RESPEITE A NOSSA VONTADE


Querida Sra. Clinton,


Esta carta ía originalmente escrita em hebreu, o que provavelmente seria um problema para você. Sem embargo, sei que há mais do que uma barreira lingüística entre ambos. Mais de 3.000 anos de história marcam uma diferença também. Existem lições históricas que o povo judeu aprendeu em primeira pessoa. Nesta ocasião, vésperas dos dias de Purim, quando contemplamos novamente ao archi-inimigo persa planificando o nosso extermínio, emergem de novo os velhos mecanismos de defesa- e destacadamente o rechaço a acreditar nas falsas promesas dos que se dizem “amigos de Israel”, e que como tais nos exigem o que devemos fazer pelo bem do povo judeu e do Estado de Israel.


Você procede da maior e a mais forte das democracias mundiais. Você pertence ao Partido Democrata e sabe muito bem como recitar os habituais mantras, proclamando que os EEUU respeitam a democracia e que cooperarão com qualquer Governo que elijam os israelis.


Bem, pois a democracia israeli tem falado: a maioria dos cidadãos israelis não queremos edificar um Estado terrorista árabe no nosso território. Se a sua democracia é autêntica, você debe respeitar o que democraticamente decidem os demais.


Porém, como sabemos que o que guia aos EEUU não é tanto a democracia dos demais países, senão o que a Administração estadounidense percibe como os seus próprios interesses, convém trair a colação o que Einstein definia como “loucura”. Ele dizia que loucura é o intento de cair no mesmo erro uma e outra vez agardando que a próxima vez os resultados serão distintos.


Os EEUU, ignorando os valores democráticos, têm intentado em mais de uma oportunidade apaciguar aos agressores, especialmente mediante a via de sacrificar os interesses de outros Estados. Isto sempre tem rematado de forma catastrófica. Só quando os agressores atacaram directamente aos EEUU, os seus cidadãos ou os seus interesses, têm vocês cambiado de política.


Nesta ocasião semelha que os EEUU pretendem apaciguar aos iranianos, os sírios e os palestinianos pagando a câmbio com a “moeda israeli”. Como você sabe, Sra. Clinton, temos uma longa história. Lembramos o que se pasou quando o Mundo Livre sacrificou Checoslováquia para apaciguar a Hitler. Não queremos arriscar a nossa própria existência a fim de que os EEUU poidam comprar uma retirada tranquila de Irak.


Ninguém acredita já que as palavras ou as sanções económicas evitarão que Iran fabrique armamento nuclear. As declarações estadounidenses de que destruirão Iran se se atrevem a atacar Israel com armas nucleares não nos servem de consolo, porque não queremos converter-nos na excusa dum ataque contra Iran uma vez que tenhamos sido exterminados. Esta também é uma lição histórica que temos em conta. Também não nos agrada o desejo de apaciguar aos sunitas de Irak compensando a sírios e palestinianos.


Não entende que pressionar a Israel para que renuncie aos Altos do Golan –a fim de comprar a cooperação síria na retirada de Irak- não trairá a paz ao Meio Leste nem reforçará as democracias occidentais? Mais bem, animará aos árabes a continuar a senda do terrorismo, porque lhes estará amosando que o terrorismo é algo que rende bons frutos.


Dúzias de sanguentos conflitos desenvolvem-se ao longo do mundo. A imensa maioria enfronta aos muçulmãos com os seus vizinhos. Os EEUU não estám combatendo o terror yihadista em Irak e Afeganistão porque Israel levante casas no West Bank. Não podemos atalhar uma enfermidade global utilizando uma cura local.; sem embargo, você trata de evitar a yihad mundial mediante o sacrifício de Israel, pretendendo assim apaciguar o terrorismo muçulmão.


Se, em ressumidas contas, tudo isto não é mais que um show –palavras vazias de toda sustância- e o único propósito da sua visita foi pressionar ao próximo Governo com o que é convinte para os EEUU, introduzindo um progressista cavalo de Troia, é o momento de lembrar-lhe, Sra. Secretária de Estado, que já antes Tzipi Livni e Ehud Barak fracassaram em fazer realidade o seu sonho ou o do Presidente Bush –de brindar aos árabes outro Estado mais- inclusso quando estavam no poder.


Daquela, que lhe faz pensar que esse intento suicida pode trunfar agora, uma vez que já têm perdido o apoio da maioria do povo de Israel? Acredita acaso, Sra. Clinton, que o Likud vai levar à prática o programa de Paz Agora?



ARIEH ELDAD *


8 Adar 5769 / 4 Março 2009



* O Doutor Arieh Eldad é membro da Knesset pela formação Ichud Leumi.



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