REPUGNANTE CAMPANHA DO CONCELHO DE YESHA

Chegando a Jerusalém na véspera de Shabat tivem a oportunidade de ver uma foto num enorme balado da entrada de Shiloh, Shevut Rahel, e da suas comunidades adjacentes. A lenda, junto a image dum rapaz loiro de olhos azuis, disfarçado duma espécie de Kohen Gadol [Sumo Sacerdote] dizia: “Yehudah e Shomron [Judea e Samaria], a história de todos os judeus”.

O anúncio forma parte do último intento da campanha de publicidade do Concelho de YeSh’A [Judea, Samaria e Azza] de ganhar-se os corações dos israelis de a pé que vivem na costa, em Galilea e no Negev.

A campanha não só supõe um malgasto de impostos públicos, senão simplesmente uma bassura.

A fotografia do website oficial da campanha amosa um grupo de crianças de pele quase transparente e narizes chatos. Nem sequer existe algo semelhante noutras páginas estrangeiras. De existir, pelo menos, este anúncio teria um pouco de sentido, na procura das simpatias dos “amigos” cristãos e dos milhonários askenazis dos EEUU. Não. Nem sequer se pararam a pensar nisso. Figeram-no? (existe acaso uma versão em língua inglesa oculta nalguma URL extraviada?). Estou atónito, também, porque esta foto tem muitas mais reminiscências cristãs, de librinhos escolares sobre a Bíblia e vídeos sobre o Natal cristão, que qualquer coisa que tenha a ver com os judeus.

Assim e tudo, um acerto da campanha é lembrar aos judeus que Yehuda e Shomron formam parte do coração do Fogar Judeu. Certo. E, portanto, da “história de todos os judeus”.

A fotografia também não apresenta rapazes com longos payot [tirabuzões] ou visíveis kippot cobrindo a cabeza. Os Tzitzit [túnicas com flecos], em caso de havê-las, estám bem escondidos baixo a roupa dos rapazes, inclusso a pesar de que na época que representa a composição gráfica essas vestimentas eram portadas com absoluta vissibilidade –muito mais que a actual “juventude das colinas”.


Isto último intenta ser um óbvio intento de evitar qualquer associação com a “juventude das colinas” [mozidade patriota dos actuais assentamentos], que são considerados pelos autores do cartaz, sem dúvida, elementos “extremistas”. O irônico é que boa parte desses “extremistas” vivem nas colinas que arrodeam as comunidades de Shiloh, assim como na própria Shiloh.


Se o Concelho de YeSh’A acredita que ganhar o apoio do público israeli hoje em dia serve para algo, daquela é que vivem num mundo de fantasia. Acreditam realmente que o público israeli de a pé sairá à rua a protestar massivamente contra as vindeiras expulsões de judeus?


Mirade o que se passou quando os residentes de YeSh’A foram porta a porta (de Ofra até Holon, de Shiloh a Kiryat Ono, etc.) tratando de convencer aos membros do Likud de votar contra a proposta política do seu partido de evacuar Azza. Provavelmente, o 60% daqueles que votaram no referéndum, votaram contra a proposta. Sem embargo, o daquela Primeiro Ministro Ariel Sharon ignorou soberanamente os desejos das bases do seu partido, e expulsou a 8.000 judeus das suas casas sem mais miramentos.


Encobertamente ou não, o Concelho de YeSh’A colaborou com o Governo na expulsão dos judeus de Azza. Quando o residente de Neve Deqalim, Efraim Tashnady, se dirigiu às autoridades locais e aos “rabinos” de Azza para perguntar qual era o seu plano para resistir à expulsão, a resposta foi: rezar.


Como Efraim, eu também não tenho palavras, de que aínda haja judeus que depositam a sua fê no Concelho de YeSh’A. Sem dúvida contam com bons judeus como a cabeza vissível do Concelho, Gershon Mesiqa. Mas quando a gente prefere a pessoas como Danny Dayan, Shaul Goldstein e Pinhas Vallerstein…


O Concelho de YeSh’A receve o seu orzamento directamente da Oficina do Primeiro Ministro. Na maioria dos países considerados “normais”, isto seria qualificado como mínimo de “um conflito de interesses”.


Assim que, que será o que se trai nesta oportunidade o Concelho de YeSh’A entre mãos?


O Rabbi Binyamin Kahane (HY’D) tinha razão quando dizia que o melhor é lhes deixar que pensem que somos uns lunáticos violentos. Só assim cabe a possibilidade de que nos deixem em paz.



YA’AQOB BEN YEHUDA


10 Iyar 5769 / 4 Maio 2009


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