A semana passada foi o cumpreanos de Yigal Amir. A gente que actua seguindo um ideário político que os leva a passar o resto dos seus dias em prisão, merescem o máximo respeito. Yigal Amir não menos que Nelson Mandela.
Yitzhak Rabin fogiu do campo de batalha perto de Jerusalém durante a Guerra de Independência, abandoando aos seus soldados à morte, e mandou a pique aos indefesos judeus do Altalena.
Rabin cometeu alta traição para ganhar as eleições de 1992. Yosi Beilin conspirou
O agir de Rabin foi perjudicial para o Estado judeu. Um dirigente que põe em perigo ao povo pode ser legitimamente eliminado. É preferível matar a um dirigente antes que vários cidadãos resultem mortos; o processo de Oslo provocou mais baixas judeas que a Guerra de Yom Kippur. A massa não é sábia, especialmente quando se lhe tem lavado o cerebro, e poderia ter levado anos destronar a Rabin. O seu assassinato foi uma solução pragmática.
O assassinato de dirigentes malignos é absolutamente aceitável. Os EEUU animaram aos generais sud-vietnamitas a matar ao indisciplinado Diem, e têm intentado várias vezes matar a Fidel Castro. Os alemães trataram de matar a Hitler. Os próprios EEUU poderiam ter-se aforrado um par de guerras de ter eliminado a Milosevic ou Saddam.
Os palestinianos têm assassinado a oficiais israelis de alta graduação, e os israelis, de modo semelhante, eliminado a dirigentes palestinianos. Os servizos de seguridade israelis organizaram o assassinato de Meir Kahane, o seu filho Binyamin, e provavelmente o de Rehavam Zeevi. Durante o período do Mandato, os judeus assassinaram a oficiais britânicos. Aqueles judeus são hoje em dia heróis nacionais. Os assassinatos políticos são socialmente aceitáveis. São justos? Sim, às vezes. Alguns assassinatos planificados beneficiam às sociedades. Alguns outros são a justa retribuição pelos crimes da vítima; Rabin não foi submetido ao processo que merescia pelos judeus aos que canhoneou no Altalena e aos que rematou quando tratavam de ganhar terra a nado. Rabin escabulhiu-se do processo devido quando ordeou a soldados adolescentes judeus que partissem as mãos e as pernas dos árabes participantes na Intifada. Por que privar do processo devido a um judeu que incitou às guerrilhas àrabes, como se passou com os Acordos de Oslo?
Os israelis de a pê matam palestinianos de a pê permanentemente porque estes podem chegar a afectar remotamente à seguridade israeli; os matam sem juízo durante os combates urbanos e as operações policiais. Rabin puxo em perigo o Estado judeu muito mais gravemente do que o poida ter feito qualquer desses palestinianos comuns, e fixo-se, portanto, merescedor dum trato muito mais severo. Israel está em guerra, e Rabin foi um traidor; não era necessário –também não esta vez- um processo devido.
É democrático o assassinato? Não. Mas Rabin agiu de modo não democrático e injustificadamente, e obteve uma resposta nesses mesmos termos. A democracia é uma convenção; é o direito do Governo a manipular à opinião pública, e a banda Rabin-Peres-Beilin exerceram esse “direito” até as suas últimas conseqüências. A democracia pode decidir onde erguer uma ponte ou um encoro. Os valores básicos, porém, não são susceptíveis de tomas de decisão democráticas. O carácter judeu de Israel, a possessão da Tera dos judeus na sua integridade, e a seguridade dos judeus não são questões negociáveis. Rabin traicionou abertamente esses valores, e não é precisa sentença judicial alguma para executá-lo.
Quais são as regras democráticas do jogo? Submeter-se a um Governo que manipula à gente através dos mass média e os suborna mediante dádivas de benestar? Permitir que os judeus ateus destruam o Estado judeu eligindo a gente como Rabin antes de emigrarem? Acaso não utilizaram a violência os negros dos EEUU para defender os seus direitos? Não o têm feito os bascos? E os irlandeses? E os chechenos? Inclusso os norteamericanos –contra os britânicos. Os tribunais devem impartir justiza contra os criminais, mas não contra um povo que se opõe ao Governo. O assassinato é, com freqüência, a única saída.
A Torá diz: “Não sigas à maioria para fazeres o mal” (Shemot, 23:2). Os dirigentes democraticamente eligidos podem ser um cancro e merescer a morte. Hitler foi democraticamente eligido e Stáline gozou dum apoio praticamente total da população. Os dissidentes soviéticos rechazavam a democracia (o povo soviético escolhia aos seus dirigentes entusiastamente) preferindo valores mais importantes. Nos momentos críticos, as sociedades não são dirigidas por maiorias, senão pelos grupos com uma maior determinação. Se os objectivos da minoria são errôneos (como se passou com Jomeini), serão revertidos rapidamente pela maioria, que o fazerá com maior determinação. Se são correctos (como com Lincoln), a maioria aceitará os seus presupostos.
Os valores centrais duma sociedade são os que superam a prova do tempo. As sociedades experimentam constantemente com valores, e alguns grupos tratam de forzar (Macabeus) ou promulgar (Reformismo moderno) os seus valores. Às vezes, os grupos entram em conflito quando tratam de inculcar os seus valores na sociedade. Os valores devem superar uma triple prova: de conflitualidade violenta (um povo suficientemente determinado apoiará a sua prevalência), de aceitação a curto prazo (os valores propostos deverão ganhar suporte democrático quanto antes), e de sustentabilidade a longo prazo. O Judaísmo superou essas três provas. Rabin não.
É o conflito civil inerentemente negativo? Não quando é necessário. A Guerra Civil Norteamericana é induvidável que serviu para que a sociedade melhorasse. A Guerra Civil dos Macabeus impuxo o Judaísmo aos judeus assimilacionistas. Os EEUU apoiaram guerras civis ánti-comunistas em muitos países. No que respeita à guerra civil israeli, “judeus contra judeus” seria uma geralização inadequada. Melhor dizer “judeus contra traidores judeus”, uma dicotomia mais apropriada.
Nos seus últimos dias, o pobre de espírito de Rabin rebelou-se contra Peres e Beilin, declarando na sua última aparição na Knesset: “Não regressaremos às fronteiras de 1967; a linha defensiva para preservar o Estado de Israel estará no Val do Jordão, no mais amplo sentido do termo”. Isso supunha uma perigosa volta às posições de Rabin de 1980. “A evacuação do West Bank suporia a maior ameaça à que nos poderíamos enfrontar”. Foi então -quando Rabin semelhava obstinado em rematar com as concessões aos inimigos árabes, que não cesavam de assassinar judeus- que Peres & Co. decidiram eliminá-lo. Os servizos de inteligência tenderam uma trampa a Yigal Amir –um kahanista- para ilegalizar ao partido de Meir Kahane. Um Rabin, já amortizado com vida, foi sustituído por um Rabin morto, por um vibrante símbolo do Processo de Paz. O único erro de cálculo de Peres foi a estupidez do eleitorado israeli: a pesar de todo o lavado de cerebro, preferiram votar Likud melhor que Laborismo. O sacrifício de Rabin foi um tiro que lhes saiu pela culata aos esquerdistas.
O assassinato de Rabin, como o do Barão Moyne meio século antes, foi um contratempo superficial para a direita judea. Os servizos de seguridade israelis iniciaram uma cazaria do activismo nacionalista, Rabin foi virtualmente divinizado, e o lavado de cerebro tatuou o processo de paz no inconscente colectivo. Porém, o Likud ganhou as eleições. Do mesmo modo, o assassinato de Moyne afastou a Churchill dos sionistas, mas a Grande Bretanha negou-se a renunciar ao Mandato. Os britânicos entregaram 2/3 partes das terras prometidas aos judeus a Jordânia muito antes da morte de Moyne. A partição da Terra de Israel pela ONU entre judeus e árabes palestinianos é um calco, em termos gerais, das pautas seguidas pela Comissão Peel, fixadas sete anos antes de que o LEHI matasse a Moyne. Aos historiadores e mass média gosta-lhes dizer que a violência é contraproducente, mas o terrorismo geralmente logra excelentes frutos políticos: mirade o IRA ou Hamas.
Nenhum judeu se atreve a executar a traidores abjectos como Barak, Peres ou Beilin. É que todo o mundo tem medo? Não existe nenhum enfermo terminal disposto a servir ao país a costa da sua própria vida?
Yigal Amir, quando menos, demonstrou ser um herói.
OBADIAH SHOHER
Etiquetas: Rabin, Samson option
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