ENTREVISTAMOS A OBADIAH SHOHER

Obadiah Shoher diz respeito do seu livro mais conhecido “Samson cego: uma perspectiva maquiavélica sobre o conflito do Meio Leste” [que podedes baixar em formato pdf neste mesmo blogue]:



“Muitos autores têm estudado honestamente o conflito do Meio Leste em geral, e o terrorismo de modo específico, mas tropezaram com preconceitos de tipo moral que lhes impediram articular as conseqüências racionais da sua análise. Eu aposto pela eficácia, e por separar o discurso político do discurso moral”.


Reconhece que “Obadiah Shoher” não é o seu nome real, mas prefire manter oculta a sua autêntica identidade porque, segundo sinala, “já o Rabbi Kahane foi expulso da Knesset simplesmente por promover o tránsfer dos árabes israelis”.


Obadiah Shoher viveu na antiga União Soviética e chegou a odiar suficientemente o socialismo como para emigrar. Porém, afirma que levou um chasco ao comprovar que o socialismo israeli era, nalguns aspectos, ainda pior. Shoher despreça a política do avestruz que pratica Israel, a de preferir enterrar a cabeça na areia para não afrontar as questões incômodas: a ameaça demográfica no Estado judeu, a acumulação de armamento nuclear por parte dos hostis regimes vizinhos, a radicalização da sociedade islâmica, e o beco económico sem saída que supõe manter a capazidade militar disuasória de Israel.


Afirma talhante que a sua única intenção é promover que a Knesset se dote das leis necessárias para dar passo à recolocação dos árabes em Jordânia, a anexão dos territórios judeus, e a represália desproporcionada contra os inimigos de Israel. “Nem eu nem os meus escritos promovemos o genocídio”.


Obadiah Shoher tem sido uma das principais colunas de apoio do nosso blogue desde que botamos a caminhar seis meses atrás. A continuação temos o gosto de transcrever a traducção duma entrevista que Obadiah Shoher concedeu esta manhá em exclussiva a Últimos dias de Bar Kochba.



Qual é o seu pronóstico respeito à composição do próximo Governo de Israel?


Aínda é impredizível. Lieberman trabalha duro para socavar a formação duma coaligação de direita, os derrotados de Avodah pressionam sobre Barak para que se mantenha à marge, e Mofaz pressiona a Tzipi para que se una.


Qual pensa você que deve ser a política de alianças internacionais de Israel?


Deve regir-se por acordos ad hoc a curto prazo. Qualquer tipo de componenda a longo praço joga sempre em contra nossa.


Deve apoiar Ichud Leumi um Governo do Likud?


E a quem mais poderia apoiar?


Como contempla o futuro de Kadima? Fragmentarão-se?


Isso são conjecturas que não nos devem interessar.


Que opina do plan de paz de Benny Elon “Jordânia é Palestina”?


É o mesmo plano de trabalho que tiveram Sharon, Kahane, etc. Jordânia é parte de Eretz Israel, mas de momento devemos ajudar a que a maioria palestiniana derroque a monarquia que padecem.


Qual opina que deveria ser o futuro dos cidadãos árabes de Israel?


Os não-judeus não devem gozar de direitos políticos em Israel. A Torá estabelece que sejam aniquilados. Em vez disso poderíamos expulsá-los, sem compensações. 800.000 judeus abandoaram os países árabes. Agora toca-lhe aos árabes completar o intercâmbio de populações.


Que opina sobre o chamado complot na morte de Rabin?


Peres participou, isso é seguro. Na medida em que foi impossível achar rastos de pólvora nas mãos de Yigal [Amir], que mais opções nos quedam? Escrevim há algum tempo que se tratou duma provocação do Shabak que resultou falhida.


Acredita na democracia?


A democracia não existe em parte nenhuma do mundo. Os estadounidenses, por exemplo, não podem votar a reinstauração da escravidão. O que existe é o republicanismo. O republicanismo democrático judeu é magnífico. Podemos votar sobre questões de índole económica, mas não sobre os preceitos religiosos estabelecidos.


Diga-nos o nome dalgum rabino actual com cujos postulados esteja dacordo.


O Rabbi Meir Kahane.


E, por último, recomende-nos cinco médios ou fontes aos que acudir para estar bem informados.


Nenhum.




ÚLTIMOS DIAS DE BAR KOCHBA


6 Adar 5769 / 2 Março 2009

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