Dalguma forma a paz tem-se convertido no mais primordial objectivo de Israel. Se queremos paz, melhor viver em New York. Se queremos um Estado nacional para os judeus, poderíamos tê-lo fundado em Uganda sem oposição de nenhum tipo. A única razão pela que colonizámos Palestina é religiosa.
Certo, o grau de religiosidade varia entre os judeus, frequentemente não é mais que “judeidade”. Mas isso é suficiente pelo de agora. A questão cruzial é: os israelis não necessitam paz senão a constituição efectiva do Estado judeu, seguido pela paz. Especificamente, uma paz segura e definitiva.
Aquí os objectivos políticos e religiosos coincidem. Não há Estado judeu sem Judea, e não há seguridade sem profundidade defesiva. O ponto de vista religioso dos judeus requere que nos anexionemos os territórios, e os territórios são indispensáveis para a seguridade israeli.
Procurar a paz antes que a categoria de Estado judeu é um rescoldo da mentalidade do Exílio. Os judeus surprendem-se quando alguém não está tratando activamente de exterminá-los, e daí que pensem que os palestiniãos, a pesar de tudo, são vizinhos toleráveis. “Activamente” é a palabra clave: muitos israelis têm medo de viajar em autobus –um objectivo frequente dos terroristas- no seu próprio país. Normalizemos. Aprendamos a insistir nos nossos objectivos. Aprendamos a odiar aos nossos inimigos e tratemo-los em consonância.
As nações sempre têm exercido repressão, matado, ou expulsado a populações indígenas. Nenhum país tem devolto o território adquirido numa guerra vitoriosa. Nenhum país entrega nunca territórios cruziais para a sua conciêncianacional, como Judea é para os judeus. Nenhum país se tem rendido ante um inimigo débil ou condescendido com as aspirações nacionais duma não-nação; não existia a nação palestiniã quarenta anos atrás.
Ben Gurion afirmou que os judeus seriam normais quando Israel tivesse os seus próprios ladrões e prostitutas. Temos abandoado a havdala, o isolamento, e temos abundância de ladrões e prostitutas, mas seguimos sem ser normais.
OBADIAH SHOHER
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