A ENFERMIDADE DO PREMIER ISRAELI


Hoje vou recapitular algums afirmações anteriores que tenho feito sobre Ehud Olmert, actual Primeiro Ministro israeli. Fago-o devido à escandalosa declaração unilateral de alto o fogo na guerra de Gaza. O Sr. Olmert afirma que o seu Governo tem alcançado todos os seus objectivos na Operação “Liderádego Sólido”. Algo muito notável, de não ser porque Hamas continua disparando mísseis sobre Israel. De forma nada surprendente, o gabinete aprovou um alto o fogo unilateral.


Os expertos especulam que os EEUU forçaram ao Governo de Olmert a capitular, como assim tem sido. Alguns acrescentam que Olmert cedeu ante o tsunámi ántisemita resultante da Operação “Liderádego Sólido”. Deixo que sejam outros os que valorem esse tipo de especulações. Eu prefiro centrar-me no carácter do Primeiro Ministro israeli. Depois de tudo, a forma em que um Primeiro Ministro reage ante a pressão exterior também depende do seu carácter –e isto é aplicável ao seu Governo.


Embora não sou um psicólogo, permitide-me citar um texto que publiquei no Journal Psychology . O curioso da questão é que a ponência intitulava-se “Crítica da Psicologia Moderna”- Ali atrevia-me a dizer que, desde uma perspectiva psicológica, o Primeiro Ministro Ehud Olmert é um enfermo ou, mais apropriadamente, um degenerado. Este seria, estou convencido, o diagnóstico do Dr. Max Nordau (1849-1923). Nordau foi um psiquiatra com uma grande amplitude de conhecimentos –um sionista que comprendeu muito bem a mentalidade servil e confusa de muitos judeus assimilados. Mas, dacordo com Nordeau, que é um “degenerado”?


Em 1895, Nordeau publicou um voluminoso tomo intitulado “Degeneração”. Ré-editado pela Universidade de Chicago em 1968, “Degeneração” tem sido objecto de várias teses doutorais. Significativamente, Nordau analisava o nexo entre o relativismo moral e o egoísmo, como causa primordial da degeneração psicológica. O seu livro proporcionapistas relevantes para entender em grande medida as elites dirigentes de Israel.


Nordau, que exerceu a psiquiatria em Paris, acha que quase todos os degenerados “carecem de sentido moral e não distinguem o bem do mal” (p. 18). Uma conseqüência inevitável do seu relativismo moral é a “egomania”, que Nordau estuda em grande profuncidade (pp. 241-372). Nordau conclue também que em muitos degenerados, a egomania coexiste com o seu oposto, a “auto-aversão” (p. 20). Curiosamente, Nordau observa que o egoísmo e a auto-aversão dos degenerados converte-os em pessoas altamente influenciáveis. A combinação de egomania, auto-despreço e influenciabilidade conduz à impulsividade, à ausência de controlo, e a uma vontade frágil (pp. 19, 22, 23, 257-261).


Os degenerados, diz Nordau, carecem de sentido da honra assim como de um destacável sentido de indignação ante o sofrimento dos demais (p. 260). Observade, ao respeito, como os premiers israelis departem e chocam as mãos com terroristas árabes, como se estes árabes não fossem responsáveis da sangue judea derramada. Fagamos uma pausa aquí.


Nordau sustenta que o degenerado é “incapaz de apreender, ordear e elaborar ideias e juízos correctamente a partir das impressões que recebe do mundo exterior”. O degenerado “rende-se à uma perpétua ofuscação de ideias fugitivas” (p. 21). Entrega-se a ideias “preconcebidas”, embora sejam visionárias ou irreais [um exemplo seria a de ‘paz por territórios’] (p. 242). Ainda mais, “os factos que não lhe agradam são ignorados, reforçano assim o seu delírio” (p. 31).


Nordau antecipa o conceito de Harry Stack Sullivan sobre a “inatenção selectiva” (ignorar, por exemplo, 14 séculos de saqueo, carneçaria e genocídio islamista). Esta inatenção selectiva leva-nos à questão de se os degenerados falseam compulsivamente ou mintem de modo consciente sobre a realidade. Nordau conclue que só acreditam na “verdade” das suas invenções. Penso, sem embargo, que os mentirosos habituais rematam por acreditar na verosimilitude das suas próprias mentiras. Ante muitos acontecimentos, tendo em conta que o medo rige o agir de muitos degenerados, a sua incapazidade de afrontar a realidade é tal que o seu instinto de preservação paralisa-se. Mas passemos a centrar-nos em Ehud Olmert.




Nordau claims that the de gene rate is “incapable of correctly grasping, ordering, or elaborating into ideas and judgments the impressions of the external world . ” The degenerate “surrenders himself to the perpetual obfuscation of . . . fugitive ideas” (p . 21) . He is given to “fixed” ideas, however visionary or unrealistic [a current example would be ‘land for peace’] (p . 242) . Moreover, “facts which do not please him he does not notice, or so interprets that they seem to support his delirium” (p . 31) .


O 9 de Junho de 2005, Olmert dirigiu-se ao Foro Político Israeli em New York. O Governo de Sharon, do qual era Vicepresidente, achava-se no processo de adestrar 50.000 soldados e polícias para levar a cabo o plano de Sharon de entregar Gaza e expulsar pela força aos seus 8.000 residentes judeus. Olmert dixo ante a sua audiência neoyorkina que a rendição supunha “um processo memorável…que terá um enorme impacto em tudo o que venha a partir daí, no Estado de Israel e no Meio Leste”.


Como se estiver no País das Maravilhas, Olmert falava com entusiasmo da componente unilateral da retirada de Gaza: “Não temos que agardar mais”, dixo. Acrescentando ante a sua audiência: “Não necessitamos aos EEUU dirigindo o processo [de paz] no Meio Leste, nós próprios dirigiremos este processo…”. Israel dirigirá o processo, dixo, porque é o melhor para nós e para os palestinianos. Será bom para todos porque “trairá mais seguridade, mais prosperidade, e muito proveito para toda a gente que vive no Meio Leste”. Concluíndo: “Nós, nós estamos cansos de ser valentes, estamos cansos de ganhar, estamos cansos de derrotar e vencer aos nossos inimigos”.


Velaqui um evidente casode egomania e monomania, confirmando a tese de Nordau sobre a degeneração. Consideremos agora alguns recntes episódios históricos.


1. Olmert não era alheio –embora não se monstrasse escandaliçado- das atrozes conseqüências dos Acordos de Oslo: a vaga de suicidas árabes imolando-se com explossivos em Jerusalém e por doquier em Israel. Não podia ser alheio do assassinato, mutilação e trauma que sofriram dúzias de milheiros de crianças, mulheres e homens judeus. Porém, apoiava a ilusa política suicida do Governo de “paz por territórios”.


2. A pesar das fatais conseqüências de Oslo, e contrariamente às advertências do Tenente General Moshe Ya’alon, Chefe do Mando das IDF, do Maior General Aharon Ze’evi-Farkash, cabeça vissível do Serviço de Inteligência das IDF e Avi Dichter, Director do Shin Bet (Serviços de Seguridade Gerais), Olmert manteve que a “desconexão unilateral” de Gaza era um grande passo face a Paz. A sua “inatenção selectiva” amosava-se extraordinária.


3. A pesar de que a desconexão de Gaza levou a Hamas ao poder e facilitava a Iran –através do seu títere- aterrorizar e despovoar Sderot, Olmert perseverou na sua fixação de entregar Judea e Samaria. Como dixo Nordau respeito dos degenerados, “Os factos que não lhes satisfazem, não existem”.


4. Doutra banda, Olmert dixo que retiraria as forças de Gaza como um gesto de boa vontade face o Presidente Barak Obama.


Tudo isto por não falar do fiasco da 2ª Guerra do Líbano –um fiasco do que ele foi responsável último. Um homem honorável, no seu posto, teria dimitido, especialmente depois de que a Comissão Winograd informasse ao público da ineptitude de Olmert para dirigir uma guerra. Pois bem, esse mesmo homem é o principal responsável do cesse o fogo unilateral na actual guerra de Gaza. Lembro as palavras de Alexander Hamilton dirigidas a Aaron Burr: Um homem sem honra sucumbe fazilmente ante a estupidez.


E, assim e tudo, a pesar do seu torpe e desvergonhado carácter, o Sr. Olmert segue sendo o Primeiro Ministro de Israel. Seguramente há algo profundamente podre num sistema de governo que permite que uma pessoa, cujas palavras e factos são indicativos duma grande degeneração psíquica, permaneça à fronte do Estado. Mas, alguém tem escuitado a algum membro da Knesset criticar o sistema de governo?


Damas e cavaleiros: uma vez que concordemos em que o sistema de governo israeli não é só disfuncional, senão uma autêntica máquina de degeneração baseada na egomania, não há mais que um passo para concluir que o “Estado de Israel” basea-se nuns alicerces inseguros. E que o sionismo –já seja secular ou religioso- pode entrar num estado comatoso. O sionismo tem logrado sobreviver à sua utilidade. Quando tudo está dito e feito, aqueles que fundaram este Estado e o seu sistema de governo, ressultam filosoficamente superficiais. Israel precisa um câmbio de régime. Necessitamos uma filosofia integral de governo judeu. E homens e mulheres capazes de traduzir essa filosofia à acção.



PAUL EIDELBERG


23 Tevet 5769 / 19 Janeiro 2002

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