A RESPONSABILIDADE POR VENDA DE ARMAS


Rússia ajudou a Índia com o seu programa nuclear para vingar-se do apoio que Pakistão dera às forças ánti-soviéticas em Afeganistão. Rússia tomou repressálias contra Israel, por suministrar armamento a Georgia, proporcionando Missis Terra-Ar [SAM] a Síria. Síria sugeriu aos russos que se cobrassem vingança pelo despregue de Missis Ánti-Balísticos [ABM system] em Polônia, fazendo outro tanto no seu território. Israel bombardeou o reactor nuclear sírio com o assesoramento de Corea do Norte. Rússia vende sistemas ABM a Irão para compensar o despregue dos EEUU no Meio Leste.

A diferência entre armas defensivas e ofensivas é artificial. As aeronaves de guerra israelis são utilizadas para a defesa estratégica. Irão utiliza os seus estrictamente defensivos SAM para proteger as suas capazidades nucleares ofensivas. Podem ser considerados responsáveis os proveedores de armamento? De ser assim, pelos ataques directos ou pelo suministro de armas ao inimigo, segundo o quid pro quo? E se não existe quid pro quo?: Síria, certamente, ameaça a existência mesma de Israel com o armamento russo, mas Israel não seria capaz de dotar de suficiente armamento a Georgia como para que supugesse uma ameaça real para Russia.

As normas e a justiça só funcionam no micronível, entre a gente, porque a gente é algo concreto, inclusso se a comparamos à aplicação das leis pelo abrumador poder do Estado, e as suas interacções ajustam-se a patrões estatísticos. Nas relações internacionais, porém, não podem existir regras porque os assuntos são muito desiguais, as interacções muito escasas, e consequentemente as normas abstractas não podem ser desenvolvidas. Nas relações exteriores, Israel tem que golpear tão forte como poda em cada caso particular, e fazer caso omiso das protestas internacionais.


OBADIAH SHOHER

(24 Elul 5768 / 24 Setembro 2008)

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