DECÊNCIA, POR FAVOR



Reçar no Muro Occidental é um momento muito querido pelos judeus, especialmente o 9 de Av. Esse dia ajunamos e comemoramos a destrucção do Templo.

A atmósfera solene tropeça com os gritos e berridos da multidão de turistas perto do Muro. Posam com a paissagem de fundo dos restos do nosso Templo Sagrado; rim e sacam fotos.

O interior do Vaticano é zona proibida para turistas, e os não muçulmãos são vedados na Meca e, inclusso, nas famosas mesquitas. Jesus advertiu contra botar perlas aos porcos (o Talmud, mais cortesmente, fala de vendedores de cebolas num provérbio similar), mas os dirigentes israelis, ansiosos por eliminar toda traça de religião judea da sociedade, exibem os mais sagrados restos de Jerusalém como se fosse uma ramera, abre-a para que todos a vejam, e os estrangeiros acudam em rebanho a contemplar a sua nudez.

A Cúpula da Roca alça-se sobre o Muro, uma constante e humilhante lembrança do trunfo muçulmão sobre o judaísmo, e também da bancarrota moral do Estado judeu. Nenhum outro Estado toleraria monumentos à ocupação estrangeira nos seus lugares sagrados. Os cristãos convertiram as mesquitas espanholas em igrejas. Os muçulmãos arrasam e queimam sinagogas inclusso nos nossos dias. O Governo israeli preserva a Cúpula, não para evitar ofensas aos muçulmãos, senão para humilhar aos religiosos judeus, o autêntico inimigo deste Estado secular judeu despojado de todo judaísmo.



OBADIAH SHOHER

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