A nacionalidade é algo irrelevante à hora de erigir um Estado.
Os russos asemelham-se mais aos ucranianos que aos tártaros, mas formam um Estado com os tártaros e não com os ucranianos. Os espanhois asemelham-se mais aos portugueses que aos bascos, mas o seu Estado inclui aos bascos e nada tem a ver com Portugal. As tribos africanas não são nações, mas as potenças coloniais quando marcharam agruparam arbitrariamente às tribos em entidades estatais. Os Estados formaram-se amiúde em contra das aspirações nacionais, como quando vários pioneiros europeus chegaram a América Central e do Norte e edificaram os seus Estados aniquilando às nações pre-existentes. A questão de se os árabes “palestinianos” conformam uma nação não têm nada a ver com a sua exigência de criar um Estado, mas tem certa importânci a olhos dos observadores estrangeiros que sustentam o inexistente direito dos palestinianos a um Estado.
Os árabes palestinianos existiram como parte de vários grupos diferentes. Os granxeiros palestinianos das zonas altas são tipicamente sírios. Os residentes palestinianos nas cidades costeiras são mais semelhantes aos seus congêneres libaneses. Sempre houvo uma considerável inimizade entre os granxeiros palestinianos e os habitantes das zonas costeiras. Os árabes consideravam sírios aos granxeiros palestinianos, e só aplicavam o termo “palestiniano” aos que viviam nas cidades com porto. Mentres os árabes despreçam aos sírios pela sua tradicional cobardia e deshonestidade, ódiam também aos palestinianos da costa, aos que consideram uma panda de bandoleiros –actitude, doutra banda, comum em todo o mundo face as comunidades residentes em zonas portuárias. A identidade nacional palestiniana freqüentemente extende-se aos beduínos de Jordânia que, embora fisicamente semelhantes aos granxeiros palestinianos do West Bank, são um grupo drasticamente mais retrassado e carecem duma cultura comum inclusso no sentido mais laxo do termo. Os palestinianos incluem também um significativo número de imigrantes procedentes do Meio Leste e o Norte de África que chegaram a Palestina a mediados do século XIX na procura de trabalho na emergente indústria dos cítricos. Hoje em dia, o maior grupo palestiniano é o constituído pelos refugiados profissionais que levam vivendo do conto nos campos de Lïbano e Gaza durante gerações, e que têm derivado em bandas de maleantes sem afão produtivo algum e com um ódio acumulado que custará várias gerações qude desapareça.
Esses grupos de “palestinianos” carezem duma cultura homogênea, dum dialecto procedente da linguagem árabe, duma tradição religiosa, e duma história comum. Outras nações foram moldeando-se a partir de grupos diversos mediante ferramentas de unificação étnica, religiosa, lingüística ou cultural. Os palestinianos carezem dos elementos distintivos que caracterizam a qualquer nação ou tribo. Os árabes palestinianos, bem é certo, nunca tiveram a possibilidade de desenvolver esses rasgos distintivos: a compacta religião islâmica, a linguagem árabe escrita, a influência síria e uma economia de subsistência impediram que fraguasse a sua diversidade cultural como grupo autónomo.
Os palestinianos só seriam uma nação no sentido de Estado-nação. Esse é o quid da questão. Outros povos desenvolveram-se primeiro como nações, depois amalgamaram os seus territórios e, por último, construiram os seus Estados. Os árabes palestinianos, pelo contrário, são tratados como “nação” pelo simples facto de que estám num determinado território.
OBADIAH SHOHER
16 Sivan 5769 / 8 Junho 2009
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