[Advertência: este texto pode resultar ofensivo para os leitores cristãos: sugerimos que o saltem. Trata de questões difíceis e focadas mais bem a comover aos judeus].
Quanto tempo transcorrerá até que tenhamos monumentos a Hitler em Israel? A pergunta é qualquer coisa menos absurda. Meses atrás, o Governo aprovou a construcção de um monumento aos soldados otomãos caídos no Monte do Templo; pouco importa o facto de que alguns desses turcos caíssem lutando contra a Legião Judea.
De todos os países civilizados, Israel é o único que tem uma rua chamada “Muyaidin” –guerreiros sagrados do islamismo-, os terroristas de hoje e yihadistas de ontem. Não estou a falar de uma rua em Ramala, senão na Cidade Velha de Jerusalém. Os palestiniãos vêm plantejando desde muito tempo atrás a sua intenção de volver a enterrar a Arafat, o assassino de judeus, em Jerusalém, uma vez que o Governo israeli lhes entregue a cidade.
Os judeus nomearam timidamente algumas das suas ruas principais “Touro Sanguento” Allenby, general britânico que os permitiu regressar a Tel Aviv tras serem expulsados pelos otomãos que os acusavam de pro-britânicos na 1ª Guerra Mundial. Como se a Allemby lhe importasse um caralho a justiça para os judeus! Puideram volver a Tel Aviv porque no combate geopolítico os britânicos derrotaram os turcos, e não por condescendência alguma do tal Allenby. Esses egocêntricos socialistas judeus ignoraram a absoluta complacência de Allenby com o maior progromo árabe contra os judeus em Jerusalém, que Allemby tolerou para frear a crecente influência judea na cidade. A massacre de religiosos judeus é passada por alto pelos mestres israelis, e os israelis de a pé passeam pelas ruas do “Touro Sanguento” Allemby. Embora, também não é para tanto chamar a uma rua “Allenby” se temos praças que se chamam “Rabin”.
Não temos um problema com os turistas cristãos na nossa terra? A Lei judea, inclusso Rambam o pensador progressista, proibe categoricamente “adoradores estrangeiros” na Terra de Israel. E não me digades que “adoradores do cruzificado” refer-se a quaisquer outros paganos mais que aos cristãos; reservade essas estupideces para as vossas ceas privadas.
Bem, não falemos de religião pelo momento. Esses turistas cristãos são descendentes directos dos Cruzados, da multidão cristã que nos massacrou durante quinze séculos. A cruz nos seus pescoços e a mesma que os Franciscãos usavam para converter pela força às nossas crianças. A Inquisição queimou aos Marrãos, os sacerdotes dirigiram às turbas a fazer progromos nos nossos guetos, e os exércitos cristãos aniquilaram-nos inclusso no século XX. Sim, nos começos do século XX, em Ucrânia, foram assassinados mais judeus de uma só vez que nunca com anterioridade aos názis. E agora o Governo israeli negocia a visa de livre acceso para os ucraniãos. Pois não os queremos aquí!, nem um só! Deixade primeiro que se arrependam, que deixem de profanar as nossas sinagogas e cimitérios em Ucrânia, que deixem de atacar ali os judeus e de propalar o ánti-semitismo, deixade que nos devolvam tudo o que nos roubaram tras nos massacrar –e, depois, falaremos de normalização. Em vez disso, o Governo israeli autoriza comemorações da grande fame dos anos 30 em Ucrânia. Que será o seguinte? Derramaremos lágrimas pela inflacção na Alemanha pré-nazi?
Inclusso para os judeus ateus, não resulta ofensivo que os turistas cristãos, com cruzes nos seus colos, venham aquí especificamente a negar a nossa religião? Detestamos que ánti-sionistas como Jimmy Carter venham por aquí, mas estes turistas rechaçam a pedra angular do sionismo: a fê judea. Acudem ao Gólgota, onde a sua deidade foi executada, e eles –todos eles- acreditam que foi executada por nós, e que nós –os judeus- berrámos “Deixade que o seu sangue se derrame sobre nós e os nossos filhos!”.Antes de lamentar que Shulhan Aruch arremetera contra os cristãos, perguntade-lhes pela onda de ódio face os judeus presente nas suas próprias Escrituras, essas que vêm venerar ao nosso país. Sim, ao nosso país, não a um “enclave internacional”. Quando puideram arrassaram as nossas sinagogas e yeshivas, e ressulta inconcevível que agora nós consintamos que salpiquem de igrejas a nossa cidade santa. Ainda mais obsceno, os israelis cantam “Jerusalém de ouro” alabando as douradas cúpulas muçulmãs e o repique das campãs cristãs. Mas isto inclusso não é nada comparado com dar a benvinda aos alemães de alto rango com uma banda militar israeli interpretando o “Deutschland Uber Alles”.
O turismo é uma fonte de ingressos; é isso o que pensades? Melhor que lembredes a Voltaire, um insolente ánti-semita, que comentava acertadamente que se os judeus tivessem o seu próprio Estado venderiam-no.
Foram assassinados mais judeus no nome de Jesus que no de Hitler –isto está admitido pelos próprios cregos cristãos. Os alemães só levaram as ideias cristãs à sua conclusão lógica. Para além disso, os reis defensores da Cristandade só nos expulsaram, mas o assassinato teria sido mais lógico. Não importa se Jesus foi um bom judeu ou o fundador do mais criminal movimento ánti-semita. Detestamos a música de Wagner não pelo que tenha de meritória (embora tem pouco), senão porque Hitler a adorava. A Cristandade não é um discurso teórico que deva ser julgado pelos seus méritos, senão uma arma prática de morte contra os judeus.
As igrejas cristãs em Jerusalém são uma celebração de Auschwitz.
OBADIAH SHOHER
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