Se tendes estado seguindo os resultados das Eleições de Israel atravês dos serviços de notícias dos EEUU…esquecede-os. Estám totalmente equivocados. Em contra do que vos disseram, Tzipi Livni não ganhou os comícios…pelo menos aínda. A política israeli é muito mais complicada que contemplar uma coluna de números. Uma vez que as eleições rematam, inicia-se a autêntica campanha.
Mas comezemos pelos resultados. Com mais do 99 % dos votos escrutados, o panorama seria tal que assim:
Partido | (Esquerda/Direita) | Assentos |
Kadima (Livni) | Esquerda | 28 |
Likud (Netenyahu) | Direita | 27 |
Israel Beiteinu (Lieberman) | Direita | 15 |
Avodah (Barak) | Esquerda | 13 |
Shas | Direita | 11 |
UTJ (Judaísmo Unido na Torá) | Direita | 5 |
Ichud Leumi (União Nacional) | Direita | 4 |
Meretz | Esquerda | 3 |
Hadash (Partido Comunista) | Esquerda | 4 |
Bayit Yehudi (Fogar Judeu) | Direita | 3 |
Ra'am Ta'al (Lista Árabe Unida) | Esquerda | 4 |
Balad (Partido Árabe) | Esquerda | 3 |
| | |
Direita | | 65 |
Esquerda | | 55 |
Observade que etiqueto alguns partidos como de “esquerda” ou “direita”. Isto é absolutamente inexacto. Se vivessedes em Israel opinaríades que Kadima, Avodah, Likud e, inclusso, alguns dos partidos mais pequenos, são de centro. Quase todos os partidos em Israel apoiam um certo grau de compromiso territorial.
Observade também que só um escano separa a Netanyahu de Livni. Os últimos votos em serem recontados são os do exército [200.000 votos], que tendem a ser mais inclinados face opções conservadoras. Em circunstâncias normais, atrevería-me a dizer que isso poderia supôr uns votos extras para Netanyahu ou quiçá, quem sabe, um assento suplementário para Lieberman.
Sucedeu uma coisa muito interessante na jornada de ontem. Os pronósticos para Bibi foram muito estáveis ao longo de duas semanas. Mentres a percentagem de Bibi se mantinha, a do Laborismo caia num poço negro. Os votantes laboristas foram conscentes de que o seu candidato, Ehud Barak, não tinha opções e, motivados por evitar que Netanyahu não fosse o próximo Primeiro Ministro, votaram massivamente a Tzipi Livni para propiciar que superasse a Bibi.
Tras o reconto de votos, o Presidente de Israel (Peres) invitará a um dos candidatos a intentar formar uma coaligação de Governo. Habitualmente é o candidato que tem obtido mais assentos, mas não tem por que ser assim. Peres pode eligir ao que ele acredite que terá menos dificuldades fara configurar um Gabinete. Tzipi Livni teve-o muito duro para fazê-lo tras a demissão de Olmert –contando daquela com uma ventagem numérica muito mais clara-, e tudo indica que desta vez o teria ainda mais dificil.
Se vos fixades na táboa de acima veredes que o bloco de “Direita” tem mais assentos (65 contra 55), e que poderia ser teoricamente mais fázil para Netanyhau formar uma coaligação…Alto! Não tão depresa.
Antetudo lembrade, as posições da maioria destes partidos, de esquerda ou direita são muito semelhantes. Pensade que o processo de formar um Governo é, no fundo, uma espécie de livre mercadeo. Cada partido, inclusso os mais pequenos, agardam obter muitas prebendas (programas de governo e postos no gabinete) a câmbio de apoiar uma coaligação.
Lembrade também que estám avondo dacordo em como agir com os palestinianos, sendo a “questão iraniana” a autêntica pedra de toque. E Israel necessita uma ampla coaligação se pretende afrontar a ameaça nuclear de Iran.
O Sr. Lieberman, com 16 assentos, sabe que tem uma grande baza. As suas posições não são tão radicais como para não poder apoiar um Governo de Kadima –a fim de contas já formou parte do governo Olmert. O antanho poderoso Partido Laborista estaria a gosto numa coaligação com qualquer partido. Durante o governo de Olmert, Shas vendeu Jerusalém a câmbio de programas governamentais por valor superior aos 130 milhões de $. Se estiveram dispostos a vender a cidade sagrada de Jerusalém por dinheiro, estarão dispostos a unir-se com quem seja por dinheiro.
Nuns poucos dias a carreira de cavalos dará começo. Quem seja que escolha Peres, provavelmente terá a exigência de intentar um Governo de unidade nacional. Velaqui alguns dos possíveis cenários (ao menos no que respecta aos grandes partidos):
- Governo de união nacional: Likud/Kadima/Avodah (e um ou dois dos partidos pequenos). Isto só acontecerá se a Bibi se lhe permite ser Primeiro Ministro todo o mandato, ou em rotação, como se passara no governo Peres-Sharon uns anos atrás.
- Likud/Kadima/Israel Beiteinu: Só se daria se finalmente Bibi consegue mais assentos que Kadima. Creio que esta é a mais improvável das opções. A Bibi gosta-lhe ser o protagonista, e pode eclipsar a Tzipi, mas teria-o mais dificil com Lieberman.
- Kadima/Avodah/Israel Beiteinu/Shas: Se ganha Kadima e Bibi ambiciona demassiado.
A maioria dos partidos pequenos não terão problema em se unir a um governo liderado por Kadima ou pelo Likud. Tudo dependerá do que poidam obter a câmbio.
Amigos, as apostas estám abertas. Apretade-vos os cinturões, avizinham-se umas semanas muito interessantes.
SAMMY BENOIT *
17 Shevat 5769 / 11 Fevereiro 2009
* Sammy Benoit vive
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