A PROPAGANDA DO ÓDIO


Com tantos judeus trabalhando nas melhores agências de publicidade, a ineptitude demonstrada pelos relações públicas israelis em tudo o concernente à campanha de Gaza é desalentadora. Existe uma tremenda diferença entre a publicidade comercial e a política: a primeira basea-se na atracção, a segunda na exaltação do ódio.

A gente adquire produtos porque lhes ressultam atractivos; a gente aceita os pontos de vista políticos porque ódiam as alternativas. A contradicção é superficial: inclusso produtos complexos, como um automóvil, são fazilmente comprensíveis e evaluáveis pelo consumidor; mas a política é demassiado complexa para uma avaliação rápida. Freqüentemente, nem sequer existe uma política clara senão uma oposição à política do contrário. Quem seria capaz de sinalar a diferença prática entre os candidatos presidenciais demócrata e republicano, especialmente quando sabemos que o grande capital apoia a ambos? No esforço por ganhar um apoio o mais amplo possível, os programas elaboram-se duma forma vaga e apenas distinguível.

Nas guerras, os objectivos políticos de fundo são confusos –no caso de que existam-, e a propaganda contribui a distorsoná-los ainda mais. Decidir qual das partes tem razão nos conflitos remotos é impossível, por carecermos de experiências de primeira mão e informação básica. Os occidentais que apoiam a uma tribo perseguida em Darfur, não sabem que tribo persegue a qual, e são alheios a factos cruziais: as hostilidades na zona vêm de séculos atrás, e a tribo que hoje é perseguida, provavelmente iniciou a presente espiral de combate.

Contrariamente ao instinto de consumo, o instinto político é muito débil a maior parte das vezes. A gente adquire mercadorias para o seu próprio disfrute, e só se unem quando percebem que um inimigo ameaça os seus hábitos de consumo. O mais forte dos sentimentos, o ódio, é necessário para estimular o mais débil: o político. Os occidentais manifestavam-se contra o apartheid –não a favor dos negros.

A evolução ensina às pessoas que as coisas são boas por natureza. Para re-estabelecer a bondade, só necessitamos derrubar as distorsões acumuladas. Os bons fins conseguem-se não promovendo a bondade, senão odiando e destruíndo as distorsões de esta –para que assim a bondade poida desenvolver-se livremente.

A bondade é multifacética. Perguntade aos occidentais qual é a melhor maneira de ajudar aos africanos, e obteredes um milheiro de respostas nas que os promotores não se darão posto de acordo. O ódio é combatido porque as suas distorsões são muitas menos que as manifestações da bondade. Cada grupo tem a sua própria definição do que é bom, mas os rasgos do mal são sempre constantes: guerra, crime e imposição sem representação. O ódio é o comum denominador entre os mais diferentes povos e gentes.

Para emprender acções poderosas, os seres humanos unem-se mais fazilmente arredor do ódio que da bondade. Não por casualidade, a palabra hebrea para “vizinho” está relacionada com “maldade” ou “desviação”. Desviamo-nos juntos uns vizinhos dos outros e desejamos-lhes o mal.

No conflito palestino-israeli, os árabes estám unidos no ódio ao judeu. Os manifestantes condeiam a Israel, mais que apoiar aos palestinianos. A prova é simples: centos de milheiros participaram nas manifestações ánti-israelis, mas muito poucos de eles teriam dado um bilhete de dez dólares pela causa palestiniana. Não amam aos árabes; ódiam aos judeus.

As fotografias dos rapazes de Gaza mortos durante os ataques israelis não provocam simpatia pelos palestinianos, porque as imagens empapadas de sangue são inerentemente desagradáveis; mas intensificam o ódio e canalizam-no face os judeus.

Os judeus politicamente correctos têm medo de confiar os seus esforços de propaganda às mãos do ódio. Os israelis defendem as suas operações militares contra os palestinianos mais do que acusar aos árabes. E é um facto demonstrado que os que se limitam a se defender, sempre acabam perdendo, seja no campo de batalha ou nos mass média. Os propagandistas israelis têm que emprender uma ofensiva contra os árabes, sobretudo tendo em conta que as oportunidades são numerosas. Os árabes são uns selvagens (mutilação genital fiminina, assassinatos por honra,…), uns fundamentalistas religiosos (incitação a orar em Venres), um perigo para o mundo (terrorismo islâmico, extensão do wahhabismo, multidãos gigantescas em acontecimentos de índole religiosa), explotadores (tinglado petrolífero), primitivos, perezosos e indisciplinados.

A conceição esquerdista de julgar a cada pessoa pelos seus méritos supõe o fim da propaganda. As coisas soem ir mal para o judaísmo onde as nações são consideradas como uma totalidade: os judeus sofrem pelos pecados dos idólatras, e Amalek provavelmente também contava com algumas pessoas decentes no seu seio. No mundo real, as boas pessoas têm que abandoar o entorno do mal, como fixo Lot. A geralização é uma ferramenta essencial de propaganda. Os israelis equivocam-se confundindo aos estrangeiros com a falsa dicotomia de “a boa OLP/os máus de Hamas” –especialmente tendo em conta que ambas são organizações terroristas. Os árabes de Palestina escolheram a Hamas como partido governante, e são plenamente responsáveis pela sua acção. As palavras sim que importam: “Palestinianos” implica que têm direito a Palestina, mas “Árabes de Palestina” denota simplesmente que vivem aquí. Os “palestinianos” jogam a sua própria liga, mentres que os “árabes de Palestina” são os mesmos árabes que levaram a cabo os ataques do 11-S e de Madrid.

A propaganda israeli deveria estruturar-se do geral ao particular: o Islam sanciona a traição como admisível se referida aos infieis, portanto não podemos acreditar nas promesas palestinianas de paz.; Hamas rompeu o alto o fogo de Gaza, e a OLP tem renegado de muitos acordos para alentar o terrorismo. Os terroristas islâmicos de Al Qaeda atacaram Occidente, e parescidos terroristas islâmicos perpetram a diário ataques contra Israel. Os judeus devem amosar aos estadounidenses e os europeus que temos o mesmo inimigo comum muçulmão.

E um problema semelhante é o que se dá com os muçulmãos. Os europeus estám chegando a um ponto de saturação com a multidão de muçulmãos que enchem as suas cidades: expliquemos-lhes que os árabe-israelis são também como os seus imigrantes, e que não viviam aquí apenas um século atrás. São estrangeiros e desleais, e simpatiçam com o terrorismo árabe.

Israel debe acusar veementemente aos árabes. Não vos avergonhedes de amosar ao mundo as fotos das mulheres e crianças judeus assassinadas e mutiladas pelos ataques árabes. Publicitade os rostos animais dos manifestantes palestinianos encendidos em ódio. Os judeus sempre o temos evitado porque acreditamos que os gentis não querem escuitar os nossos sofrimentos; inclusso os campos da morte convertidos em Memoriais do Holocausto devem aparentar limpeça e sossego. Não. Amosade-lhes a face truculenta da morte. Quando os que apoiam aos árabes exibem as fotos dos rapazes palestinianos mortos, temos a obriga de ocultar os nossos sentimentos e publicar os milheiros de fotos dos actos terroristas muçulmães em Israel, cada uma de elas impregnada do sangue chorreante e as extremidades retorzidas. E devemos aclarar aos estadounidenses, europeus e russos, que esses são os mesmos terroristas que bombardearam as suas cidades. O poder do medo não debe ser subestimado, e todos temos motivos para sentir pânico ante os árabes, sejam imigrantes ou terroristas.

Não sejades mesquinhos. Ao mundo não lhe importam as tuberias cheias de amônio ardendo no deserto de Israel. Em vez disso, propagade acusações fortes: as terríveis massacres de judeus, a retórica exterminadora, as conexões de Hamas com Iran, a presença de Al Qaeda em Gaza, a influência de Hezbolá em Bolívia, as células de Hamas nos EEUU. Não vos preocupedes porque algumas dessas acusações não se poidam demonstrar.

A propaganda é surprendentemente semelhante ao exercício da advogacia nos tribunais. Um bom fiscal não intenta ganhar o seu caso com uma bala de prata. Em vez disso, adica-se a acumular evidências que desacreditem aos seus oponhentes. Embora estes poidam desmontar alguns dos argumentos ou, quando menos, pôr em evidência que são duvidosos, a acumulação por sim própria tem um enorme poder de persuasão.

Um cento de argumentos, do que só um seja verossímil, redunda numa proporção multiplicada por cem de credibilidade. Este efecto é comumente conhecido como o “poder da repetição”: inclusso o mais imbécil dos anúncios televissivos supõe um aumento das vendas se se repite suficientemente. E considerade que os árabes, os judeófobos e os esquerdistas têm a imensa maioria dos mass media ao seu dispôr, mentres Israel carece duma simples canle 24 horas semelhante à que poida ser Al Jazeera. Vender um ponto de vista político, não é muito diferente que vender qualquer outro produto: desenvolva-se uma ideia de venda, crie-se um eslogam, produça-se um anúncio, e sentade-vos a agardar como crece a lealdade do consumidor.

O tempo é crítico. Duma banda, a influência electoral e económica dos muçulmães em Occidente aumenta cada vez mais. Doutra, o sentimento ánti-muçulmão cresce cada vez mais forte como resposta. Não quereremos um pacto cristão/muçulmão que se volva contra os judeus, não sim?

A maioria dos estrangeiros não conhecem demassiado do conflito judeu-muçulmão, ou bem não lhes importa. Formam as suas opiniões baseando-se no fervor empregado por cada parte.

Só mediante uma propaganda encendida, e de ódio, os judeus poderão invertir a marea da opinião pública em contra dos árabes.

OBADIAH SHOHER

13 Shevat 5769 / 7 Fevereiro 2009

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