SEM BOERS NA KNESSET

O abano de opções dos EEUU na região reduze-se a duas alternativas, ambas desagradáveis: ser fortes ou marchar” (Bernard Lewis)



O exemplo de Suláfrica é inaplicável a Israel. Os negros africanos têm um certo respeito snob pelos brancos. Os negros massacram-se entre sim, mas amosam-se renuentes a aniquilar aos brancos –inclusso em Rodésia. O estereotipo dos amos brancos está fortemente gravado no subconscente cognitivo dos negros africanos. Suláfrica, portanto, perpetua uma política de apartheid implícito, onde os negros são politicamente iguais, mas economicamente inferiores e, em conseqüência, menos importantes. Resta por ver se esse sistema será sustentável ou os negros, como outras nações, eventualmente despreçarão as ventagens económicas e a emprenderão contra os seus amos de facto.


Os árabes têm dois estereotipos respeito os judeus: amos coloniais europeus ou dhimmis submissos. Os árabe-israelis abraçam o primeiro estereotipo; os islamistas radicais, o segundo. O crescimento do nacionalismo árabe erosiona velozmente o estereotipo colonial e anima aos árabes a combater contra os colonizadores judeus. A mentalidade árabe é muito diferente da dos negros: um sorriso espontâneo é algo habitual em África, mas resulta quase insólito entre os árabes. Os árabes conservam a mentalidade de hienas assassinas dos beduínos e não aceitarão a via sudafricana de submissão a um Estado nominalmente binacional. E a igualdade real? Também não se dará, porque os árabes são inerentemente improdutivos e a noção de “Estado judeu” presupõe um domínio institucional judeu. A quarta parte dos europeus responde nas enquisas que há demassiados judeus (0’1 %). Os judeus de Israel, em conseqüência, são demassiados para os árabes.


Outra diferença cruzial entre Israel e Suláfrica é a mentalidade dos brancos. Os boers são fortes, como os primeiros kibbutzniks, e cínicos como os judeus com pedigri. Perseguem conscentemente o colonialismo branco em Suláfrica, Mozambique, Zimbawe e outros países vizinhos. A clã dirigente israeli, desde os acadêmicos progressistas, passando pelos juízes esquerdistas até os políticos orfos de pensamento estratégico, é incapaz de desenvolver uma política cínica com respeito aos árabes. Cegados pelos seus próprios presupostos, os esquerdistas israelis exigem uma igualdade real e, inclusso, uma discriminação positiva face os árabes. Ben Gurion e alguns dirigentes mais despregaram uma política muito sudafricana quando, duma banda, pregoavam igualdade e, doutra, expulsavam aos árabes de Israel. Antes dos anos setenta, a esquerda israeli era economicamente de esquerdas, mas politicamente de direitas. O ascenso ao poder da direita levou a que os esquerdistas se ré-situassem na esquerda política. A fim de diferenciar-se do Likud no tema árabe (como se não se enfrontar nas eleições se os programas eram idênticos?), o Laborismo abrazou o esquerdismo político e uma actitude abertamente pro-árabe. Originariamente, os lemas esquerdistas de democracia etnicamente cega só eram assumidos pelas massas judeas, mas o Partido Laborista adicava-se a construir assentamentos e a oprimir aos árabes. Posteriormente, a pressão do eleitorado árabe, os acadêmicos progres e a politicamente correcta opinião pública levaram a que os laboristas aceitassem a plena igualdade de árabes e judeus; e a fim de apontalar essa igualdade a partir do status quo anterior, Avodá começou a pôr em prática políticas pro-árabes. O mundo da empressa israeli leva à prática o modelo sulafricano de colonização, mas o establishment político rende-se ao idealismo moral e ao temor ante estratégias politicamnte incorrectas.


Os boers, que levam vivendo em Suláfrica desde há séculos, são nacionalistas convencidos do seu direito ao país. Os políticos israelis despreçam a sua origem judea e o direito bíblico ao país, e ansiam comprazer aos seus sócios internacionais pisoteando os valores judeus. Os boers têm mentalidade pioneira, os dirigentes israelis, mentalidade de insignificantes intrigantes asustados. Os judeus não podem pretender manter um equilíbrio entre a nominal igualdade étnica e a actual diferenciação económica, entre a correcção política face o exterior e a segregação real, entre o declarado pacifismo e o despiadado imperialismo económico respaldado pelos cazabombarderos.


Para além de que o modelo sulafricano de pseudo-igualdade seja sustentável ou não, os judeus não o vam levar à prática. Necessitamos algo mais simples.


Transferir fóra do país aos árabes, por exemplo.



OBADIAH SHOHER



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