Reproducimos a continuação a entrevista que a publicação “B’Sheva News Magazine” realizou ao cabeça de lista de UNIÃO NACIONAL (HAIJUD HALEHUMÍ), Yaakov Katz, mais conhecido por “Ketzaleh”. UNIÃO NACIONAL é a candidatura unitária do campo nacional israeli contrário às concessões territoriais, integrada pela antiga HaIjud HaLehumí, a Fronte Nacional Judea/ERETZ ISRAEL SHELANU, e os partidos Moledet, Tekuma e HaTikva.
Antes, e ao longo da conversa, Ketzaleh fixo especial ênfase em que o seu trabalho sustenta-se na sua absoluta confiança na sabiduria dos estudosos da Torá. Descreve o caminho que tem percorrido desde a Yeshiva de Merkaz HaRav até a Yeshiva de Beit El, sob a guia do maior estudoso do Rabino Tzvi Yehuda Kook, Rabbi Zalman Melamed. Ketzaleh fala da sua profunda relação com o antigo Rabino em Chefe sefardita do Estado de Israel, Mordechai Eliyahu, o Rabino em Chefe de Hebron Dov Lior e o Rabbi Chaim Shteiner. A coaligação que encabeça tem aceitado que os Rabinos sejam os seus guias, uma política que Ketzaleh acredita ser a única válida para trunfar.
B’Sheva: Que foi o que te levou a aceitar ser cabeça de cartaz com UNIÃO NACIONAL?
Ketzaleh: A decisão foi ressultado da insistência de importantes figuras rabínicas, sobretudo de entre elas, o Rabino Mordechai Eliyahu, através do seu filho o Rabino Shmuel Eliyahu. Quando visitei ao Rabbi Eliyahu, ele citou as palavras do anxo a Gideon no Livro dos Juízes: “Vai adiante com a força que tens e salvarás ao Povo de Israel”. As suas palavras acompanham-se a cada instante. Para além disso, esteve o meu mentos, o Rabbi Zalman Melamed, a quem tenho estado muito vinculado durante anos. O Rabbi Dov Lior, o Rabbi Yaakov Yosef (filho do líder do Partido Shas, o Rabbi Ovadia Yosef) e outras figuras destacadas não-observantes como o Dr. Arye Eldad e outros, convenceram-me, percebendo que o tema da Terra de Israel tinha sido deixado de lado no falhido intento de unidade dos partidos que iam integrar Fogar Judeu.
Eu não sou o típico político. No meu trabalho ao longo dos anos, tinha ue estar ao tanto dos assuntos políticos, mas não tomava parte activa neles. Fum conselheiro muito próximo a Arik Sharon durante a sua etapa boa, desenvolvendo inclusso labores de conselheiro pessoal no seu Ministério de Vivenda (1990-1992). O racho de Arik Sharon chegou ser a minha segunda casa.
Tenho, porém, estado sempre vinculado à política e ao serviço público através de diversas vias. Fundei a rede de comunicação “Arutz Sheva” que, embora trata a política não é uma empresa política, e que aborda em profundidade temas da Torá, para além doutros políticos, militares e gerais. Mas nunca ocupei um cárrego formalmente político nem tivera aspirações a fazê-lo. Sem embargo, chegado este momento todos os partidos políticos que promovem a questão da Terra de Israel decidiram unir-se sempre e quando eu asumisse a direcção, e acabaram convencendo-me de ouvir os sinais de SOS que me enviavam.
A Terra de Israel tem sido uma moeda de câmbio nas mão de políticos que não levam a nossa Terra nos seus corações. Decidim-me a aceitar o reto a fik de poder representar às gentes que amam a Terra de Israel e contemplam como está sendo entregada troço a troço. Alegro-me de ter aceitado, sobretudo agora que podemos ver como estamos todos a trabalhar juntos por uma causa idealista. O nosso objectivo inicial é lograr uma posição de força com um mínimo de dez mandatos na Knesset. A fim de contas, nas passadas eleições a velha lista de União Nacional/Partido Nacional Religioso lograra nove escanos. Esperamos aranhar votos do Likud tras a sua decisão de deixar de ser um partido leal à Terra de Israel, despraçando a Moshe Feiglin ao posto 36, assim como de outros partidos cujos dirigentes têm medo de defender a integridade territorial de Israel, como o de Avigdor Lieberman [Israel Beitenu] e outros. Espero que baixo a minha dirigência –apoiado totalmente nos Sábios da Torá- trunfaremos na consecução de um renovado, unido e idealista bloco.
B'Sheva: Na sua primeira conferência de imprensa, falou de ser um partido para a Terra de Israel. Que nos diz da Torá e do Povo de Israel?
Ketzaleh: Durante anos, os mass media israelis têm silenciado o conceito “Terra de Israel”. Se alguém faz menção ao seu amor pela Terra de Israel, fazem-nos ver que não está “in”. Esse é o motivo pelo que fazemos intencionadamente ênfase e situamos esse conceito à fronte da nossa plataforma; mas sem dúvida que também temos muito interesse nos temas de educação e de Torá. Todos, incluíndo os candidatos seculares, na nossa lista eleitoral, sabemos que o Libro de Livros é a base da nossa razão de ser. Qualquer que tenha visto a Uri Ariel [candidato nº 2] em acção sabe que fazemos grandes esforços em promover os temas educativos, de benestar e éticos, ao igual que o fazem Agudah e o Shas.
Mas nós somos os únicos que combatimos pela Terra de Israel, mentres os outros tacitamente têm renunciado a fazê-lo. Shas fala de Jerusalém, porque já têm renunciado às regiões de Samaria e Judea. O partido Agudah era sócio de Governo durante a catástrofe da “Desconexão” que supujo a chegada dos missis sobre o sul do país. A gente sabe que nós somos de fiar neste tema, que nunca lhes diremos ao dia seguinte das eleições que “o que se ve desde aí não se ve desde aquí” [a excusa de Ariel Sharon para emprender acções diametralmente opostas às promesas de campanha].
B'Sheva: Como defenderás a causa da Terra de Israel na Knesset?
Ketzaleh: Quando era asistente de Sharon no Ministério de Vivenda, construímos assentamentos valorados em 3.000 milhões de dólares, incluíndo 60.000 unidades de vivenda em Jerusalém, Judea, Samaria e os Altos do Golan. Ajudamos a todas as instituições vinculadas à Torá, incluíndo o seitor haredi ultraortodoxo. Temos muita perícia neste campo, e seguiremos intentando desenvolvê-la na próxima Knesset.
B'Sheva: A gente percibe ao Partido Nacional Religioso (PNR) como o partido que vela por que haja fundos para a educação religiosa. Fará outro tanto a União Nacional sob o teu liderádego?
Ketzaleh: Os membros na anterior Knesset de União Nacional, Tzivi Hendel e Uri Ariel, estiveram entre os que mais exitosamente trabalharam para obter orçamentos adicados à educação religiosa. Não pretende dizer que Orlev e Slomiansky (do PNR) não trabalhassem duro, mas não mais do que o figeram Uri e Tzvi, nem mais que Chanan Porat e o Rabbi Yitzhak Levy durante os seus períodos na Knesset. Os dirigentes das instituições educativas lembram-se minha dos dias no Ministério de Vivenda e sabem da nossa capazidade nesses temas. Eu acredito que a Terra de Israel florecerá e que a educação florecerá com ela.
B'Sheva: Se Netanyahu é chamado a formar uma coaligação governamental, é provável que o faça com Kadima e os Laboristas. Teme que os deixe fóra a vocês?
Ketzaleh: Poderia suceder. Eu não acredito para nada em Netanyahu, mas à hora de formar uma coaligação um não tem porque formar parte dum grande partido, senão apenas um mais que poda formar um Governo com o bloco mais numeroso. Quantos mais votos consiga União Nacional, tanto mais dificil será para o Governo funcionar sem contar com nós. Esse é o motivo pelo que devemos ser um factor central nesse bloco, que não poda ser ignorado. Eu não tenho aceitado entrar em campanha para obter 5 ou 6 mandatos, já que penso que se nas passadas eleições logramos 9 assentos, nestas podemos obter mais de 10.
B'Sheva: Só tens por diante 40 dias de campanha. Não é demassiado pouco tempo para lograr um éxito eleitoral?
Ketzaleh: Às vezes um curto espaço de tempo é algo positivo. Alguma gente tem alcançado revoluções assombrosas num pequeno espaço de tempo coincidindo com um acordar das massas. Recibo centenares de chamadas telefónicas a todas horas de gente religiosa e não-religiosa que dizem: Ketzaleh, tens devolvido o sorriso ao nosso rosto. Tens-nos dado uma esperança, sentimos que já temos alguém a quem apoiar.
Os meus amigos da minha antiga unidade militar chamaram-me. O Brigadier General Patzi (Amatsia Chen), um kibbutznik não-observante de Huldah, chamou para dizer-me: habitualmente não acudo a votar, mas quando escuitei que Ketzaleh se apresentava dixem “Votarei por ele!. Todos os Comandos Shaked votarão Ketzaleh”. Não podes nem imaginar a alegria nos assentamentos, a de chamadas que temos recbido, tudo porque temos sido capazes de romper com o dobre discurso e levantado a bandeira da Terra de Israel, e porque não temos medo dos mass media e não nos doblegamos ao seu antolho.
Há um grande acordar, e milheiros sairão a ajudar-nos e a trabalhar conosco, mas primeiro devemos convencer-nos de que podemos ganhar e trair uma nova mensagem ao nosso povo. A organização, seriedade e sacrifício do nosso grupo, que trabalha sem apenas meios dia e noite é evidente aos olhos de qualquer; doutra maneira estaríamos entregando a Terra de Israel, coisa que Deus proibe.
B'Sheva: De que parte da população agardades receber apoio?
Ketzaleh: Pretendemos ser uma formação nodal, e agardamos que estas elições sejam a base para uma possivel carreira à candidatura de Primeiro Ministro a próxima vez, se somos o suficientemente fortes. Por que temos que conformar-nos sempre com o quinto posto? Por que não haveríamos de ter um Primeiro Ministro observante?
Não me cabe dúvida de que um grande segmento da população secular nos vê como uma formação na que se podem sentir em casa. Temos dois candidatos seculares na nossa lista, o Brigadier General Dr. Arye Eldad, de Kfar Adumim, e o Professor Ron Breiman, de Ramat Aviv, antigo dirigente de Professores para um Israel mais Forte.
B'Sheva: Alguma gente religiosa pode achar problemático votar por uma lista com candidatos não-observantes na sua lista.
Ketzaleh: Qualquer judeu que viva na Terra de Israel e deseje sacrificar-se por esta terra está contribuíndo ao Povo de Israel. Porém, tanto Ron como Arye proclamaram que “a Terra de Israel pertence ao Povo de Israel dacordo com a Torá de Israel”, e têm-se comprometido a aceitar a disciplina de partido respeito as decisões da Torá.
Os judeus somos filhos de um mesmo pai e quando nos enfrontamos a situações que supõem uma ameaça ao longo da vida, esquecemos outras diferências. Sem a Terra de Israel, os judeus voltariam à Diáspora. Eu faço um chamamento ao eleitorado não-observante a unir-se a nós e salvar a Terra de Israel.
B'Sheva: O facto de que constituades uma lista separada não supõe que se desperdiciem muitos votos da direita religosa?
Ketzaleh: Justamente ao revês. Depois de tudo, existem votantes do PNR e outros que sentem temor ante as posições de Ketzaleh respeito à Terra de Israel e à educação. Eles podem votar a Fogar Judeu. Eu, de facto, sempre animo àqueles que estám inseguros em se votar a Kadima e ao Partido Laborista a que votem a Fogar Judeu para que tenham o número de votos mínimo necessário para acceder à Knesset e que os seus votos não vaiam à basura.
B'Sheva: Tedes um acordo para pôr em comum os votos sobrantes com Fogar Judeu?
Ketzaleh: Tenho-me dirigido a Zevulun Orlev (de Fogar Judeu) para tratar disso, e ele imediatamente tem aceitado um pacto desse tipo.
B'Sheva: O Dr. Michael Ben-Ari figura na vossa candidatura com o nº 4, representando à formação de Baruch Marzel e o Rabbi Wolpe [ERETZ ISRAEL SHELANU]. Não é um seguidor do Rabbi Meir Kahane? Não tendes medo de que se vos etiquete como extremistas?
Ketzaleh: Se lês os mass media israelis, observarás que para eles a totalidade da população religiosa e sionista pertence à extrema direita. Se alguém no Likud diz algo com o que não concordam, é tachado também de extremista de direita. Para eles só os terroristas e os manifestantes de esquerdas são “activistas” e não extremistas.
Nós decidimos que a unidade era o objectivo central à hora de constituir a nossa formação, o qual significa que qualquer pessoa que se una a nós tem que ceder um pouco plo bem da Terra de Israel.
Eu contemplo esta união de forças como um logro muito significativo. O Dr. Ben-Ari vive na cidade de Samaria de Karnei Shomron, dá aulas na Universoidade de Bar Ilan, tem uma família numerosa e não tem porque fazer apologia de ninguém. Ele tem direito às suas íntimas crenças respeito o sistema democrático. O facto de que ele module as suas opiniões em aras da unidade é uma lição para todos nós. Temos logrado a unidade e essa é a questão principal.
B'Sheva: Que opina da demanda de aumentar o subsídio por filhos?
Ketzaleh: O Estado de Israel debe encontrar vias para incrementar a taxa de nascimento entre os judeus aquí e no mundo inteiro. As famílias que têm a benção d ter muitos filhos devem contar com o dinheiro suficiente para sacar adiante aos filhos adequadamente, mas devemos encontrar a fórmula para que só aqueles que são judeus ou pro-israelis recebam este estipêndio. Formar famílias numerosas deveria ser uma prioridade para o Estado judeu na medida em que nos proporciona força para vencer.
B'Sheva: Se estivesse agora no Governo, que recomendaria fazer respeito a Gaza?
Ketzaleh: A questão é quais são os nossos objectivos, porque os objectivos são os que determinam os métodos. O Governo anunciou que não está intentando acabar com os missis, senão tão só reduzir a sua freqüência, e intentar lograr um acordo com a parte contrária. Eu diria aos oficiais das IDF: antetudo, quero remover este cancro desde a sua raíz, porque do contrário, se extenderá. Como? Existem várias vias, uma das quais é anunciar que a partir de amanhã rematará o subministro de água e electricidade se cai um só missil mais. Do contrário, marcharão e a vida seguirá sendo insuportável. Não queremos ter que bombardeá.los. Podemos inclusso decidir devastar toda a área, mas primeiro devemos aclarar qual é o nosso objectivo, e o Estado de Israel nuna tem manifestado que o seu objectivo seja acabar com os missis.
B'Sheva: Exigirias a reconstrucção de Gush Katif?
Ketzaleh: Sem dúvida. Antes ou depois o Estado de Israel deverá regressar, porque os ataques serão cada vez mais frequentes. Eventualmente, a vida poderia ficar paralisada até em Tel Aviv. Estamos forçados a ter soldados em Gaza seja como for, e de igual modo que regressamos a Gush Etzion e a Hebron, regressaremos a cada sítio que umos obrigados a abandoar. Todo depende, porém, da nossa força no próximo Governo.
B'Sheva: Que tes que dizer aos que apoiam a Terra de Israel e acreditam que votando Likud fortalecem o campo da direita?
Ketzaleh: Cumpre mirar os primeiros postos da lista, não aos que estám muito abaixo, porque estes apenas terám possibilidades. Conhecemos bem aos dirigentes do Likud, temos experiência com eles, e sabemos como reagem ante a pressão e as dificuldades. Os candidatos da Terra de Israel na lista do Likud tipo Feiglin –e tal como Arden e Saar sairão eligidos os votem ou não- têm escasas possibilidades de sair, na medida em que têm sido colocados ao fundo da lista por Bibi Netanyahu.
Porém, a nossa lista inclui gentes tremendas como Avi Roth e Betzalel Smutrich, o Dr. Breiman e Lior Calfa, que só entrarão na Knesset se recebem o vosso voto. Um escano mais ou menos não importa no Likud, mas é cruzial para nós e pode cambiar completamente a constelação do Governo.
B'Sheva: Que Ministérios te gostariam se estivessedes no Governo?
Ketzaleh: Naturalmente, quereríamos Vivenda e Educação, e outros que afectem directamente à vida dos cidadãos. Se temos um grande crescimento, podemos intentar aptar algum Ministério importante.
B'Sheva: Netanyahu agarda negociar com Abu Mazen, provavelmente inclusso os Altos do Golan. Não faz isso que duvidedes à hora de querer uma coaligação com eles?
Ketzaleh: O pragmatismo de Bibi é igual para judeus como para árabes. Sabe o que quere a outra parte. Existem formas de asinar acordos de coaligação tratando dos grandes assuntos, e não dos secundários. Poderemos achar uma forma de manter os temas cruziais uma vez na mesa de negociação.
B'Sheva: Imagina que estás no Governo e a Corte Suprema manda desmantelar um assentamento. Que fazerias?
Ketzaleh: A Corte já tem feito isso, mas o Primeiro Ministro Olmert achou vias para não fazer efectivas essas ordes. Um Governo forte pode aturar à Corte doutras formas, por exemplo, pode legalizar os assentamentos, sorteando assim à Corte. A Corte pode dar direcções a seguir, mas quando Barak e Olmert não quigeram seguir os seus postulados acharam maneiras de evitar a acção.
Ao final da entrevista, Ketzaleh faz um último chamamento à gente: “Estamos diante dum projecto dificil. Sempre que dirigim à gente no passado e exclamei, “Ajudade-me!” –tanto na minha Unidade de Comandos, como no movimento colono de Gush Emunim, como em Arutz Sheva- fomos capazes de alcançar os nossos objectivos. Assim que, uma vez mais, pido-vos: Ajudade-me a salvar a Terra de Israel!”.
Etiquetas: União Nacional
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