O Meretz foi o único partido sionista que votou contra a desqualificação do Balad no Comitê Eleitoral Central da Knesset celebrado na passada segunda feira [ver Últimos dias de Bar Kochba].
Balad e a Lista Árabe Unida, que também ressultou desqualificada na votação (23 a 6) da passada segunda, têm pensado apelar a proibição diante da Corte Suprema de Justiça.
Mentres a Lista Árabe Unida é provável que seja readmitida, Balad poderia rematar ficando desqualificada e fóra do processo eleitoral devido aos denodados esforços do seu antigo portavoz, Azmi Bishara, de ajudar a Hezbolá durante a 2ª Guerra do Líbano.
Os analistas políticos árabes vaticinaram que se Balad não se pode apresentar, a maioria dos seus votantes boicotearão as eleições do próximo 10 de Fevereiro.
Mas uma significativa parte poderia inclinar-se por votar ao Hadash (Partido Comunista) e a Meretz, que já recebera ¾ partes dos seus votos procedentes do eleitorado árabe nas passadas eleições.
“Meretz é contemplado de maneira muito próxima pelo votante árabe médio, que não teria problemas em votar a um partido “sionista” sem manchar a sua conciência”, dixo Esawi Friej, nº 10 da lista de Meretz-Hatenua HaBadasha.
A pesar de que Friej dixo estar convencido de que a Corte Suprema botará abaixo as desqualificações,“vêm momentos difíceis para o seitor árabe devido à guerra”, apontou. “A tendência deste seitor é boicotear as eleições como sinal de protesta”.
Friej acrescentou que o Meretz também está em desventagem –tanto no seitor da população árabe como no judeu- por ter permanecido na oposição durante os últimos dez anos. Afirmou que a gente quere votar partidos que lhe podam oferecer algo a câmbio.
Um portavoz do Meretz foi para além e manifestou que o Shas recebe actualmente mais votos que o Meretz entre o eleitorado árabe, porque o partido jaredí sefardita tem fama de estar em todos os Governos –contrariamente à image que oferece o Meretz.
Os mesmos analistas insinuaram que o único partido que não ganhará votos entre os árabes será o Laborista, ao estar dirigido pelo Ministro de Defesa Ehud Barak, que é identificado como o grande responsável da guerra.
Ironicamente, porém, o auge no apoio que está recebendo o Laborismo nas últimas enquisas pode terminar propiciando o acceso do candidato árabe laborista –actual Ministro de Cultura, Ciência e Desportos-, Raleb Majadele [ver Últimos dias de Bar Kochba] à próxima Knesset.
As enquisas davam menos de 10 escanos ao laborismo antes de começar o operativo de Gaza, e actualmente promediam 16.
Majadele, que boicoteou a reunião ministerial de há duas semanas para protestar pela guerra, vai de nº 15 na Lista Laborista.
GIL HOFFMAN
[Crônica publicada no “The Jerusalem Post”]
17 Tevet 5769 / 13 Janeiro 2009
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