O Primeiro Ministro Netanyahu equivoca-se se acredita que o seu discurso do passado 14 de Junho apaciguar´´a o estridente criticismo do Presidente Obama respeito dos “assentamentos” (comunidades judeas de Jerusalém, Yehuda e Shomron). De igual maneira que o Presidente Obama se equivoca considerando os “assentamentos” como um obstáculo para a paz.
Em Setembro de 2005, Israel evacuou 25 comunidades judeas de Gaza e Shomron. Gaza passou a ser Judenrein, em aras de, pretendidamente, avanzar na coexistência pacífica. Porém, as expectativas viram-se frustradas. O desmantelamento dascomunidades judeas foi percebido pelos árabes como umaforma de erosionar a Ariel Sharon, o modelo por antonomásia da tenacidade judea. A evacuação indujo uma escalada da violência, com a fabricação e lançamento de mísseis contra as comunidades judeasdo sul de Israel. E pavimentou a estrada para o meteórico auge de Hamas. Mas, Obama, afirma que os “assentamentos” são um obstáculo crítico para a paz...
O Presidente Obama considera os assentamentos como a raíz da hostilidade árabe contra o Estado judeu. Sem embargo, a ofensiva árabe-palestiniana contra o Estado judeu não foi provocada pelos assentamentos. De facto, os assentamentos estabeleceram-se em Yehuda e Shomron tras as guerras de 1967, 1956 e 1948, tras a campanha sostida de terrorismo árabe entre 1949-1967, tras a fundação em 1964 da OLP, tras a matanza da comunidade judea de Hebron em 1929, e a expulsão aquele mesmo ano da comunidade judea de Gaza, tras as massacres dos anos 20, 30 e 40 contra a comunidade judea de Gush Etzion, etc. Mas, Obama, considera que os assentamentos são o obstáculo crítico para a consecução da paz.
O Presidente Obama considera que 300.000 judeus (o 17 %), que reside entre o milhão e meio de árabes de Yehuda e Shomron, são um obstáculo para a paz. Por que considera, daquela, que os 1’4 milhões de árabes que residem entre os 6 milhões de judeus anteriores às fronteiras de 1967, são um exemplo de coexitência pacífica?
Obama exige a evacuação das comunidades judeas de Yehuda e Shomron, a fim de, supostamente, avanzar no caminho da paz e dos direitos humanos. Está disposto, portanto, a exigir também a evacuação das comunidades árabes do território da Israel anterior a 1967?
Dado que Obama é tolerante com a oposição árabe a qualquer presença judea em Yehuda e Shomron –inclusso sob mandato árabe-, toleraria a oposição judea a qualquer presença árabe na Israel das fronteiras anteriores a 1967? Mentres que qualquer intento dos judeus de residir nas áreas controladas pela Autoridade Palestiniana têm provocado um intento de linchamento, os árabes têm sido acolhidos pacificamente nas áreas controladas pelos judeus de Yehudae Shomron e na Israel pre-1967. Não alerta isto ao Presidente Obama da natureza das autênticas intenções árabes e qual é o autêntico obstáculo para a paz? Mas, Obama, considera que os assentamentos são o obstáculo mais crítico para a paz…
Obama pressiona a Israel, vociferantemente, para que congele a construcção em Yehuda e Shomron, a fim de evitar a criação unilateral de factos sobre o terreno. Estaria disposto a exigir uma congelação semelhante à construcção palestiniana em Yehuda e Shomron, que é 30 vezes mais grande que o ritmo de construcção judeu? A ausência de um trato equitativo, por parte de Obama, prejulga os ressultados, e viola severamente o espírito de qualquer negociação. O que se logra com isso é recompensar o terrorismo árabe, socavando a capazidade israeli de disuasão, e radicalizando, portanto, as expectativas árabes, assim com as suas demandas e violência. Mas, Obama, considera que os assentamentos são o obstáculo mais crítico para a paz…
A ocupação de Yehuda e Shomron entre 1950-1967 por Jordânia só foi reconheida pela Grande Bretanha e Pakistão. O mais recente reconhecimento de soberania sobre Yehuda e Shomron foi o da Liga das Nações, que autorizou em 1922 o Mandato britânico, definindo a Yehuda e Shomron como parte do Fogar Nacional Judeu, o berzo da história judea. O atigo nº 6 do Mandato afirma o direito dos judeus a assentar-se em Yeuda e Shomron. O Juíz Stephen M. Schwebel, antigo Presidente da Corte Internacional de Justiza, determinou que a presença israeli em Yehuda e Shomron sustentava-se na autodefesa e, portanto, não constituia “ocupação”. Eugene Rostow, antigo decano da Esola de Leis de Yale e antigo Subsecretário de Estado e co-autor da Resolução 242 do Conselho de Seguridade da ONU, afirmou que a 242 autoriza aos judeus a asentar-se em Yehuda e Shomron. Os Acordos de Oslo e os seus desenvolvimentos não proíbem os assentamentos. Aínda mais, Israel tem restringido a construcção às terras de propriedade estatal, e não às privadas, evitando a expulsão dos proprietários árabes. Mas, Obama, considera que os assentamentos são o obstáculo mais crítico para a paz…
O Presidente Obama está afrontando câmbios sem precedente numa economia convulsa, reforma do sistema de saúde, guerras em Irak e Afeganistão, uma potencial evacuação do volcão de Irak, as ameaças nucleares de Corea do Norte e Iran, uma possível nuclearização de Al Qaeda, as ameaças do terrorismo islâmico contra os regime pro-americanos, o imperialismo russo e chinês, e uma fronteira crescentemente mais impregnada de violência com México, as “ocurrências” de Hugo Chávez, etc. Mas, Obama afirma que está preocupado com os assentamentos porque são, diz que, um obstáculo crítico para a paz…
A pressão de Obama para congelar a construcção judea em Yehuda e Shomron desvia a atenção e os recursos da principal ameaça para a paz: o rechazo árabe à existência –para além do tamanho que tenha- do Estado Judeu no pretendido território do Islám. Quizás sem querer, Obama está acrescentando combustível, e não água, os fogo das turbulências e a violência no Meio Leste. Mas ele segue vendo os “assentamentos” como o principal obstáculo para a paz.
YORAM ETTINGER
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