O GRANDE AGUILHÃO IRANIANO


Mentres os nossos soldados estám combatendo no campo de batalha, é dificil exprimir críticas de qualquer índole. Mas ressulta da máxima importância saber e analisar que o presente cenário bélico não deriva só do lançamento de mísseis sobre as cidades do sul. Por suposto, qualquer nação soberana debe impedir que os seus cidadãos sejam atacados dia tras dia, semana tras semana, ano tras ano sem oferecer uma resposta.

Sem embargo, isto é precisamente o que não figeram os sucessivos Governos, começando na guerra de Oslo, também conhecida como a 2ª Intifada. Pelo contrário, nos finais dos anos oitenta, durante a 1ª Intifada, quando os israelis eram apedreados, bombardeados e tiroteados, as reacções governamentais foram, quando menos, pouco entusiastas.

Com o inícoio da 2ª Intifada na véspera de Rosh Hashana do 2000, o Governo ignorou os ataques contra os seus cidadãos, especificamente contra aqueles que viviam em Judea, Samaria e Gaza. Em Hebron, os árabes dispararam aos judeus desde as vizinhas Abu Sneineh e as colinas de Harat a-Shech durante mais de dois anos.

A IDF tinha ordes estritas de não reconquistar as colinas, o que teria rematado com o permanente tiroteio.

Em Gush Katif, milheiros e milheiros de lançamentos de morteiro cairam nas comunidades judeas. A resposta a estes ataques nem sequer foi ténue; simplesmente não foi.

Portanto não ressultou surpresivo que os dirigentes do país nem moveram as pestanas quando os terroristas de Hamas, utilizando os próprios territórios que lhes foram entregados pelo Estado de Israel, começaram a bombardear Sderot.

Não nos surprendeu que começassem a cair mísseis sobre Ashkelon e Ashdod ; esses ataques já foram vaticinados antes da evacuação de Gush Katif.

Aqueles de nós que avisáramos desses ataques éramos ignorados ou chamados “profetas agoreiros”. No melhor dos casos, chamavam-nos “inimigos da Paz”.

A batalha actual não gira só arredor da auto-defesa. Muito mais importante, é o retorno do nosso orgulho nacional, do convencimento de que este é o nosso país, esta é a nossa terra e devemos fazer e fazeremos o que for preciso para proteger aos nossos cidadãos e preservar a nossa soberania.

Isto, para além da dor que ada uma das baixas supõe –sobretudo sabendo que não teria porque ter sido assim, que não tínhamos a obriga de abandoar Gush Katif e que não tínhamos porque consentir que Hamas se rearmasse com mísseis que têm paralisado todo o sul do país.

Mas isto é, quiçá, uma pequena parte de todo o dano que se nos tem feito.

Velaqui algumas perguntas analíticas:

1. Por que aceitou Hamas, inicialmente, um alto o fogo seis meses atrás?

2. Por que Hamas –só há umas semanas- rechaçou renovar o alto o fogo?

3. Por que Hamas, sabedora de que Israel chegaria um momento em que não teria mais remédio que responder, disparou centos de projectis?

4. Por que tem rechaçado Hamas um alto o fogo, a pesar da destrucção massiva e a perda de vidas em Gaza?

A resposta é provavelmente muito simples.

Os nossos vizinhos árabes não são estúpidos como nos gostaria pensar que são. Qual é a autêntica ameaça existencial para o Estado de Israel hoje em dia? A ameaça nuclear iraniana. Os iranianos, de igual maneira que construem um reactor nuclear, sabem lêr um calendário. Sabem que o 20 de Janeiro, George W. Bush deixará de ser Presidente dos EEUU e será reempraçado por Barack Obama. Sabem que Israel preferiria deixar “solucionado” o problema iraniano antes da transição presidencial, sabedores de que Bush seria muito mais partidário de dar luz verde a uma ofensiva do que o será o novo Preseidente Obama. Como evitar um ataque preventivo?

Iran é o principal abastecedor de fundos a Hamas. Os líderes iranianos dixeram a Hamas: “Vades-vos sacrificar por uma razão elevada –a destrucção do Estado judeu”. Hamas recebeu orde de assinar um alto o fogo e depois rompê-lo para manter a Israel ocupada no sul, mais que com o norte.

Israel não vai afrontar um conflito armado em duas frontes simultâneas. Os ataques massivos com mísseis sobre as cidades obrigariam a Israel a respostar, mas evitariam um ataque contra Iran. Provavelmente Iran tenha prometido a Hamas que será recompensada por todo o dano que está a sofrer.

Para além de tudo, as fotografias dos mortos são uma impagável propaganda que recebem através dasemissões da CNN e a BBC.

Noutras palavras, a presente guerra não é nem mais nem menos que uma grande operação-aguilhão de Iran, para evitar que Israel tenha a tentação de destruir as suas instalações nucleares antes do 20 de Janeiro, ao custe duns milheiros de edifícios e uns centos de vidas árabes em Gaza. Este é, provavelmente, o autêntico preço a pagar pela “desconexão” de Gush Katif.

DAVID WILDER

17 Tevet 5769 / 13 Janeiro 2009

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