Sarah Palin tem uma filha menor embaraçada, e ela própria exibe com orgulho o seu menino de meses. Trig seica se chama, e padeze síndrome de Down.
A propósito do que a doble moral escandalizada dos progres quixo alimentar –como único argumento “sólido” em contra da surpressiva nominação- como “o tema da filha”, a Sarah Palin poderia-se-lhe acusar de hipocresia se, sendo como é conservadora, tiver aplicado a receita progre no caso de embaraço em menores de idade: levar à sua filha da mão a abortar numa clínica custeada com os impostos de todos os contribuíntes. Não foi o caso. Muito além disso, Palin é militante de Feminists for Life, uma admirável associação que trabalha para facilitar recursos de atenção sanitária e económica a jóvenes estudantes embaraçadas ou com crianças a cárrego.
Sarah Palin é uma política liberal pata negra –na melhor tradição dos Goldwater ou Reagan- que pode enderezar a errática e gris campanha de McCain face as eleições de Novembro. A apisonadora progressista nos EEUU –e sobretudo em Europa- está colapsada e contém a respiração; o que há só um par de semanas apresentava-se-lhes como um paseio marcial face a Casa Branca, com percentagens diferenciais em intenção de voto de duas cifras, tem sofrido nas últimas horas o sorpasso do ciclão Palin. Os Demócratas estám muito nervosos. Hussein Obama, o homem do novo talante, chamou-na “porca com pintalábios”. Isso não vem na minha edição do Tocqueville, nem nos discursos de Luther King ou Jefferson.
Sarah Palin –contra o que vos digam Iñaki Gabilondo e os judeófobos de “El País”- não é uma desconhecida para os norteamericãos, nem uma inexperta, como sim o é Husseín Obama. Tem governado nos últimos anos o Estado de maior extensão nos EEUU, o que fornece com mais do 20% da producção energética ao país. Sobre a cruzial questão económico-energética (entramado do gas e petrolífero) sabe mais que Husseín e a sua equipa directa juntos. Daqui a Sebastopol, vamos.
Sarah Palin teve a coragem de enfrontar-se em Alaska ao seu próprio partido –carcomido pela corrupção, o gasto público e o colegueo com as corporações petroleiras. E está a favor do recurte radical de impostos (é pois do bando correcto, dos amigos de Adam Smith, Hayek e Friedmann: dos que sabem que um bilhete está melhor no meu peto que no peto dos mangantes do Estado).
Mas apoiar o tandem Palin/McCain não só tem a ver com defender um Estado menos intervencionista, ou um marco de relações internacionais mais sensato. Apoiar o PR é dar um soberano corte de mangas aos WASP multimilhonários da Costa Leste, ao todopoderoso sindicato de actores hollywoodienses amigos de Castro e simpatiçantes da “insurgência” islamista. A George Clooney que anhora o comunismo estalinista dos 50, e a Michael Moore –que é parvo . (Por certo, Susan Sarandon e Tim Robbins encabeçam a lista dos que prometeram exilar-se se vencem os republicanos. Como dissera Tom Wolfe nas anteriores, “votaria a Bush só por ir ao aeroporto a despedir a todos os que dizem que, se ganha, marcharão para Londres”).
Votar desta vez aos do elefante vermelho, com Palin respaldando a McCain, tem a ver, sobretudo, com dizer não a um cônclave de progres que querem impôr a toda uma sociedade a sua perversa maneira de entender a moralidade –ou seja, a ausência de toda moralidade e a supremacia do relativismo. Apoiar a Palin/McCain é desmascarar a maquinária esquerdista metastizada em quase todos os meios de comunicação; esses râncios hipócritas que, a falha de argumento melhor, levam duas semanas lapidando a uma adolescente pelo delicto de estar embaraçada, não estar casada e não ter abortado. Quando os progressistas começam a agir histericamente como se fossem contrários ao sexo pré-matrimonial e a que uma mulher com filhos poda fazer carreira política, sabemos que a eleição para a vicepresidência de McCain tem acertado na sua linha de flotação.
Por último, mas para mim o mais importante: Palin é uma grande amiga de Israel. Não porque tenha no seu despacho de Juneau uma bandeira com a Magem David, nem porque às vezes se pendure uma insígnia da pátria judea; senão porque as suas propostas energéticas encaminham-se a reduzir a dependência da OPEC, e portanto a ter as mãos livres à hora de ajudar ao aliado israeli. Especialmente significativas foram há uns dias as suas manifestações em contra de reunir-se ou dar cancha ao criminal Ahmadineyad ,“um ánti-semita que nega o Holocausto” diz que dixo.
Diredes que sou muito entusiasta e que se me vê o plumeiro. Não tendes razão.
Desgosta-me, e muito, a tradicional política intervencionista dos dois grandes partidos usenhos (“socialistas de todos os partidos”, proclamava Von Mises), e sei que Palin pouco pode enderezar o programa de governo se ressultam finalmente eligidos. Mas à vista dalgumas propostas a nível económico e, sobretudo, da política de alianças e relações a nível internacional dos uns e os outros, vejo o trunfo do PR como um necessário mal menor. Não levam o programa económico que poderia ter impulsado Ron Paul, mas o atraco ao pequeno e mediano contribuínte será mais moderado que se ganha Hussein Obama. Não é previsível que nos cem primeiros dias ataquem Irão ou derroquem a Chávez –como seria desejável-, mas também não se reunirão a falar de tu a tu com o Führer de Teheran nem têm como siareiros aos criminais de Hamas.
Sarah Palin está a favor da independência energética respeito o mundo árabe.
É membro da Associação Nacional do Rifle e, portanto, defensora dos direitos recolhidos na 2ª Emenda.
Não agacha a cabeça. É feminista e firme defensora da vida.
Apoia um drástico adelgazamento fiscal.
Simpatiça com Israel e considera a sua preservação e defesa um imperativo bíblico.
Tem-se-lhes atragantado aos progressistas.
E ainda por riba é guapa.
SOPHIA L. FREIRE *
* Sophia L. Freire é diplomada em Relações Laborais. Trabamos relação mediados os 80 quando colaborou nalgumas iniciativas de jornalismo independentista. Esteve na CXTG-IN e militou na APU. Vinte anos depois, incorporamo-la à equipa dos ULTIMOS DIAS DE BAR KOCHBA.
Etiquetas: Rua da Sinagoga
J. disse...
Saúdos a Sophia por esta primeira intervención. Maila non estar dacordo en bastantes cousas das que di, non se lle pode reprochar que non argumente os seus postulados (que xa é máis do que fan os wonderboys "El País"!).
Apertas a ambos.
12/09/08, 21:55
Sophia L. Freire disse...
Obrigada e saúdos para você!
12/09/08, 22:38