CHEGAM OS RUSSOS


Israel tem um “problema cristão”. O seu aspecto mais óbvio são as hordas de cristãos ortodoxos ao longo de Israel. Para além do evidente desagrado de ver comer porco, e a pessoas luzindo cruzifijos na Terra de Israel, existe uma grande diferença entre a nossa actitude face os cristãos estadounidenses e os russos. Os cristãos russos assassinaram-nos; muitos cristãos russos assassinaram muitos judeus. Não é o caso dos cristãos estadounidenses. Acrescentemos o natural desgosto ante alguém que se bulra de um abertamente. Os cristãos russos vinheram a Israel com documentação falsa e sabedores de que não tinham avós ou bisavós judeus. Alguns pretendem integrar-se de modo honesto na comunidade judea. Os rapazes dalguns cristãos russos serão muito bons judeus. A imensa maioria de eles, porém, nada têm a ver com o povo judeu. Ou para ser mais precisos, têm muito a ver: os seus antepassados assassinaram judeus, como fazerão os seus descendentes. Os cristãos russos de Israel são ánti-arabes entusiastas. Sempre são ánti-alguém. Mas não são pro-judeus. Hebron e Jerusalém não significam nada para eles. Também não para muitos judeus, mas isso já é uma questão de educação.


A cooperação russa com os inimigos árabes de Israel converte aos cristãos ortodoxos israelis numa quinta coluna. Não-integrados, votantes de partidos russos e espectadores da TV russa, simpatizam com Rússia inclusso a pesar da sua manifesta pobreza e hábitos comunistas. O totalitário e antisemita Putin é muito popular entre os cristãos russos, embora seja um grande inimigo de Israel, sem dúvida alguma.


Os cristãos ortodoxos têm grande influência sobre a sociedade israeli: desde o seu costume de beber vodka e comer porco até o suministro de fundos russos ao crime neo-názi. Facto frequentemente ignorado, a Igreja Ortodoxa possue grandes parcelas de território em Jerusalém e em toda Israel, em geral. O lógico seria que Israel as confiscasse: Rússia confiscou quase todas as sinagogas. O Governo post-comunista devolveu todos os templos que seguiam em pê à Igreja, mas muito poucas sinagogas aos judeus. Rússia (e Ucrânia, Bielorrússia, Polónia, Letónia, etc.) confiscaram as propriedades dos judeus assassinados pelos názis e os seus colaboradores eslavos. Israel, sem embargo, não só respeita os absurdos direitos da Igreja Ortodoxa Grega, senão que proporciona a Putin áreas significativas na mesmíssima Jerusalém. Ódio esse tipo de jerga. A terra é sagrada, não uma mercadoria.


Há um milhão de pessoas em Israel mais próxima aos eslavos que ao judaísmo.



OBADIAH SHOHER


14 Nisan 5769 / 08 Abril 2009


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