OBAMA E ISRAEL


Todo o mundo conhece ao pastor do Senador Barack Obama, o Reverendo Jeremiah Wright, e as suas extremistas opiniões sobre os EEUU e os seus desvarios razistas contra os brancos. Menos conhecido é o seu discurso sobre Israel: proclamas para devastar a Israel, culpando-o do 11-S; publicação de propaganda de Hamas no seu boletim eclesiástico; acusações contra Israel de “terrorismo de Estado”; e honra e pregárias para o líder e portavoz razista ánti-semita de Nação do Islão, Louis Farrakhan.

O Senador Obama tem intentado racionalizar o discurso do ódio de Wright como um produto da adversidade e de ter crescido entre a discriminação. Mas os judeus sempre estiveram na linha da fronte combatendo pelos direitos civis. A própria Israel tem um excelente historial na ajuda aos Estados de África nas esferas médica, educativa e agropecuária. As invectivas de Wright contra Israel carecem de base e levam a lembrar as palavras de Martin Luther King: “Quando a gente critica ao sionismo refere-se aos judeus, e isso é ánti-semitismo”.

Não cabe dúvida de que Wright ódia Israel. A questão é: afecta a influência de Wright ao que Obama pense de Israel? Obama tem acudido à sua igreja e confiado em Wright durante mais de 20 anos.

Certo, Obama fixo várias declarações pro-israelis tendo em conta a importância de Israel como aliado e apoiando o seu direito de auto-defesa durante a Guerra do Líbano em 2006. Mas existem sérias dúvidas de que essas declarações refrexem o seu ponto de vista actual. Wright, dirigindo-se ao Clube Nacional de Imprensa, dixo que Obama diz o que tem que dizer para resultar eligido.

De ser certo, não seria a primeira vez. Obama dixo na campanha aos votantes de Ohio que se retiraroa unilateralmente do Acordo do Atlântico Norte para o Livre Comércio (NAFTA). Mas o seu conselheiro económico, o professor da Universidade deChicago Austan Goolsbee, dixo em Canadá que isso era simples retórica eleitoral dirigida aos votantes das primárias em Ohio.

Outro caso significativo é o de Ali Abunimah, um activista palestinião que apoia o desmantelamento de Israel e a criação de um único Estado dominado pelos palestiniãos. Abunimah tem sido amigo de Obama durante anos e tem escrito que Obama era um grande crítico de Israel, mas que a sua retórica se modificou quando optou a um posto no Senado. Diz que em 2004 Obama lhe comentou: “Hey, sinto não ter falado muito sobre Palestina, mas achamo-nos numa competida carreira face as primárias. Espero que quando as coisas vaiam rodadas poda ser mais explícito”.

Tudo isto aponta a um posicionamento ante Israel susceptível de ser muito polêmico e inclusso hostil, apesar das tranquilizadoras que Obama vem usando até o momento. Devemos estar preocupados também pelo facto de que tenha recebido o visto bom do grupo terrorista palestinião Hamas, e figuras ánti-israelis como Michael Moore e o antigo presidente Jimmy Carter.

Naturalmente, Obama não é quem de evitar receber apoios inoportunos dos demais. Também se tem distanciado –com muito retrasso- de Wright. Mas Obama sim que pode controlar absolutamente a quem escolhe como asessores. E no referente a Israel e o Médio Leste, os seus asessores são uniformemente hostis a Israel.

O mais destacado entre eles é o diplomático Daniel Kurtzer, que forçou à Administração Reagan em 1988 a reconhecer à criminal OLP. Kurtzer tem aceitado as declarações moderadas da OLP em inglês, mentres que tem ignorado as suas declarações incendiárias em árabe. Tem exercido pressão a Israel para fazer concessões à OLP. A corrente dominante da Conferência de Presidentes das Grandes Organizações Judeas nos EEUU criticaram publicamente a Kurtzer em 2001 pelas suas desaforadas críticas a Israel por matar a um líder terrorista palestinião. Negociadores israelis como Itamar Rabinovitch, e antigos Primeiros Ministros como Yitzhak Shamir e Binyamin Netanyahu têm-se referido explicitamente à hostilidade de Kurtzer ao longo dos anos.

Outro asessor de Obama, Robert Malley, dirige um grupo de analistas políticos do Médio Leste que trabalham para o think-tank fundado (em parte) pelo bilhonário ánti-israeli GeorgeSoros. Malley tem exigido que o requisito da Folha de Ruta de 2003, relativo a que a Autoridade Palestiniã desmantelasse os grupos terroristas, não seja aplicado, e que se imponha um acordo global apesar das objecções israelis.

O asessor militar de Obama, e chefe adjunto de campanha, o General Merrill “Tony” McPeak dixo em 2003, quando foi perguntado pelo motivo da parálise no processo de paz palestinião-israeli, “New York City, Miami. Temos uma enorme bolsa de voto aqui a favor de Israel, e nenhum político quere botá-la a perder”.

Temos, depois, à antiga empregada de alto rango na campanha de Obama, e asessora em política exterior, Samantha Power, que propujo em Abril de 2002 que os EEUU deveriam deixar de apoiar financeiramente ao exército israeli e, em vez disso, investir no Estado palestinião, com despregue militar no terreno para protegê-los do genocídio israeli. Em Fevereiro de este ano, Power expressou a sua irritação pelo facto de que o New York Times rematara reconhecendo que em 2002 não houvo nenhuma massacre de palestiniãos em Jenin. Power foi posteriormente relegada da campanha de Obama –não pelas suas posições ánti-israelis, senão por chamar “monstro” a Hillary Clinton.

Outra conselheira de Obama, Susan Rice, segundo se diz convenceu a John Kerry, quando este competia pela Presidência em 2004, de que anunciasse que se resultava eligido nomearia a dois dos antigos políticos mais ánti-semitas, Jimmy Carter e James Baker, como enviados na zona. E, por último, está Zbigniew Brzezinksi –asessor de seguridade nacional de Jimmy Carter-, uma pessoa com uma longa carreira de hostilidades face Israel, que também tem sido conselheiro de Obama. Brzezinksi criou grande controvérsia o ano passado quando escreveu um artigo defendendo o Tratado ánti-semita Mearsheimer & Walt contra a política exterior dos EEUU e do lobby pró-israeli.

Tudo o relativo ao passado de Obama –a sua política radical, a sua associação durante décadas com Wright e a sua congregação extremista, as testemunhas dos seus sócios ánti-israelis, assim como os seus pontos de vista actuais não menos ánti-israelis, e a sua eleição de asessores para o Médio Leste- sinala a alguém que poderia ser o Presidente menos amigável para Israel que nunca tenha havido. Os estadounidenses que se preocupam por Israel e a aliança Israel-EEUU deveriam sentir temor.



MICHAEL GOLDBLATT

(8 Elul 5768 / 08 September 08)

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