirmações têm sido falsas durante os últimos trinta anos. Vejamos os factos de perto.
Israel nunca foi um Estado liberal. Foi desenvolvido por comunistas de pata negra –tão de pata negra, que emigraram da URSS para fundar aínda mais kibbutzim socialistas. Os kibbutzim personificavam a ideia de comunismo aínda em maior medida que as colectividades estatais soviéticas: a propriedade era comunal, os ingressos dos indivíduos eram socializados e depois distribuídos arbitrariamente, os rapazes eram educados pela comuna mais que pelos seus próprios pais, e alguns kibbutzim experimentaram com a ideia genuinamente comunista de estabelecer relações sexuais de tipo comunal. Até finais dos anos 70, os serviços secretos israelis e os altos escalafões das IDF estavam formados exclussivamente pelos membros mais esquerdistas do MAPAI (Partidos dos Trabalhadores). Israel encaminhava-se tão firmemente pela via socialista, que Stáline a apoiou tanto politicamente na ONU como militarmente mediante a venda de armas através de Checoslováquia. A economia israeli é tipicamente comunista: sólida propriedade estatal, relações laborais fortemente transversalizadas pelos sindicatos, susceptível de estalidos periódicos de inflação, altamente protectora em termos de taxas arancelárias, imensamente regulada até o ponto de que os cidadãos de a pê acham praticamente impossível promover negócios produtivos, e com uma elevadíssima redistribuição da riqueza através de impostos astronômicos. O gasto público no Produto Nacional Bruto é de longe o mais elevado do mundo occidental. Israel, hoje em dia, é o prototípico país post-comunista.
O sionismo nunca esteve associado ao ideário judeu. Todos os pais fundadores do Sionismo eram judeus seculares e assimilados. A sua ideologia era exactamente a mesma que a dos “civilizados” ántisemitas alemães de finais do século XIX: os judeus são um ente raro que debe ser transformado para ser como o resto da gente. Portanto a judeidade era algo explicitamente rechaçado. Os sionistas queriam construir um novo Estado mais que recuperar o antigo Estado judeu. Seguindo a Hertzl, muitos sionistas aceitaram Uganda melhor que a Terra de Israel para fundar o Estado judeu e, só incidentalmente, assentaram-se em Palestina, maiormente para colheitar apoios para um Estado judeu entre as potenças cristãs. Os sionistas intentaram instituir o alemão na língua oficial de Israel; fracassado o seu intento, figeram uma transposição duma jerga baseada na língua russa a partir do abecedário hebreu –que hoje em dia se faz passar pelo precioso hebreu bíblico
Em conjunção com as organizações da Diáspora, Israel debilita os valores judeus. A fim de constituir-se em exemplo moral do mundo os judeus têm que ser diferentes; se não somos diferentes, daquela onde está o exemplo? Mas a assimilada dirigência quere que os judeus se amosem como assimilados. Se os judeus se assimilam, estes dirigentes não-electos perdem a sua audiência. Assim que o establishment judeu intenta manter um balanço fitício entre a assimilação cultural e a perseverância nacional. O qual é impossível: se os judeus são pessoas como as demais, por que rechaçar os matrimônios mixtos? Se o judaísmo é ético, são os gentis menos éticos? Provavelmente os gentis são perfeitamente éticos, e a sua ética é indistinguível da ética judea. Os dirigentes ateus que abandoaram o judaísmo e a luta pela rectitude moral não podem exigir aos judeus uma razão de serem diferentes, deevitar o matrimônio mixto, uma razão, enfim, de serem judeus. Os dirigentes reempraçam os judaísmo pelas festas de Hanuká nos templos reformistas. Os seus rabinos não contam às massa a autêntica história e significado da Hanuká, que não foi uma guerra de independência (Judea simplesmente trocou um dirigente imperial grego por outro romano), senão uma brutal guerra civil entre judeus ortodoxos e progressistas que ansiavam a helenização do país. Os modernos judeus tolerantes enfatizam a liberdade de culto que Israel oferece a todas as religiões
Israel carece de liberdade de expressão. Existe censura militar, mas aínda mais determinantes para a liberdade de expressão são as leis israelis de difamação. Mentres qualquer país civilizado permite a difamação das figuras públicas –protegendo o interesse público ao sacar à luz as suas tropelias- em Israel (como em Rúsia) as figuras públicas disfrutam duma melhor protecção legal contra a difamação que qualquer cidadão de a pê. Os jornalistas israelis que escrevem contra qualquer figura pública devem estar preparados para demonstrar todas e cada uma das palavras diante dum tribunal, mentres que nos países civilizados a doutrina imperante é a contrária: as figuras públicas difamadas têm que demonstrar a intenção perversa da parte ofensora. As figuras públicas israelis têm demandado a inumeráveis jornalistas por acusações não provadas, conjecturas, e por meros agrávios, obtendo amiúde indemnizações multimilhonárias. O Governo outorga as licenças aos mass media –e nenhum meio de direita obtém licenças de emisão televissiva. Não existem jornalistas de direita em Israel porque nenhum medio está disposto a publicar-lhes. O The Jerusalem Post é o único jornal “centrista”. Os mass media israelis pertencem na sua totalidade a oligarcas dependentes economicamente do Governo, e que não têm interesse
A liberdade de expressão está legalmente restringida
A polícia dispersa violentamente as manifestações pacíficas, partindo alguns ósos dos manifestantes de modo rutinário, golpeando-os sem piedade, e rompendo-lhes amiúde o rosto. A polícia tem perpetrado progromos ao estilo cosaco nos bairros religiosos para desalentar as pacíficas protestas religiosas contra acções deliberadamente provocadoras como são os desfiles de maricas em Jerusalém; a polícia irrompeu no vizindário de Mea Shearim pela noite, rompendo as janelas com canhões de água a pressão, destroçando portas que estavam abertas, e golpeando aos religiosos judeus, desde crianças até os ancianos rabinos. A polícia rutinariamente detém a activistas de direita que participam em manifestações pacíficas mantendo-os retidos durante meses sem cárregos, ou inventando cinicamente absurdos cárregos como que uma anciana atacasse violentamente às forças de seguridade. Existem muitos casos de polícias arrestando e golpeando mulheres judeas que portam os seus recém nascidos nos brazos. A polícia soe deter e golpear a adolescentes, tanto rapazes como rapazas, inclusso menores de 12 anos, simplesmente por participar em manifestações çanti-governamentais. Esses casos de extrema brutalidade policial –incluíndo documentados intentos de violação e abuso sexual-, ósos partidos e fígados danados, sempre resultam impunes. A polícia procede freqüentemente contra os judeus em conjunção com o exército, embora qualquer país civilizado proíbe o uso das forças militares contra o seu próprio povo. Quase qualquer manifestação promovida por grupos de direita vam acompanhada de violência policial. O trato que a polícia dispensa aos grupos esquerdistas é, porém, extremadamente benévolo: os anarquistas israelis e estrangeiros rompem de modo rutinário a barreira de separação ante a mirada indiferente da polícia. Tamanhe actitude violenta é inimaginável numa concentração da direita, que são metidos em gaiolas sob o pretexto de qualquer falta de consideração de índole menor. A polícia israeli actua especificamente contra os opositores de direita do regime. Resulta decisivo para o establishment israeli silenciar qualquer expressão nacionalista, porque as políticas derrotistas e ánti-judeas são tão absurdas que o menor disenso público botaria abaixo todo o sistema.
As forças de seguridade israelis perseguem aos oponhentes políticos do regime. Os activistas patriotas judeus são rutinariamente sentenciados ao amparo das disposições ánti-guerrilha da Administração do Mandato Britânico (aínda operativas em Israel). Isso supõe que os judeus seguem sendo julgados em secreto diante de tribunais militares. Aos advogados defensores não se lhes permite conhecer os cárregos contra eles –pois devem ser, segundo se estabelece, secretos. Os terroristas afganos em Guantânamo e os terroristas palestinianos que comparecem ante esses mesmos tribunais israelis disfrutam dum processo transparentemente devido muito superior que os próprios judeus. A polícia irrompe nos domicílios dos patriotas judeus ao seu livre antolho, a pesar deque não existe livre alhanamento policial
Os legisladores occidentais consideram geralmente a Corte Suprema Israeli como a Corte mais intervencionista do mundo. A Corte ultraesquerdista câmbia e emenda as leis ao seu antolho, derroga sentenças baseando-se exclussivamente no que eles consideram justo, sem fazer nem sequer uma referência às leis nas que se apoiam, e controlam de facto tudo, desde o âmbio militar até a política de construcção. A Corte Suprema é quem decide, amiúde, os passos a dar pelas IDF, como afastar um posto de controlo uns metros mais ou menos. A Corte julga uma imensa quantidade de casos triviais, usurpando na prática o poder executivo. A Corte Suprema elige os seus próprios juízes.
Houvo um juíz em Israel chamado Yiftah. Um Robin Hood na sua mocidade, desconhecia a Torá e as leis. Mas defendeu Israel contra os seus inimigos. E fazendo-o foi um milheiro de vezes mais justo que qualquer dos que hoje supostamente velam pelo cumprimento da Lei.
OBADIAH SHOHER
5 Iyar 5769 / 29 Abril 2009
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