EU NÃO ESQUEÇO

Como há escasamente um mes em Israel, o próximo domingo os galegos e galegas estám chamados a renovar o seu Parlamento autonômico. Mágoa que aquí não contemos com uma mínima variedade de opções diferenciadas à hora de acudir a votar, como sim que têm, a pesar de tudo, no país amigo.


Para além de opções anedóticas, cuja possibilidade de obter representação na câmara distancia-se em pouco de zero, chamem-se Izquierda Unida, Partido Humanista ou a Frente Popular Galega, oferecem-se-lhe ao eleitorado só três alternativas se optam por ir a gardar cola e botar o papelinho na urna, em vez de aproveitar estes soleados dias que nos está brindando o final do inverno em melhor menester.


Antecipo-vos que eu não irei votar por ninguém –o qual, diz que, se é o que decide fazer finalmente uma ampla franja do censo, seria o caminho mais curto para evitar quatro novos anos de bipartito PSOE/BNG. Não há mal que por bem não venha. Mas não quero deixar passar a ocasião de razoar a minha abstenção, e dado o sítio em que escrevo, quero fazê-la em clave de amiga que sou do povo israeli.


Assim, se um israeli acabasse de aterrizar na Galiza e se tiver empadroado, adquirindo hipoteticamente o direito a exercer o voto, diria-lhe o seguinte:


Se queres apoiar a um partido que não seja abertamente inimigo declarado do povo de Israel, só tens a opção de votar pelo Partido Popular. Mas tem em conta que esta força, que contou na sua dirigência com amigos inequívocos do Estado judeu como José María Aznar, está sumida num convulso processo de quebra e descomposição, no que uma maioria dos seus dirigentes pulam por mimetizar o discurso e o agir da socialdemocracia intervencionista, e que na Galiza mantêm uma rede de personagens vinculados a práticas caciquis que não tem chegado a ser renovada a fundo.


Se queres um Governo nacional-socialista oferecem-se-che duas opções:


1ª) Apoiar ao Partido Socialista Español, do que provavelmente saibas que é o partido de Zapatero e Moratinos (sim, esse, o velho amigo do Nóbel da Paz Arafat), o partido que promoveu o terrorismo de Estado dos GAL nos anos 80 –pelo qual foram encausados uma mínima parte dos seus dirigentes, indo dar com os seus ósos na cadeia alguns de eles, por crimes de lesa humanidade-, e que a nível internacional promove a Aliança de Civilizações com Irán, Turquía e o presídio castrista.


2ª) Votar a papeleta do partido ánti-semita BNG. Uma organização que no tempo récord de catro anos tem mimetizado os piores vícios do caciquismo que durante décadas governou Galiza, e que, para além de negar constantemente o Holocausto e perseguir com sanha até a alguns dos seus próprios militantes, pelo grave delito de serem amigos e leais com o povo judeu, tem-se alinhado inequivocamente com a República Islâmica de Iran e com Hamas como os seus modelos a imitar.


Também está a opção de apoiar, simbolicamente, a Rosa Díez –matando dous pássaros dum tiro, dando-lhe de passo uma patada no cu aos neonázis que utilizam métodos filoterroristas contra qualquer manifestação que se saia do seu guião.


Sorte, se optas por acudir o domingo às urnas, porque o vas ter difícil.


Contudo, vaia a minha simpatia para o melhor candidato –e inequívoco amigo do povo de Israel-, Pedro Arias Veira, que vai de nº 2 nas listas do PP pela Corunha.



SOPHIA L. FREIRE


3 Adar 5769 / 27 Fevereiro 2009

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