A organização terrorista vem de pedir aos muçulmãos que abandoem Israel imediatamente. Supostamente, isto inclui aos residentes no West Bank, muitos dos quais têm cidadania jordana e trabalhan na Pequena Israel.

Não cabe dúvida da capazidade de Hamas e a Yihad Islâmica para levar a cabo actos terroristas de carácter massivo em Israel. A ausência nos últimos tempos de atentados suicidas é provavelmente fruto dum acordo implícito entre o Shabak e os grupos terroristas para evitar uma escalada na acção/repressão. Na medida em que Israel ignora a sua parte do acordo, é de agardar que Hamas ignore a sua.

Considerando o permeável da fronteira no West Bank, movilizar terroristas suicidas ao interior de Israel é coisa de rapazes para Hamas. Ë provável, ademais, que os terroristas tenham desenvolvido toscas armas de destrucção massiva com ajuda de Iran e Síria. Ambos países têm expertos em armamento químico, graças a Rússia e Corea do Norte. O patrão seguido no caso dos camiões-bomba iraquis –onde uns cilindros de gas inflamável reforçavam a explossão- pode perfeiçoar-se em Israel: muitos árabes conduzem rutinariamente camiões transportando cilindros de gas.

A advertência de Hamas não está relacionada com a sua capazidade de lançar foguetes Grad *, já que relativamente poucos muçulmãos habitam as cidades do sul de Israel incluídas no rango de alcanço. Mais provável é que Hamas se refira a atacar Jerusalém, um objectivo tradicional dos terroristas suicidas, onde os árabes sim que são muito numerosos.

A actitude do Gabinete israeli ante a ameaça de Hamas é ambivalente. Duma banda, os atentados afastam aos potenciais votantes do actual Governo. Pela outra, os ataques suicidas em Jerusalém reforçariam a postura do Governo de abandoar os bairros árabes, e afastariam aos votantes de Netanyahu, cujas credenciais em matéria de seguridade são suspeitosas. Uns ataques limitados poderiam beneficiar ao Governo em termos eleitorais, mas uma vaga terrorista a grande escala desacreditaria de tudo a Livni.

Por último, cabe agardar, isso sim, ataques terroristas contra estrangeiros –especialmente os turistas israelis em Egipto- na medida em que os árabes acussarão, acertadamente, a esse país de colaborar com Israel.


OBADIAH SHOHER



2 Tevet 5769 / 29 Dezembro 2008



* [Os foguetes “GRAD” foram desenhados nos anos sesenta na URSS. São um sistema de artilheria dotado de cabeças de fragmentação não guiadas de 122 mms].

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