Quando os juízes israelis eram os Juízes de Israel, havia um juíz chamado Yiphtah. Um dia, um rei amonita enviou-lhe uma mensagem muito razoável: devolve-me as terras. E estava no certo, o rei: os judeus arrebataram, sem dúvida, essa terra aos amonitas. Para qualquer observador internacional a terra pertenceria aos amonitas. A sua oferta era melhor que a de Oslo: devolve-nos os territórios ocupados e vivamos em paz. Yiphtah dixo “Não!”, e entablaram a guerra. Nunca saberemos se agiu assim convencido de que jamais entregaríamos as cidades do nosso Deus. Quiçá simplesmente era um nacionalista judeu que aborrecia os amonitas. Ou pode que os seus anos de vida estilo Robin Hood levaram-no a ser um aventureiro. Seja como for, os judeus preferiram a terra antes que a paz.
E assim tem sido até há bem pouco tempo.Um experto em processos de paz como Abba Eban, nem mais nem menos, denominava as fronteiras anteriores a 1967 como “as fronteiras de Auschwitz”, como sem dúvida são: quem pode imaginar a defesa de um Estado de 9 milhas de ancho? De facto, quem é capaz de considerar tamanhe franja de praia um Estado?
Ben Gurion aceitou a ideia das concessões territoriais a câmbio de paz, mas ele falava em termos de entregar algumas terras a Jordânia mais que de estabelecer um Estado palestiniano. O homem que sistematicamente expulsou palestinianos, Ben Gurion, não respaldava que tivessem um Estado de seu. Ele, também, rechaçava explicitamente as fronteiras anteriores a 1967.
Se Israel conta com um ídolo da paz, esse é Rabin. Bem, foi assassinado semanas depois de que declarasse repentinamente na Knesset que “as fronteiras de Israel jazem no Val do Jordão, no mais amplo sentido do termo”.
Nenhum líder árabe tomou em sério a possibilidade de um Estado palestiniano. Sadat aceitou os acordos de paz com Israel, que prometia vagamente aos árabes uma espécie de autodeterminação.
O inicial plano de Olmert para acordar a paz com os palestinianos é endiabladamente bom. As propostas originais –às que os palestiniaos deram o visto bom, mais ou menos- deixava em mãos de Israel os blocos de assentamentos, e os palestinianos receberiam extensões de deserto a câmbio. O plano teria requerido transladar uns quantos assentamentos afastados, de vinte a quarenta milheiros de pessoas. Inclusso isso teria suposto um problema de uma escala várias vezes superior a Gush Katif, mas poderia-se fazer. O novo plano que tem saído à luz de ceder aos árabes o West Bank na sua totalidade, incluíndo os blocos de assentamentos e as principais cidades, supõe desarraigar a mais de 300.000 judeus, um objectivo claramente irrealizável. Inclusso se a Knesset aprova tão singular acordo a oposição popular será abrumadora. Os EEUU, requeridos a arrimar o hombro nos custes de recolocação a càmbio de impulsar o tratado de paz, provavelmente denegarão tão colossal ajuda a Israel. As garantias de compensação no caso de Gush Katif foram aprovadas, apesar de que a maioria dos expulsados não fossem capazes de achar um novo fogar. Mas o plano do 98% superaria os 200 bilhões $. Assim que a ideia de Olmert é grandiosa, por quanto é impossível de levar a termo. Abbas pode que a aceite, assim e tudo, porque não deseja um Estado. Para ele, assinar um tratado de paz com o Governo israeli -e depois contemplar como os judeus o rechaçam- seria o óptimo.
A solução do 98% supõe também ceder aos palestinianos direitos acuíferos sobre o Kineret e o Mar Morto. Qualquer pode dar-se conta de que entablarão um bombeio predatório dos recursos acuíferos e minerais, propiciando uma catastrofe ecológica. Décadas atrás, Israel disuadiu a Jordânia respeito um projecto muito menos perigoso de desviar caudal do Rio Jordão. Inclusso se os palestinianos accedem a uma quota de bombeio, acabarão violando-a, e Israel não será capaz de abastecê-los por riba da quota de consumo.
O Governo israeli acordou assumir também um número simbólico de palestinianos procedentes dos campos de refugiados, aproximativamente de cinco a vinte milheiros. Os palestinianos já terão boa conta de seleccionar a tal fim aos piores indesejáveis. As vilas árabes rechaçarão-os, e acabarão assentando-se nas povoações judeas. E dali a pouco trairão a toda a sua prole através dos programas de reunificação familiar.
O plano do Governo de transferir os colonos judeus é curioso. A obriga fiduciária dos governantes é respeito os seus cidadãos, e postos a transferir, a nossa primeira escolha deveria ser transferir árabes antes que judeus fóra de Samaria e Judea. A proposta de reubicar colonos em Galilea é incrivelmente cínica. Velaí a gente que o Governo propujo assentar em Yamit, que foram expulsados durante a evacuação do Sinai: alguns marcharam a Gaza –novamente, a requerimento do Governo; e foram expulsados de Gush Katif. Agora os colonos, expulsados de Judea e Samaria, iriam a Galilea. Mas em pouco tempo Israel abandoará Galilea pela mesma razão pela que agora abandoa Judea: a existência de demassiados árabes. De facto, na maioria das áreas de Galilea a proporção de árabes é superior à de Judea. O problema é que não os podemos repartir com Tel Aviv-Yaffo porque Yaffo já está ateigada de árabes.
A juventude israeli é num 34% árabe; acrescentade os russos não-judeus e os muçulmãos/cristãos negros, e os judeus estám a ponto de converter-se numa minoria. O Estado bi-nacional já está aqui, e não o evitaremos a base de ir entregando territórios. Se queremos que o nosso país seja judeu, temos que desfazer-nos dos árabes mais do que das terras.
Assim se constitua um Estado palestiniano, Jordânia, Síria e Irão, Hezbolah, os Irmãos Muçulmãos e Al Qaeda, correrão a tomar o controlo. Israel não pode fazer nada respeito da massiva acumulação militar em Gaza. Que seremos capazes de fazer no West Bank? Hezbollah ré-abasteceu o seu arsenal de lançafoguetes em menos de um ano, apesar da considerável área de contenção no norte do Líbano. O Estado palestiniano terá uma fronteira comum com Síria, e será abastecido com missis em coisa de poucas semanas. Inclusso se Israel assina um tratado de paz com Síria, subvertirão gostosos o inimigo judeu através das guerrilhas palestinianas. Irão também. Outros países árabes não amosam a menor intenção de assinar tratados de paz com Israel, inclusso se entregamos Judea e Samaria aos palestinianos. Pelo contrário, outros árabes necessitam do conflito com Israel para aplacar as suas luitas internas. Não querem que o conflito vaia a mais, mas interessa-lhes que esteja latente.
Hoje em dia, Israel encarrega-se de que Hamas não tome o controlo sobre o West Bank. Tão cedo como a paz seja ratificada e as IDF se retirem, Hamas reinará ali. Conscentes disso, os dirigentes israelis preparam-se para uma operação a grande escala em Gaza. Hamas pode ser golpeada, mas não extirpada. No melhor dos supostos, causarão quantiosas baixas nas IDF na sua -supostamente moral- táctica de combate urbano (em vez de bombardear ao inimigo). A vitoriosa Hamas arrasaria com o Governo de Fatah nas seguintes eleições.
Carece de importância se o palestiniano de a pé quer a paz com Israel. Irão não lhe perguntará a sua opinião. Não haverá um período de distensão, estabelecido o Estado palestiniano, durante o qual a gente poida aprender a coexistir, desapareça o ódio, e se poda estabelecer o marco de um Estado pacífico. A carreira face a seguinte confrontação militar com Israel começará de imediato.
E Israel, na sua totalidade, comprenderá o que significa viver em Sderot.
OBADIAH SHOHER
(17 Elul 5768 / 17 Setembro 2008)
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