O terrorismo é uma guerra como qualquer outra, uma táctica razoável contra um inimigo mais forte. Em todas as guerras, o apoio civil é um objectivo principal. O Governo israeli tergiversa o terrorismo como mal absoluto por uma razão: as pessoas imorais não são susceptíveis de serem cambiadas. Segundo o Governo israeli só necessitaríamos persuadir aos muçulmãos díscolos para que abandonem a senda do mal. Errôneo. Eles já são bons muçulmãos. Longe de serem imorais, estám no caminho correcto –desde a sua perspectiva. Lutam pelo que acreditam que é a sua legítima causa territorial. E os conflitos sobre “direitos” geralmente rematam com a aniquilação de uma das partes.
As pessoas podem discutir sobre direitos se a sua conceição do que são os direitos é semelhante. Dentro duma mesma sociedade, isso é geralmente certo: todo o mundo concorda em que o direito de propriedade pertence à pessoa que criou a coisa e que a transfere a câmbio duma compensação. O proprietário é uma pessoa que compra uma coisa; inclusso o mais degenerado dos ladrões alcança a entender que o roubo não legitima o direito de propriedade. Isto não acontece assim entre grupos que interpretam o direito de propriedade de maneiras diferentes. Os árabes palestinianos têm todas as razões para considerar que a Terra de Israel lhes pertence: os seus ancestros viveram aquí, os textos muçulmãos declaram que o território é islâmico, e o país esteve baixo domínio islâmico ininterrompidamente durante 1.100 anos. Os judeus têm toda a razão para acreditar que a terra é sua: D’us exigiu-nos tomá-la (promesa que os muçulmãos acreditam que foi revocada), tivemos um Estado aquí, e reconstruimo-lo recentemente através duma série de guerras. Deliberadamente omito as irrelevantes decisões que tenha tomado essa assembleia de selvagens denominada Organização das Nações Unidas (ONU). Tanto judeus como árabes acreditam que estám no seu direito. O território é muito pequeno como para ser compartido: uma Israel minúscula e uma Palestina minúscula são igualmente inviáveis como Estados separados. Indefensíveis.
Quando ambas partes estám no certo –desde os seus respectivos pontos de vista- o conflito não pode ser resolvido mediante a “boa vontade”. Às vezes, esses conflitos resolvem-se mediante um compromiso de poderes, quando ambas partes estám já fartas de combater. Se o objecto em disputa é muito pequeno como para estabelecer um compromiso arredor de ele -e o balanço de poderes é claramente desigual- não há lugar para compromisos significativos. Os árabes não intentaram comprometer-se ou considerar os direitos dos judeus quando eles acreditavam que eram mais fortes.
“Ter direito” é um fenômeno que funciona de maneira intragrupal. Os judeus têm razão. Os árabes têm razão. Sim, mas os mosquitos que são drenados dos pantanos israelis, também acreditam que têm “os seus direitos”.
O poder é o único que importa nestes casos.
OBADIAH SHOHER
2 Adar 5769 / 26 Fevereiro 2009
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