O deterioro do amor próprio de Israel é descorazoador. Ao pouco de constituir-se o Estado, Israel viu-se obrigada a bregar com a sua primeira situação MIA [Nota: Missing In Action]. Daquela Sharon seqüestrou a vários oficiais jordanos, fazendo um troco a câmbio dos MIA’s –ou reféns- israelis. A debacle do caso Shalit prolonga-se já em demassia, a pesar inclusso de que os Dughmushes, alguns ministros de Hamas, e membros da Yihad Islâmica levam tempo agardando serem tomados como reféns aos que trocar por Shalit. Os habitantes de a pé de Gaza alabam a Hamas em vez de chorar porque Israel destrua uma dúzia de casas por hora para forçar a sua rendição.
Quando os terroristas seqüestraram um avião com passageiros israelis e aterrizaram em Entebbe, exigiram um troco de prisoneiros, que nos semelha irrisório segundo o estándar actual, a câmbio dum punhado de camaradas. Israel optou por atacar no Estado soberano de Uganda, sacrificando alguns reféns e um comando, mas rechaçando talhantemente negociar com seqüestradores. Tanto Rabin como o dirigente da oposição Menachem Begin estiveram dacordo: na medida em que haja uma só possibilidade –por pequena que for- de libertar aos reféns pela força, nunca entraremos em mercadeos.
Posteriormente, Israel embarcou-se numa série de operações que nem o próprio Kafka seria quem de explicar: soltar trescentos terroristas a câmbio dum traficante de drogas judeu, ou ao assassino
Israel cazara como coelhos aos terroristas que assassinaram aos atletas judeus durante as olimpiadas de Munich. Desde os anos oitenta, Israel só caza judeus de direita, matando a gente como Kahane e a activistas dos assentamentos. Rendindo homenagem às audazes operações que levava a cabo o nascente Estado, o Mossad e o Shabak seguem praticando de vez em quando o assassinato de líderes terroristas, mas o efecto é justamente o contrário ao desejado. Mentres que os antigos assassinatos punham aos terroristas dos nervos e os incitavam a cometer erros e serem capturados, o assassinato de dirigentes faz-lhes percebir que a coisa não vai com eles, e cobram vingança atroz contra qualquer objectivo judeu de segunda orde no estrangeiro.
Quando a FPLP seqüestrara um avião da El Al, as IDF figeram estalar treze aviões civis no aeroporto de Beirut. Quando a OLP bombardeara o norte do país desde o Líbano, Israel respondera com raids aéreos de represália massiva que provocaram que quantiosas hordas de chiítas fogiram do sul do Líbano, despraçando-se a combater no avispeiro da guerra civil de Beirut. Quem ía pensar, 40 anos atrás, que Israel recorreria a pôr em cena uns quantos raids sobre Gaza como resposta ao continuado lançamento de mísseis sobre as suas cidades?
O quid da questão é que os antigos dirigentes de Israel acreditavam na sua própria retórica. Esquerdistas como Ben Gurion falavam de paz e tolerância, mas tratavam aos árabes com punho de ferro. A seguinte geração fazia as declarações com o coração. A geração actual de dirigentes israelis, que carecem já duma experiência vivida em primeira pessoa da guerra de supervivência anterior à fundação do Estado contra os árabes, que acreditam que as IDF sempre vencerão e que confiam na intervenção dos EEUU, que têm mais interesse no que digam os mass media estrangeiros que na opinião dos seus próprios cidadãos, conduzem ao país à sua destrucção.
A menos, por suposto, que actuemos com reciprocidade respeito a eles.
OBADIAH SHOHER
4 Shevat 5769 / 29 Janeiro 2009
Etiquetas: Kuntar, Samson option
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