Mentres as IAF aplacaram os objectivos de Hamas durante o Shabat, menos de 20 incursões têm acaecido na manhã do domingo. O fundamental numa campanha militar de forças desiguais é lograr manter a iniciativa, suprimir a coordinação do inimigo mediante uma ofensiva permanente. Na pequena Gaza, uma táctica desse tipo não se pode sustentar devido a que a destrucção alcança o ponto de saturação muito velozmente.
Mentres os terroristas se recuperam do primeiro shock e se fazem à ideia da invasão israeli, tratam de reagrupar-se. Não está ainda claro se a IAF destruiu algum arsenal significativo: não se registraram explossões grandes nem prolongadas, o que conduz a pensar que os arsenais de Hamas têm sobrevivido ao primeiro ataque.
Ehud Barak, traidor político e falhido estratega, é sem embargo um brilhante táctico: executou uma excelente cobertura de engano para o ataque israeli sobre Gaza, colhendo a Hamas com a garda baixada. Os egípcios colaboraram com Israel informando a Hamas do mantimento da trégua apenas umas horas antes do ataque israeli –que eles já conheciam.
Aparantemente Barak levava planeando a invasão de Gaza desde seis meses atrás. O nível de informação e preparação é incomparável ao de 2006. Fica por saber se a invasão pode derrotar e, ainda mais importante, desmoralizar a Hamas fazendo que se rinda a Fatah. Porém, uns quantos tanques danados e uns helicópteros derrubados estimulariam a moral da guerrilha até as nuvens.
Uma vaga de atentados suicidas de Hamas é improvável, toda vez que as IDF, a polícia e os cidadãos em geral estám em estado de máxima alerta. Tras um alto o fogo, Hamas não o violará grosseiramente com atentados suicidas.
Por vez primeira Ashdod é alcançado pelos foguetes de Hamas.
Os oficiais de Hamas e das IDF estám ilocalizáveis, cada um nos seus búnkers. A razão de que os generais das IDF abram os búnkers do Cuartel Geral em Tel Aviv não está clara: aparentemente, os generais simplesmente estám cenificando o jogo da guerra.
Só 15 civis tem morto em Gaza –o 7% do total, o qual demonstra uma extremada precisão, lograda a base dum alto custe. O operativo, que inclui mais de 100 aviões de guerra, custosíssimas bombas inteligentes e missis guiados, custaram a Israel perto de meio bilhão de $ só no primeiro dia –excedendo amplamente os gastos de Hamas desde a sua data fundacional.
Para além da condeia diplomática, Rússia não está proporcionando nenhum outro tipo de apoio a Hamas, a quem reconhece como legítimo Governo dos palestinianos.
O operativo israeli depende de que Hamas aceite um cenário do tipo “vive e deixa viver”, onde Israel e Gaza seguissem sendo hostis, mas sem atacar-se abertamente uns aos outros. Dacordo com a lógica judea, Hamas não suportará uma devastação massiva e rematará as hostilidades. Este semelha ser o caso: Mashaal, que rechaçou o alto o fogo uma semana atrás, agora anunciou a sua predisposição a alcançá-lo. Mas isso quiçá não funcione a longo praço: a repressália israeli não teria por que dar os seus frutos, já que alguns militantes de Gaza dam a benvinda à guerra a pesar dos custes –e os ataques desde Gaza já se têm reanudado.
A despovoação de Gaza, uma solução política com Hamas, ou a violência transfronteiriça de baixo nível a longo praço, são as alternativas.
OBADIAH SHOHER
1 Tevet 5769 / 28 Dezembro 2008
Etiquetas: Breves de Obadiah
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