O realmente transcendental das eleições de amanhã em Israel não se vai dirimir no reconto final das urnas. Sendo importante, que o é, o cruzial não será se dos ressultados se deriva um governo de centro-esquerda encabeçado por Netanyahu, ou um de extrema esquerda sob a coaligação de Livni, com o laborismo, o Meretz e o apoio do Shas e os partidos árabes. Também não será determinante se a voz do Rabbi Meir Kahane regressa à Knesset, 20 anos depois, da mão inequívoca e leal do doutor Ben-Ari, e os seus companheiros da ICHUD LEUMI.
O que se joga amanhã é a maltreita legitimidade do próprio sistema, e isso se passará numa vila situada a escasos
Mas repassemos os antecedentes dos últimos dias para captar este dislate na sua integridade.
Segundo a lesgislação eleitoral do Estado de Israel, cada formação que concorre à Knesset tem direito a supervisar um número determinado de mesas eleitorais ao longo do país. Este é um procedimento que se faz por sorteio aleatório, e o passado luns o Comitê Eleitoral Central (CEC) acordou que à ICHUD LEUMI lhe corresponderam 160 mesas, que a coaligação repartiu entre os quatro partidos que a integram: Moledet, Tekhuma, Hatikva e ERETZ ISRAEL SHELANU. A sorte quixo que entre as circunscripções que lhe têm correspondido à ICHUD LEUMI se ache Umm al-Fahm, e escolheram a Baruch Marzel para presidir a central de votações em essa localidade de esmagadora maioria árabe e regida pelo Movimento Fundamentalista Islâmico.
Marzel e o também antigo activista do Kach, Itamar Ben Gvir, já intentaram, como lembraredes, conduzir uma manifestação nacionalista até as ruas de Umm al-Fahm no passado mes de Novembro. A pesar de que o Ministério do Interior intentou impedir que um grupo de judeus passeasem pelas ruas duma cidade judea no Estado judeu de Israel, por uma vez a Corte Suprema –ante a magnitude do dislate- não teve mais remédio que dar a razão ao grupo promotor da marcha. Contudo, finalmente Marzel accedeu a que a manifestação se pospugesse até passadas 6 semanas da cita eleitoral.
Tão cedo como se soubo que o CEC asignara Umm al-Fahm aos patriotas de União Nacional, ao traidor de Yariv Oppenheimer (dirigente da organização proárabe Paz Agora) faltou-lhe tempo para começar uma frenética ronda de chamadas, no mais genuíno estilo mafioso, para disuadir ameaçando distúrbios e que os organismos oficiais revocassem a sua decisão. Oppenheimer e os feyaidins de Paz Agora são expertos no uso de técnicas de extorsão próprias do clão de Tony Soprano. É habitual, por exemplo, que acudam em pequenos escuadrões a Hebron, Kiryat Arba e arredores para incitar aos simpatizantes de Hamas ao pogromo contra os residentes judeus. Este é amigo do Fiscal Geral de Israel, Menachem Mazuz.
Também um árabe membro da Knesset, o colaboracionista Jamal Zahalka (do Balad), exigiu que se proibisse a entrada de Marzel em Umm al-Fahm. Zahalka tem um brilhante historial de serviços ao Estado israeli. Várias vezes encausado baixo cárregos de razismo e provocação, Zahalka tem declarado o seu inequívoco apoio aos inimigos do Estado e manifestado que Israel não tem direito a reclamar a sua soberania sobre Jerusalém. Também se tem amosado contrário aos planos governamentais de que os cidadãos árabe-israelis servam nas IDF. Zahalka ameaçou publicamente aos árabe-israelis que aceitassem advertindo-lhes de que seriam “tratados como leprosos e vomitados da sociedade árabe”. Este é outro dos amigos que se gasta Mazuz.
Finalmente, a própria municipalidade de Umm al-Fahm ameaçou com bloquear todas as entradas à cidade no dia das eleições para evitar que Marzel acceda aonde lhe corresponde estar.
“Se é preciso não irei só, senão com outros activistas de União Nacional”, dixo Marzel, “mas que não tenham dúvida de que irei. Esta é a prova mais decissiva para saber se ainda rige o império da lei
O alcaide da cidade já tem pedido aos vizinhos que tomem as ruas para impedir o acceso de Marzel. “Marzel crê-se muito inteligente. Como não o deixaram entrar pela porta [referindo-se à manifestação de Novembro] agora quer entrar pela janela”, assegurou o alcaide Raja Agbaria.
P.S.: Há escassas horas o Comitê Eleitoral Central rechaçou as demandas de Mazuz tendentes a revocar a presença de Marzel como presidente de mesa.
O seguinte passo para vulnerar a legalidade será uma orde policial proibindo-lhe acceder à vila para “evitar revoltas e distúrbios”. Em qualquer país civilizado, a polícia a emprende a varazos contra os alborotadores e não contra os pacíficos cidadãos que, supostamente, molestam a estes. Como exemplo, a preciosa cárrega policial de ontem em Santiago de Compostela contra os filoterroristas de Briga que intentaram reventar uma manifestação pacífica.
Mas em Israel, não. Seica a polícia está para defender e animar aos vandálicos árabes, que têm todo o direito do mundo a intentar linchar a Baruch Marzel.
Já veremos o que se passa em Umm al-Fahm.
SOPHIA L. FREIRE
15 Shevat 5769 / 9 Fevereiro 2009
Etiquetas: Rua da Sinagoga
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