DANIEL BARENBOIM


Quando um artista israeli faz permanente militância contra o Estado de Israel, tem garantida pelo menos duas coisas: a audiência e o éxito. Temos exemplos mais que sobrados no campo da literatura, o cinema ou a música, na mente de todos, assim que não é preciso avondar na afirmação.

Daniel Barenboim leva anos fazendo este tipo de apologia contra o direito dos judeus a defender-se, e é promotor de diversas iniciativas de marcado cariz ánti-sionista, como as suas aclamadas (em Europa) provocações interpretando música de Wagner em Jerusalém, ou a sua premiada (Prémio Príncipe de Astúrias e multimilhonárias subvenções da Junta socialista de Andalucia) “West-Eastern Diwan Orchestra”).

Suponho que não tardará em sacar uma das suas cacareadas entrevistas difundidas por todos os mass média internacionais, a raíz do “escândalo” promovido pela multimilhonária de esquerdas israeli que vem de subsidiar um experimento musical de curta trajectória chamado “Cadeas pela liberdade”, ou coisa assim. A instâncias dos seus amigos de Paz Agora, esta magnate promoveu uma encerrona numa localidade próxima à fashion Tel Aviv, onde um grupo de menores de idade procedentes da localidade sob administração árabe de Jenin interpretaram um concerto num auditório infestado de ultraesquerdistas, e no que levaram enganados a um feixe de superviventes da Shoá.

Pretendidamente é muito emotivo e mediático colocar num cenário a umas crianças procedentes de Jenin –localidade conotada no imaginário colectivo com “o genocídio israeli contra os palestinianos”- tocando ante umas pessoas que passaram pela experiência indescriptível dos campos da morte europeus. Também o é interpretar a música de Wagner (inspirador do nazismo e autor do tratado ánti-semita “Os judeus na Música”) em aras de dissociar a sua cárrega conotativa da beleza das suas construcções harmônicas. Mas em ambos casos óbvia-se a obscenidade que supõe submeter a essas pessoas que estiveram em Treblinka ou Auschwitz, a ter que reviver o horror, as lembranças e a humilhação, graças, precisamente, ao poder evocador da música. Como sinalou Diana Wang, mentres haja um só supervivente da Shoá vivo, e dado que não lhe podemos aforrar a capazidade de lembrança nem a ele nem aos seus familiares, evitemos-lhe, pelo menos, o intenso sofrimento do poder de evocação.

Barenboim tem-se feito milhonário e popular a base de agir como um proxeneta da memória dos superviventes da Shoá. Para ele será singelo identificar-se com a “iniciativa” dessa adinheirada filântropa de Tel Aviv. Como o é para os euroidiotas que jaleam esse tipo de iniciativas e que depois são os primeiros em saír à rua a pedir que “gaseem outra volta ao judeus”.

Em Janeiro de 2008 Barenboim aceitou em Ramallah a cidadania palestiniana, e se tiver um mínimo de dignidade deveria ter renunciado simultaneamente à israeli. Ou ter-lha retirado o Executivo judeu.

“Devemos pôr fim à ocupação, e as colônias devem desaparecer”.

“Um milhão e meio de palestinianos não se axeonlharão ante o poderio israeli”.

“A vingança de Israel é inhumana e imoral”.

Não, não é Mahmoud Abbas quem fala, é este misserável que não nos fazerá o favor de marchar duma vez com a música a outra parte.

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