Onde temos escuitado isto antes?
O mundo inteiro está horrorizado ante o comportamento russo. Os russos têm inventado uma nova “nação” necessitada de autodeterminação.
Os árabes utilizam o tema do movimento separatista “palestinião” exactamente da mesma forma em que Rússia utiliza os separatistas ossétios; como uma estratagema para destruir a Georgia. Os russos queixam-se de maus tratos face os ossétios, mas importa-lhes bem pouco os abusos sobre os direitos humanos dentro de Rússia, especialmente em Chechênia. Os russos coordinaram movilizações dos separatistas dentro de Georgia para ter uma justificação à hora de invadir. Apelaram os direitos humanos e a autodeterminação como táctica para entablar uma agressão.
Hmmm, onde temos visto isto com anterioridade?
O relato trai à memória decontado dois paralelismos históricos. O primeiro é a campanha da Alemanha názi em defesa da autodeterminação para os Sudetes alemães dentro de Checoslováquia nos anos 30. Alemanha também inventara um “povo” necessitado de autodeterminação dentro dum Estado mais pequeno sobre o que projectava os seus desígnios; inventou e promoveu protestas por violação dos direitos humanos, e logo utilizou as actividades separatistas nos Sudetes como pretexto para invadir e destruir Checoslováquia em pedaços. De nada serviu que os direitos humanos fossem respeitados um bilhão de vezes mais dentro de Checoslováquia que na Alemanha názi. De nada serviu que os de étnia alemã já tivessem o seu próprio país soberano ao que se podiam despraçar se não eram felizes nos Sudetes checos.
O outro paralelismo histórico concerne à invenção do “povo palestinião”. Os árabes utilizam o movimento separatista “palestinião” exactamente igual que os russos fazem com os separatistas ossétios. Os árabes e os seus apologetas inventam histórias de “abusos contra os direitos humanos” de Israel sobre os “palestiniãos” em igual, ou maior, medida que os russos se inventam contos sobre os maustratos de Georgia com os ossétios. Pouco importa que os direitos humanos dos árabes em Israel sejam respeitados infinitamente mais que os dos árabes nos próprios países árabes (e que os não-árabes nos países árabes sejam tratados aínda se cabe pior). O mundo choriqueia pelo “apartheid israeli”, quando na realidade Israel é o único país de Oriente Meio que não está constituído em regime de apartheid.
De facto, os georgiãos pode que tenham alguma vez maltratado aos ossétios e estes estejam amparados por um dreito ainda maior à autodeterminação que os “palestiniãos”. Os ossétios falam a sua própria língua e têm uma cultura própria. Em comparação, os “palestiniãos” são menos distintos cultural e linguisticamente dos árabes de Jordânia, Líbano ou Síria (donde a maioria de eles emigraram a Palestina a finais do século XIX e começos do XX) que os californiãos do resto dos americãos.
E, se o mundo está horrorizado pela agressão russa e o seu comportamento face Georgia, então por que esta mesma gente não está também horrorizada com a agressão árabe face Israel e com um comportamento igual que o de Rússia? Por que todos os que desdenham e se rim do reclamo dos ossétios a autodeterminar-se, não rechaçam também a estratagema estilo názi-Sudetes dos palestiniãos à sua autodeterminação? Por que são os palestiniãos, que goçam de um trato muitísimo melhor que os ossétios e os chechenos, o foco dos mass média nos imaginários maus tratos por parte de Israel?
Onde estám os progressistas escudos humanos bloqueando os veículos militares russos (e georgiãos)?
Onde estám todos esses solidários manifestantes? Como é que esse Movimento Internacional de Solidariedade que disfruta atacando à polícia e às tropas israelis, e servir de escudos humanos para proteger às desvalidas vítimas “palestiniãs” da auto-defesa israeli, não vam a se partir a cara a Ossétia e Georgia para deter às tropas russas, a lançar-lhes pedras e a cantar o “Kumbayá”? Onde estám esses progressistas escudos humanos saboteando e bloqueando os veículos militares russos e georgiãos igual que fazem com os das IDF durante as suas operações? Temem, acaso, não ser atendidos com os mesmos exquisitos modais de gourmett com que são tratados quando os detêm as forças israelis por fazer o gamberro no West Bank?
Por que estes esquerdistas não estám fletando barcos para romper o bloqueio russo sobre a costa de Georgia, do mesmo modo que o fazem aquí para abastecer aos terroristas de Hamas em Gaza? Onde estám as Rachel Corries, por que não estám desafiando aos bulldozers russos? Por que os Anarquistas Contra o Muro não lançam alguma iniciativa em Tblisi para desafiar às tropas russas que estám levantando empaliçadas entre Abjázia e Ossétia? Por que os professores israelis da esquerda não levam a cabo leituras de poesia pró-Ossétia e marchas de solidariedade em Tblisi?
A hipocresia da esquerda semelha não ter limites.
STEVEN PLAUT *
(19 Av 5768 / 20 Agosto 2008)
* Steven Plaut é professor na Universidade de Haifa, e colaborador habitual de The Jewish Press e Front Page Magazine.
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J. disse...
:D Home, é que unha cousa é tirarse o rollo do superoprimido que estás onde todo vai quedar nunha pose de altermundista ofendido, e outra irte a onde ao mellor che fan pupita...
21/08/08, 12:57