A Ministro de Exteriores, Tzipi Livni, pode que não seja uma semvergonha, mas é um fraude. E se as enquisas estám para ser tidas em conta, Livni pode chegar a ser a nossa próxima Primeira Ministro.
A sua deshonestidade básica expressa-se tanto nas suas manobras como na sua actitude política. Em ambos aspectos, apresenta-se-nos como a Sra. Mãos Limpas (Mrs. Clean) –a leal servidora de todos os que estamos asqueados, desmoralizados e sublevados com o Primeiro Ministro Ehud Olmert e as suas hordas de corruptos colegas e empregados do Kadima. Mas não é realmente a nossa servidora. Mais que nos servir, como Olmert e os seus colegas de Kadima, ela engana-nos numa contínua tentativa de expandir o seu poder.
Caso a parte é a sua participação nas ánti-democráticas primárias de Kadima do próximo mércores, que servirão para eligir o novo dirigente do partido que reempraze a Olmert, quem, por suposto, também é um fraude e um semvergonha.
Ao contrário que nas primárias dos demais partidos celebradas ao longo dos anos, estas não estám projectadas como um paso prévio às eleições gerais da Knesset. Mais bem, o que se intenta é sustituir às próprias eleições gerais. O objectivo expresso de Livni e os seus três oponhentes –o Ministro de Transportes Shaul Mofaz, o de Seguridade Pública Avi Dichter e o de Interior Meir Sheetrit- não é preparar a Kadima para as eleições, senão escolher um novo Primeiro Ministro que forme uma coaligação de Governo capaz de evitar que o eleitorado escolha os seus representantes até Março do 2010.
A jogada de Kadima para atropelar o direito da gente a escolher os nossos dirigentes não é a única razão pela que as suas primárias constituim uma afrenta ao eleitorado. Estas primárias não são apenas ánti-democráticas, mas também fraudulentas.
Só o 15% dos membros de Kadima pertencem ao partido desde a sua formação. Segundo análises solventes, levadas a cabo durante os últimos meses, este 15% são pessoas que foram recrutadas no meio do entusiasmo inicial quando Ariel Sharon formou Kadima em 2005.
Dacordo com os politólogos, como com a maioria dos isrealis, estes idealistas membros iniciais de Kadima foram desencantando-se com o partido durante os últimos três anos. Em conseqüência, são os menos motivados a votar nas primárias do mércores.
O outro 85% dos 70.000 membros de Kadima, são pessoas traídas à formação por esses nefastos adalides da política israeli dos anos recentes: os caçadores de votos.
Os caçadores de votos são dirigentes políticos que financiam operativos destinados a vender a sua influência a distintos colectivos, sindicatos e seitores da população, a fim de persuadir aos cidadãos de que votem a um partido específico.
No seu breve período de vida política, os vaivéns dos membros de Kadima têm sido objecto de múltiples investigações criminais. Num caso, agora baixo investigação, mais de um milheiro de pessoas foram afiliadas ao partido sem o seu conhecimento. Os caçadores de votos falsificaram as suas sinaturas em impressos de afiliação e pagaram as suas quotas.
Embora os mass média –abertamente alinhados a favor de Livni- têm atribuído maioritariamente a culpa do estado deste assunto a Mofaz, o certo é que Livni não é alheia aos negócios ocultos com estes influíntes traficantes de votos. Por exemplo, tem utilizado ao seu segundo no Ministério de Exteriores, Majallie Whbee, pasa lograr sinaturas em bloco ao seu favor nos distritos árabes e drusos. Os árabes e os drusos conformam o 20% da militância de Kadima, e tem sido amplamente pronosticado que de eles dependerá o voto decisivo. Livni conta com obter o 70% dos seus respaldos.
Depois temos à comunidade russa. Aqui também Livni tem botado mão dos caçadores de voto para lograr sinaturas em bloco de votantes ao seu favor. Ao igual que no caso de árabes e drusos, não existem motivos para acreditar a prióri que vaiam votar Kadima. É tão provável que os votem como que o fagam por outro partido nas eleições gerais. Livni sabe-o. Mas não lhe preocupa.
Devido a este fradulento mercadeo do potencial votante de Kadima, o caso é que para além da identidade do ganhador, ele ou ela estarão em déveda não com os eleitores, senão com uma dúzia de influíntes traficantes. Livni aceita esta ánti-democrática e completamente corrupta farça eleitoral como um passo necessário para alcançar o liderádego e fazer honra à lenda de que ela é uma política honesta adicada a limpar a política e promover políticos responsáveis antes os votantes.
O abraço de Livni ao fraude é o fio que liga as suas maquinações e manobras políticas. O fraude, de facto, tem sido a sua táctica favorita para prosperar na sua carreira política desde que se fixo conhecida em 2004.
O exemplo recente mais descarado da falsidade de Livni é a sua conduta na questão da soberania sobre Jerusalém. Durante o ano passado, Livni dirigiu a equipa negociadora com a facção de Fatah da Autoridade Palestina. Desde esse posto, ela foi o arquitecto de todos os acordos alcançados pelo Governo encaminhados a entregar Judea, Samaria e zonas de Jerusalém a Fatah.
Respaldados pelos mass média, Livni e Olmert têm negado ao público o direito a conhecer o que estám negociando às nossas espaldas, evitando assim um debate público sobre o seu agir. Isto é vital para eles, já que as enquisas de opinião amosam que o seu presumível plano de entrega do 98% de Judea e Samaria, assim como a partição de Jerusalém, não conta com o beneplácito da população.
O tema de Jerusalém é particularmente delicado. Olmert prometeu ao seu sócio de coaligação, o Shas, que não negociaria o tema da cidade com os palestinos. Dado que Shas não deseja abandoar o poder, o seu líder, Eli Yishai, quere fazer ver que não se inteira de que a promesa de Olmert foi uma estafa. Doutra banda, Livni e Olmert enganam também ao povo afirmando que Jerusalém não está sobre a sua táboa de carneceiros.
O passado joves, Olmert, Livni e o Shas ficaram em evidência quando o cónsul dos EEUU em Jerusalém, Jacob Walles, dixo ao jornal palestino Al-Ayam que o Governo chegara a um acordo de entregar a estes o controlo sobre a maior parte das zonas leste, sul e norte de Jerusalém. Livni e os seus representantes foram categóricos nas suas furiosas negativas ante os comentários de Walles.
Tal e como informou a Canle 10 o domingo pela noite, Livni dixo há escasas semanas aos seus partidários que ela pessoalmente estava negociando a partição da Cidade. Livni comentou a jornalistas afins a sua intenção de constituir uma coaligação de governo de extrema esquerda com o partido não-sionista Meretz, que seria apoiada desde fóra do Governo pelos partidos árabes ánti-sionistas. Mas não quere que o público em geral tenha uma visão de ela como radical. Assim que prefere mentir.
As mentiras de Livni sobre Jerusalém são uma pequena parte de todos os embustes que tem dito e de todos os fraudes que tem levado adiante durante os últimos três anos. Em 2004, como Ministra de Justiça no Governo de Ariel Sharon, Livni perpetrou um detalhado fraude para obrigar a que os seus colegas do Likud, Binyamin Netanyahu, Limor Livnat e Silvan Shalom, votassem a favor da iniciativa de Sharon de entregar Gaza e o norte de Samaria, e expulsar a todos os judeus desses territórios. Livni desenhou o que ela denominou “compromisso de acordo”. Estabelecendo as bases da decisão governamental a favor da desconexão, fixava que os judeus seriam expulsados em quatro etapas num período de vários meses. Em cada etapa, o Governo deteria o processo para evaluar, e cada nova etapa deveria ser aprovada independentemente. Esta decisão era legalmente vinculante.
Imediatamente depois de convencer aos seus colegas de que Sharon respeitaria o acordado e, assegurados portanto os seus votos, Livni desembaraçou-se do seu solene compromiso. Possivelmente violando a decisão legalmente vinculante que ela própria argalhara, junto com Sharon, manifestou que considerações de seguridade nacional anulavam tudo o estipulado no acordo, e portanto Sharon estava no direito de ordear que as expulsões fossem levadas a termo em menos de uma semana.
Enganar aos seus colegas para benefício político próprio não foi a única via utilizada por Livni para aproveitar a sua imerecida reputação de mulher honesta, durante o seu mandato como Ministro de Justiça. Nos meses prévios às expulsões, dirigiu, por riba das leis do país, corpos de agentes que pisotearam sistematicamente os direitos legais básicos dos cidadãos que queriam manifestar a sua oposição às expulsões. Milheiros de manifestantes foram ilegalmente arrestados e introduzidos em gaiolas durante semanas sem cárregos em contra deles. Em muitos casos, os manifestantes foram acusados em grupo. Os manifestantes eram fisicamente assaltados pela polícia. Os autobuses que os transportavam a manifestações legais eram ilegalmente blocados nas estradas.
Alguns meses depois de que a desconexão e as expulsões remataram, a oficina do Defensor do Povo, Inbal Rubinstein, publicou um informe que documentava como as leis foram perjudicialmente forçadas baseando-se no posicionamento político dos manifestantes. A resposta de Livni foi ameaçá-lo com a destituição. Rubinstein desculpou-se por publicar o informe e farfulhou algo sobre que não era representativo do ponto de vista da sua oficina.
Este, desde logo, não é o comportamento agardável num político adicado à salvagarda do império das leis e o bom governo. Mas é o que se espera dum político movido tão só pela sua codícia de poder.
Na sua crença de que todo fim justifica os meios, Livni é uma fidel representante de Kadima. Tem estafado ao povo mentindo sobre o facto de estar promovendo activamente a causa da partição de Jerusalém. Tem defraudado aos seus companheiros de Parlamento rompendo os “grandes compromisos” que ela sabia que nunca iam ser cumpridos. Está enganando ao povo utilizando um eleitorado fraudulento para catapultar a sua carreira face o despacho de Primeira Ministro. E perpetra tudo isto mentres intenta que acreditemos que é uma pessoa competente para dirigir o país.
Trata de convencer-nos de que o alto o fogo pactado com Hizbullah, que pavimentou o caminho para que o sócio iranião se apoderasse do Líbano, foi um éxito diplomático. Afirma que não temos possibilidade de vitória sobre os nossos inimigos e que o melhor que podemos fazer é esmolar que outros nos defendam. E assegura que lhe deveríamos entregar as rendas do poder porque nos diz a verdade.
A gente está impotente neste momento para reagir ante o atropelo do nosso sistema democrático e ante o aberto despreço dos nossos interesses nacionais por parte de Livni e Kadima. Só podemos agardar que no momento em que cheguem as eleições sejam castigados por todo o que têm feito.
CAROLINE B. GLICK
(16 Elul 5768 / 16 Setembro 2008)
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