O GUIA CEGO DOS CEGOS

Em 1975 Meir Kahane ridiculizava o Movimento Conservador judeu: “Fazem uma paródia do que é conservar [o judaísmo]”, escreveu. Como quase sempre, Kahane estava no certo. A brincadeira segue: “Qual é a diferença entre Kahane e o sionismo dominante? Vinte anos”. Para o caso, vinte um anos. O 6 de Dezembro de 2006 o Movimento Conservador permitia as uniões do mesmo sexo e os rabinos homosexuais.

O Movimento Conservador é justamente isso, um movimento, uma massa caótica sem liderádego espiritual. Seguindo a moda dos partidos políticos, o principal objectivo do movimento é ampliar a sua base. Isso, claro, faz-se a costa dos princípios. O movimento rompera com a tradição judea instituindo o princípio de “mara d’atra”, que permite a cada rabino ditar as suas próprias regras aplicáveis na sua congregação. Na vida civil isso chama-se anarquia, desorde. O referido princípio pode servir para guias espirituais altamente qualificados; e inclusso nesse caso poderia convertir o judaísmo num feixe de sectas observantes de distintas regras. Na prática, os rabinos conservadores são frequentemente incompetentes e altamente dependentes dos seus trabalhos. Dizem o que os judeus ateus que lhes pagam querem ouvir. Ezequiel, Isaias ou o Rabino Nahman condeavam as fechorias da gente; os rabinos conservadores as legalizam.

As declarações do movimento fazem especial ênfase na dignidade humana e o respeito por todos os judeus; respeito pelos judeus assassinos, os violadores, os socialistas e os idólatras. A dignidade humana não tem nada a ver com a questão das rabinas lesbianas. Os aborígenes polinésios são tão dignos como qualquer outro humano e são titulares dos mesmos direitos; mas isso não os habilita para oficiar como rabinos. Qualquer cidadão dos EEUU pode chegar a ser Presidente; poucos o conseguem. Os direitos materializam-se através de certos procedimentos. A pureça moral, no sentido bíblico, e aderir à lei da Torá são as pré-condições para ser ordeado rabino.

Os sinceros ánti-semitas das congregações reformistas judeas admitem o matrimónio e o rabinato dos gays. Os rabinos conservadores abstêm-se cobardemente nesse tema. Ao contrário que os reformistas, os dirigentes conservadores têm a suficiente formação como para entender que a homosexualidade é uma violação absoluta da lei judea. E, assim, a elite conservadora lava-se as mãos, e deixam a decisão sobre se constitui pecado nos rabinos de rango inferior. De forma que cada congregação pode decidir se admitem gays ou não. Sob a pressão dos ateus, dos progres, e dos grupos de direitos humanos, a maioria sucumbirão à abominação. Outros regressarão à ortodóxia.

Para rematar a paródia, o Movimento Conservador deveria propôr como Grande Rabino a uma lesbiana. Preferentemente uma estrela porno.



OBADIAH SHOHER


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