Ante a visita no mes de Maio do Papa Benedicto XVI a Israel, o Rabino do Muro Occidental, Shmuel Rabinovitch, vem de dizer, segundo informa The Jerusalem Post, que não é apropriado visitar esse lugar luzindo um cruzifijo.
O Papa leva uma cruz em todas as suas aparições públicas, e está previsto que visite o Muro Occidental o próximo 12 de Maio, tras um encontro com dirigentes religiosos muçulmãos na Cúpula da Roca.
Tras a visita, que incluirá um encontro com Rabonovitch, o Papa reunirá-se com os dois Rabinos Chefes de Israel, Yona Metzger e Shlomo Amar.
“A minha postura é que não é adequado entrar na área do Muro Occidental portando símbolos religiosos, incluíndo uma cruz”, dixo Rabinovitch numa entrevista telefónica com The Jerusalem Post o passado luns. “Pensaria o mesmo dum judeu que levasse um tallit e filactérias ao entrar numa igreja”.
Rabonovitch é o responsável do decoro nesse lugar. “Nos dias vindeiros discutirei o tema com os assessores do Papa”.
Pela sua banda, Wadie Abunasar, coordinador informativo para a visita papal à Terra Santa, dixo como resposta que o Papa não prescindirá da sua cruz de nenhuma das maneiras: “Não posso imaginar ao Santo Pai renunciando à cruz”.
A pesar do precedente no ano 2000, de Juan Pablo II portando um cruzifijo, Rabinovitch mantém a sua postura contrária à exibição de símbolos religiosos. Nos últimos anos têm-se registado, quando menos, dois incidentes nos que Rabinovitch impediu o acceso ao Muro Occidental a cregos cristãos levando cruzes.
Em Novembro de 2007, impediu a um grupo de bispos austríacos –dirigidos pelo Arzepisbo de Viena, Christoph Schonborn- acceder ao lugar depois de que os cregos se negassem a quitar ou esconder as suas cruzes.
Rabinovitch manifestou ao The Jerusalem Post que “os cruzifijos são um símbolo que fere a sensibilidade dos judeus”.
Em Maio de 2008, um grupo de prelados irlandeses, de igrejas católicas e protestantes, foram disuadidos de visitar o Muro Occidental por idêntica razão.
Rabinovitch também se opõe às medidas do Governo tendentes a proibir o acceso de crentes ao Kotel durante várias horas antes e durante a visita papal.
“A polícia e o Shin Bet reuniram-se comigo e solicitaram certas medidas de seguridade durante a visita, que incluiriam fechar o Muro à gente que queira acudir a orar. Durante os passados 42 anos a ninguém se lhe tem proibido rezar no Muro Occidental e, se D’us quere, não se lhe proibirá nunca a ninguém. O Kotel pertence a todo o mundo”.
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