Quando saltou à luz pública o intento do Presidente suízo Hans-Rudolf Merz de reunir-se com o Presidente iraniano Mahmoud Ahmadineyad, durante a II Conferência de Durban que está tendo lugar em Suíza, alguns em Jerusalém ergueram vozes duramente críticas face este país e face o próprio Merz. Disseram, entre outras coisas, que “não existe nenhuma razão para manter tal encontro com um negador impenitente do Holocausto como Ahmadinejad”.
O Presidente de Israel, Shimon Peres, exprimiu-se de modo semelhante na cirimónia de apertura do Dia de Lembrança dos Mártires e Heróis do Holocausto, dizendo que “a Conferência que se inaugura hoje em Genebra marca a aceitação do razismo, não a guerra contra ele. E o seu principal promotor, Ahmadineyad, chama a destruir Israel e a negar o Holocausto. É uma vergonha”.
Se eu fosse o Presidente de Suíza, respostaria-lhe a Shimon Peres e os seus colegas dizendo:
“Perdão? Que é o que se lhe oferece? Você não tem problema algum em reunir-se com o negador do Holocausto Mahmoud Abbas, também conhecido como Abbu Mazen. O mesmo Abu Mazen que escolheu a negação do Holocausto como matéria da sua tese doutoral. E isso não é tudo; ao negador do Holocausto, Mahmoud Abbas –dirigente de Fatah, promotora da matança de onze atletas israelis nos Jogos Olímpicos de Munich de 1972- você subministra-lhe pistolas, forças “policiais”, um exército e uma Autoridade quase autónoma, com controlo sobre uma população onde o livro “Mein Kampf” é um bestseller e a negação do Holocausto algo universal. Por que está bem reunir-se com Abu Mazen, mentres que lhe dar a mão a Ahmadineyad não o está?”.
A dia de hoje, se o Presidente suízo contestasse assim, creio que estaria acertado.
É simples hipocresia fazer distinções entre o negador do Holocausto Ahmadineyad e o negador do Holocausto Abu Mazen. E a negação do Holocausto não é o único que têm
Portanto, qualquer que mantenha conversas com Abu Mazen e a sua cuadrilha, e que inclusso o ajuda a afiançar-se no poder, não deveria ter tantos escrúpulos com alguém que fale com Ahmadineyad. Israel só poderá queixar-se quando ponha em orde, primeiro, a sua própria casa. E isso só sucederá quando proceda à revocação formal dos Acordos de Oslo e ao reconhecimento público de que esses acordos foram um erro, um crime que não se pode repetir.
Com os Acordos de Oslo, os arquitectos de Oslo –encabeçados por Shimon Peres- deram patente de legitimidade ao assassino em série, Yasser Arafat, e o seu movimento. Os Acordos de Oslo baseam-se na falsa asumpção de que Arafat e a OLP/Fatah são interlocutores legítimos num diálogo, e que deviam ser reforçados mediante a entrega de armamento, munição e cidades-refúgio. Pelo contrário, outras organizações, como Hamas e a Jihad Islâmica, não foram consideradas “kosher”, inclusso estando claro para todos –já em 1993, quando os Acordos foram asinados- que não havia diferença alguma entre Fatah e Hamas ou as outras organizações terroristas.
Os ataques terroristas contra Israel, uma considerável parte dos quais foram perpetrados por membros de Fatah (a pesar de term asinado os Acordos de Oslo), demonstra que são os campeões da violência contra os judeus, e que participam com todo descaro nas actividades terroristas contra os judeus. Toda elas –Fatah, Hamas, Jihad Islâmica e as demais organizações- estám unidas no convencimento de que Israel não tem direito a existir. Tudo o que tendes que fazer é abrir um livro de história numa escola da Autoridade Palestiniana e observar que Israel não aparece, do mesmo modo em que não é mencionada nos livros da população que apoia a Hamas.
Consequentemente, antes de atacar e denunciar ao Presidente suízo, devemos ser conscientes de que as estampinhas “kosher” de Arafat e Abu Mazen como promotores de “paz” são as que têm alfombrado o caminho para o reconhecimento de Ahmadineyad.
Aínda estamos a tempo de fazer as coisas bem. O novo Governo israeli deveria proclamar aos quatro ventos que não faz distinções entre Abu Mazen, Ismail Haniyeh, Ahmadineyad e Osama Bin Laden. Todos eles são terroristas detestáveis contra os que se deve despregar uma guerra sem quartel. Esta é a única forma d que Israel volte ser uma luz entre as nações.
Só nesse momento recuperará Israel a sua legitimidade moral para fazer exigências e tomar medidas punitivas contra outros países do mundo –com Suíza à cabeza.
NADIA MATAR
27 Nisan 5769 / 21 Abril 2009
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