Em 1943, Robert Antelme, redactor do Ministério de Informação francês incorpora-se à Resistência, junto com a sua dona Marguerite Duras. Em 1944 é detido pela Gestapo e deportado a Alemanha, junto com a sua irmão Marie-Louise. Buchenwald, Gandersheim e Dachau, foram as etapas sucessivas da sua deportação.
No mes de Maio de 1950, Robert Antelme escreveu uma “Memória justificativa”, manifestando as suas reservas de fundo sobre o comportamiento estalinista do seu Partido (o PCF) e o comportamento dos comunistas (alemãs, franceses, espanhois) no campo de concentração názi de Buchenwald. Essa Memória publicou-na a revista parisina Lignes no mes de março de 1998 [Adjuntamos aquí esse documento
Na sua autocrítica, dirigida à direcção do PCF, reivindicando com orgulho a sua condição de comunista, Robert Antelme avança as seguintes afirmações e reservas morais:
1.- Jorge Semprún (o “camarada Sp”, no seu texto) denunciou à direcção do Partido a quase todos os membros da célula da rue Saint Benoit, entre os que se achaba Marguerite Duras, que sempre se referia a Jorge Semprún como “chivato”.
2.- Os comunistas aceitaram dos názis a gestão administrativa do campo de concentração de Buchenwald.
3.- Entre outros trabalhos de colaboração administrativa, eram os comunistas quem deviam entregar aos názis aos reclussos condeados a trabalhos dos que não se volvia nunca. Os comunistas faziam uma selecção política, entregando aos companheiros que não compartilhavam as suas ideias.
4.- Antelme confissa ter compartilhado a fê messiânica de quem consideravam oportuno enviar à morte certa aos companheiros de campo; já que os comunistas deviam salvar-se para construir “um mundo melhor”.
5.- Antelme confissa a Semprún as suas dúvidas morais sobre tal comportamento comunista,
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