CUMPRE SERMOS JUDEUS

O Islám é relativamente tolerante. Aceita aos cristãos, quando menos como dhimmis. O Judaísmo proibe de modo absoluto qualquer tipo de pregária estrangeira na Terra de Israel: altares, templos, ou lugares de oração. O Islám tolera as igrejas. O Judaísmo –se alguma vez volta imperar na Terra de Israel- demolirá as igrejas que aqui haja.

O Judaísmo é o mais oposto que existe à tolerância. O Judaísmo trata sobre a pureza, e a pureza é –vaia- tão intolerante com aquilo que é impuro…

“Vive e deixa viver” é um adágio antitético com o judaísmo na Terra de Israel. O de “deixa viver” é aplicável ao modo de pensar gentil em qualquer parte: D’us dou-lhes as sete leis noájicas mas, pelo demais, podem viver como queiram. O judaísmo tomou um pedazo de terra e aplicou ali estritas regulamentações. Esta terra deve ser absolutamente pura: uma ilha de pureza no meio dum ocêano do que seja.

A pureza tem a ver com fazer. A tolerância com reprimir-se de fazer. A tolerância é individual; qualquer indivíduo pode ser tolerante. A pureza é necessariamente colectiva: a mais louvável das pessoas não pode permanecer pura num entorno envilecido. Inclusso Lot teve que abandoar Sodoma. A gente actual não se pode fechar nos seus apartamentos e sobreviver como anacoretas, como fixo provavelmente Lot; a interacção continuada com a perversidade deixa pouco espazo para a pureza.

A Torá estabelece, em última instância, uma religião colectiva. Cada um dos grandes mandamentos vai dirigido ao “vós”. Cada judeu é responsável por cada coisa que se passa no seu hábitat. Lembrade as palavras que repetimos cada Shabat: “Não trabalharedes esse dia, nem vós, nem os vossos filhos, nem a vossa mulher, nem os vossos servintes, homens ou mulheres, nem os vossos animais, nem o estrangeiro que habite entre vós”. Os animais não são sujeito dos mandamentos; os seus proprietários sim. Cada judeu individual é responsável do que acaece ao seu redor: igual que os seus animais não devem trabalhar, assim todo aquele na sua esfera de influência –desde o directo “os vossos servintes” até o remoto “estrangeiro que habite entre vós”- debe observar os mandamentos. Do mesmo modo que os judeus devem castigar aos ladrões e os assassinos que não lhes tenham feito dano directamente a eles, devemos castigar aos demais transgressores, ainda quando as suas ofensas sejam privadas e não-violentas.

O conceito de jurisdicção moral é algo comummente aceitado. Os tolerantes norteamericanos limitam os nada violentos locais de strip-tease às aforas das suas cidades ou às zonas pouco cêntricas. Os europeus não admitem concentrações festivas de homosexuais nas suas catedrais. O controlo paterno possibilita o bloqueo das parrilhas de programação: nada há, objectivamente, de máu em amosar aos rapazes cenas de sexo. As sociedades proíbem a poligâmia –uma conduta totalmente inócua.

Os judeus, também, aceitam geralmente a responsabilidade pelos demais. A religião sempre tem precedência sobre as liberdades pessoais. Qualquer sociedade exige aos seus membros que acate os seus estatutos. Se os que realizam o servizo militar se devem submeter aos procedimentos militares, quanto mais os judeus não se deverão submeter à sua religião?

O Judaísmo não reclama para sim o mundo inteiro nem um continente, senão uma magra tira de terra onde poder construir uma sociedade exemplarmente moral. Os que tenham opções vitais diferentes podem viver em Damasco ou em Toronto.

Os que aqui fiquem, devem acatar o moderado programa do Judaísmo.


OBADIAH SHOHER

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