Trinta anos atrás, a finais de 1978 e começos de
Tudo o que o mundo tem sofrido, sofre e sofrirá a causa do regime de Iran é resultado directo da curtedade de miras dum Presidente dos EEUU que não entendia nada do que se passava no Meio Leste.
O problema crônico dos políticos estadounidenses é que contemplam o mundo com os seus anteolhos culturais e acreditam que “se dialogamos com os demais” lograremos “que sejam como nós”, “como todos” e “tudo será perfeito”; se apenas lhes proporcionamos postos de trabalho e os comprazemos com as suas “justas” exigências (o direito de retorno, uma capital que jamais teve relevância para os palestinianos, a negativa a reconhecer o Estado de Israel, etc.) irão a trabalhar pela manhã e voltarão pela tarde a casa a jogar com os seus filhos e a pescar.
Obama está incorrendo nos mesmos erros que no seu dia cometeu Carter. Ingenuamente acredita que mediante o diálogo com os ayatolas logrará o que os europeus têm fracassado em lograr durante muitos anos. Obama nega-se a lêr o que muitos investigadores, políticos e homens de Estado de todo o mundo têm escrito, e nega-se a escuitar àqueles que estám preocupados por Iran –árabes, israelis e europeus-, àqueles que não albergam dúvidas de que os ayatolas se pretendem fazer com o controlo do Meio Leste, e mais tarde, provavelmente, com o controlo do mundo inteiro se têm a oportunidade.
Só uma pessoa cega não veria o modo
Só uma pessoa surda não escuitaria os gritos de angústia que emergem do mundo árabe (para além de Israel e os seus interesses) em tanto os seus dirigentes vem como os persas –seus historicamente odiados rivais- dirigem as suas ameaças contra os beduínos do deserto –bárbaros incultos, segundo eles- por arruinar no século XVII a nação persa, que era avançada, progressista e moderna naquela altura.
Só um cego não veria os preparativos dos dirigentes chiítas de Iran para tomar vingança contra os sunitas por 1350 anos de opressão, perseguição e assassinatos cometidos pelos sunitas contra a oposição chiíta cad vez e em cada sítio que puideram.
Obama acredita que se Israel puidesse ser reduzida a um tamanho “adequado” –quer dizer, ao tamanho das fronteiras de 1949 (as “fronteiras de Auschwitz”)- o mundo árabe e muçulmão estariam dispostos a sentar-se arredor duma lareira com os EEUU e pôr-se a cantar juntos. Alguns membros da sua equipa acreditam que Israel é a causa dos problemas no mundo árabe e islâmico, e que se consegue a paz entre Israel e os “palestinianos”, os problemas de Irak, Afeganistão, Sudám, Líbano, os chiítas, os sunitas, Al Qaeda, e a Irmandade Islâmica resolverão-se por arte de mágia.
Pois bem, Obama e a sua gente deveriam ter em conta o seguinte: inclusso de Israel decidisse evaporar-se, desaparecer, e autoborrar-se do mapa, todos os outros problemas continuariam.
Um Presidente dos EEUU decidido a fraguar um mundo árabe e islâmico a image e semelhança do modelo norteamericano está chamado a fracassar e, de passo, arrastar a outros na trampa dos erros históricos nos que Carter e Bush caíram, cada um no seu momento e com o seu estilo. Como resultado dos seus erros, milheiros de pessoas na região foram massacradas, assassinadas e mutiladas.
O Presidente dos EEUU conduz-se nos seus vis-à-vis com o mundo árabe e islâmico como um novato tratando de guiar uma divisão acorazada. Obama tem-se lanzado a uma fogida face adiante a lombos dum cavalo imaginário, e o único que à gente da região lhes cabe agardar é que os seus terríveis erros não suponham um custe adicional de demassiados milheiros de vidas.
O mais terrível do caso é que alguns israelis têm jogado um papel importante em dar forma aos erros de Obama, e o sangue dos seus irmãos, de outros israelis, será o preço que haveremos de pagar pela insensata actitude daqueles que apoiaram as fantasias de Obama, junto com as suas descabeladas ideias que estám a pôr em perigo a nossa seguridade e a confiança em nós próprios.
MORDECHAI KEDAR
* O Dr. Mordechai Kedar é professor do departamento de árabe na Universidade Bar-Ilan.
Fonte: Yediot Ahronot
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